quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

SISTEMAS BIOLÓGICOS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES

SISTEMAS BIOLÓGICOS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES 

Fonte: Revista TAE - por Beatriz Farrugia

http://goo.gl/VRmyK



Os efluentes líquidos, geralmente resultantes de processos industriais ou de esgotos domésticos, podem degradar o meio ambiente e contaminar rios e lagos se não forem tratados de maneira correta. 
Atualmente, qualquer unidade produtora de água residuária precisa instalar um sistema de tratamento a fim de resguardar o meio ambiente, desde as residências isoladas que tratam o próprio esgoto em uma fossa até uma fábrica de alimentos, por exemplo. Os sistemas, porém, dependem da característica do esgoto, da disponibilidade de espaço, da quantidade de energia demandada e do custo monetário para a implantação. 
Entre as formas de tratamento disponíveis, há o físico (no qual os materiais poluentes são separados e retirados), o químico (que ocorre através da redução da demanda química de oxigênio – DQO) e o biológico (caracterizado pela remoção da matéria orgânica). 
O tratamento biológico, por sua vez, é dividido em duas modalidades: os tratamentos aeróbios e os tratamentos anaeróbios, sendo que, no primeiro caso, o processo ocorre na presença de oxigênio e, no outro, na ausência dele. 
De acordo com o especialista em saneamento Jorcy Aguiar, o tratamento biológico “consiste na utilização de organismos que se proliferam na água, alimentando-se da matéria orgânica e, consequentemente, estabilizando o esgoto e eliminando a possibilidade de ele ‘roubar’ o oxigênio presente nos corpos d’água receptores, que é fundamental para manutenção da vida aquática”. 
Para exemplificar o processo, o especialista cita o funcionamento de um aquário. “Imagine um lambari que nada em um pequeno aquário. Nesta condição, mesmo sem alimentação externa, ele sobrevive respirando o oxigênio presente naquele volume de aguá até a sua exaustão. Porém, quando uma criança, na intenção de ajudá-lo, coloca um excesso de alimento, como um pedaço de pão, esta matéria orgânica também precisa do oxigênio para estabilizar- se e concorre com nosso peixinho ‘roubando’ oxigênio da água do aquário e reduzindo, assim, a vida neste ambiente”, diz Jorcy. 
Dessa forma, o tratamento biológico de efluentes é a eliminação da matéria orgânica por meio de um cultivo de bactérias. 
“Quando a ‘digestão’ do esgoto ocorre confinada em um tanque fechado, temos o tratamento biológico anaeróbio. Em caso contrário, quando insuflamos ar no esgoto, temos o tratamento biológico aeróbio”, explica Jorcy Aguiar. 
O tratamento biológico de esgoto evoluiu a partir da observação do processo de digestão natural, nos anos de 1920, na Califórnia, Estados Unidos, com o uso de lagoas em uma descoberta acidental. Hoje em dia, o sistema mais moderno está relacionado à biotecnologia e à redução de equipamentos para a economia de energia. 
“A biotecnologia baseia-se no aumento da produtividade do processo natural, com a adição de bactérias selecionadas e concentradas”, diz Aguiar. 

Tratamento biológico anaeróbio 

Entre os sistemas de tratamento anaeróbio, existem as lagoas anaeróbias, os tanques sépticos, os filtros anaeróbios, e os reatores chamados de alta taxa, capazes de receber maiores quantidades de carga orgânica por unidade volumétrica, como os reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) ou RAFAs (Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente). 
Basicamente, todos funcionam através do princípio de despejar o efluente em um tanque fechado com reator anaeróbio que, muitas vezes, é aquecido para acelerar o processo. Esses tipos de tratamentos são indicados para efluentes com uma alta concentração de substâncias orgânicas. 
Mas o coordenador dos cursos de meio ambiente do Instituto de Educação Tecnológica (IETEC), Luiz Ignácio Andrade, afirma que todos os tipos de tratamentos “têm em comum a capacidade de converter a matéria orgânica presente nos efluentes em gás metano, gás carbônico e água, em função dos microorganismos anaeróbios presentes nesses sistemas”. 
No processo anaeróbio, não há consumo de oxigênio e o produto final é o gás carbono (CO2) e o metano (CH4). A remoção da matéria orgânica ocorre pelo desprendimento do metano para a atmosfera. De acordo com Jorcy Aguiar, esse processo ocorre em quatro etapas: a Hidrólise, Acidogênese, Acetogênese e Metanogênese. 
“Na hidrólise, as proteínas são convertidas em aminoácidos; os carboidratos, em açúcares solúveis; e os lipídeos, em ácidos graxos de longa cadeia de carbono”, afirma o especialista. 
Jorcy explica ainda que, na fase de acidogênese, “as bactérias que promovem esta fermentação são cerca de 99% estritamente anaeróbias e 1% facultativa, e processam os produtos solúveis da hidrólise, excretando substâncias mais simples como ácidos graxos voláteis, alcoóis, ácido lático, gás carbônico, hidrogênio, amônia, sulfato de hidrogênio e novas células”. 
Já a fase da acetogênese é caracterizada pela presença das bactérias acetogênicas na produção de metano, hidrogênio, e dióxido de carbono. Para finalizar o processo, entram em cena as bactérias metanogênicas. 

Tratamento biológico aeróbio 

Entre os sistemas aeróbios de tratamento de efluentes, os mais comuns são os sistemas de lagoas facultativas, de estabilização ou aeradas, filtros biológicos e os sistemas de lodos ativados. 
O considerado de maior eficiência é o lodo ativado, que consiste na oxidação da matéria orgânica em tanques de aeração. 
Para este processo, é necessário submeter o efluente a uma temperatura entre 20º e 30ºC, manter o pH entre 6,0 e 8,0, controlar o oxigênio dissolvido (OD) entre 1 e 4ppm e obedecer a relação da massa com os nutrientes de DBO: N: P: 100:5:1 (sendo que DBO refere-se à matéria orgânica, N ao nitrogênio e P ao fósforo). 
Segundo Jorcy Aguiar, “nesta reação, há consumos de oxigênio e o produto resultante é o gás carbônico (CO2) e a água (H2O). As bactérias responsáveis por este processo de eliminação da matéria orgânica são em sua maioria heterótrofas aeróbias e facultativas, promovendo uma maior eficiência na remoção da matéria orgânica”. 
Apesar de possuírem processos diferentes, os tratamentos aeróbios e anaeróbios podem variar de algumas horas a 10 dias para serem finalizados. Isso ocorre “em decorrência da alternativa utilizada, sendo que nos reatores este tempo varia de 6 a 12 horas e nas lagoas até 10 dias”, afirma o especialista. 
O mesmo vale para o custo de implantação de cada sistema. Como são distintos, os valores variam dependendo do tamanho dos equipamentos de tratamento. 

Aeróbio x Anaeróbio 

Luiz Ignácio Andrade, que também é engenheiro civil e mestre em saneamento e meio ambiente, explica que “cada uma dessas tecnologias possui vantagens e desvantagens, sendo recomendados para situações específicas”. 
“Normalmente, os sistemas anaeróbios trazem como vantagem a reduzida mecanização e baixo consumo energético, uma vez que não é necessária a injeção de ar no sistema. Também apresentam como vantagens uma menor taxa de geração de lodo residual e, em geral, menor requisito de área para a sua instalação, tendo custos de implantação e operação mais vantajosos quando comparados aos sistemas aerados”, avalia. 
Ele destaca, porém, que os tratamentos anaeróbios apresentam eficiência inferior aos aeróbios, principalmente se comparados com os sistemas aerados, como os lodos ativados. 
“Outra desvantagem associada aos sistemas anaeróbios de tratamento de efluentes é o risco de emissão de odores. Esse risco pode variar dependendo do tipo de efluente a ser tratado, do nível de controle operacional do sistema e características intrínsecas à configuração do reator”, acrescenta o coordenador dos cursos técnicos de meio ambiente do IETEC. 
Ele explica que isso ocorre porque, “como o processo anaeróbio converte parte da matéria orgânica em metano, o que o permite produzir um menor volume de lodo residual, é conveniente a existência de queimadores de gases, especialmente quando se trata de grandes unidades, visando reduzir o risco operacional associado a esse gás e, também, à mitigação da emissão de gases de efeito estufa, já que o metano contribui 21 vezes mais que o gás carbônico para tal fenômeno”. 
Esses pontos, porém, não tornam os sistemas anaeróbios desvantajosos. Ao contrário, eles têm sido implantados com sucesso no tratamento de esgoto sanitário de comunidades e indústrias, principalmente do ramo de alimentos e bebidas, seguidos por um sistema aerado que os complementa. 
“Para tratamento biológico das águas residuárias da maioria das cidades brasileiras enquadrados em pequeno e médio porte, o tratamento anaeróbio ascende sobre os aeróbios quando utilizados isoladamente ou quando o processo aeróbio exigir a alimentação de oxigênio com custos suplementares de energia elétrica. Porém, o que ocorre em sua grande maioria, é o consórcio entre estes processos, sendo destacados os reatores anaeróbios (RAFA) associados a filtros biológicos e lagoas, como solução eficiente e de baixo custo”, explica Jorcy Aguiar. 
Mas os sistemas de tratamento biológicos aeróbios continuam sendo os de maior rendimento, na opinião dos especialistas. 
“Os sistemas aeróbios, que se dividem em sistemas com aeração natural e sistemas com aeração forçada, normalmente alcançam maiores taxas de remoção da matéria orgânica. Nesse sentido os sistemas de lodos ativados com aeração prolongada destacam-se, atingindo níveis de eficiência na remoção de DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio) de até 98%”, informa Andrade. 
Ele acrescenta que esses sistemas apresentam a seu favor os riscos reduzidos de emissões de odor e a maior capacidade de absorver substâncias de menor biodegradabilidade e compostos que poderiam ser tóxicos, desde que devidamente aclimatados e preparados para tal situação. 
O aspecto negativo de sistemas aeróbios é a necessidade de se ter uma grande área para a implantação deles. 
“Os sistemas aeróbios, especialmente aqueles providos de aeração natural, como é o caso das lagoas, demandam grandes áreas para a sua instalação, o que pode dificultar, ou mesmo inviabilizar, o seu uso em determinadas regiões. Os sistemas aeróbios mecanizados também demandam áreas consideráveis e possuem valores de investimento em instalação e operação elevados em função da necessidade de equipamentos tecnologicamente superiores, além do consumo de energia elétrica com os sistemas de aeração forçada”, explica o engenheiro civil. 

Novidades 

Os sistemas biológicos de tratamentos são antigos e, basicamente, tentam imitar os fenômenos da natureza na recomposição ambiental. Nos últimos anos, porém, o setor tem se deparado com novidades tecnológicas que aperfeiçoam esses processos e aumentam a eficiência de cada um deles. 
Uma das principais mudanças está no desenvolvimento de dispositivos microeletrônicos, o que proporciona um avanço no monitoramento contínuo, na operação e na automoção dos sistemas de tratamento de efluentes. 
“Outro fator que vem levando ao desenvolvimento dos sistemas de tratamento de efluentes relaciona-se à restrição cada vez mais intensa da disponibilidade de água potável nas diversas regiões, associada ao crescente rigor da legislação ambiental. Esses fatores contribuíram com o surgimento de uma nova demanda para o tratamento de efluentes que é o reúso da água residuária para fins não potáveis, como estabelece a NBR13.969/97”, lembra Andrade. 
Um dos exemplos é o tratamento por membranas, que tem sido associado a outros tipos de sistemas convencionais e que possibilita a produção de água com qualidade excepcional e isenta de microorganismos patogênicos. 
Esse recurso leva o nome de MBR (Membrane Bioreactor), formado por um conjunto de membranas sintéticas que fazem a separação do lodo. 
Muitas das novas tecnologias já estão disponíveis no mercado brasileiro e podem ser adquiridas através de fornecedores especializados. Há tanto equipamentos quanto sistemas completos de tratamento de efluentes a venda no país. 
“Assim, para decidir qual o melhor tratamento para cada situação, cada empresa deverá avaliar os diversos fatores envolvidos, como: legislação ambiental, requisitos de tratamento, área disponível, vizinhança, facilidade de acesso e de manutenção de equipamentos, disponibilidade da rede elétrica, etc, e assim, desenvolver o projeto mais adequado para as suas necessidades atuais e futuras”, aconselha Luiz Ignácio Andrade. 



Fonte: Revista TAE 



sábado, 11 de fevereiro de 2012

DRENAGEM URBANA E ESGOTO SANITÁRIO

DRENAGEM URBANA E ESGOTO SANITÁRIO

Para o leigo tanto faz se o “cano” que passa em frente a sua calçada, se foi projetado para receber o esgoto doméstico, ou águas de chuva, o seu objetivo é descartar todo resíduo liquido da sua planta imobiliária; e aí começa um grande problema para o operador do sistema, e para os moradores que estão localizados a jusante, pois quando se liga o esgoto na tubulação destinada a águas pluviais, o cheiro que se forma obriga os moradores a bloquearem as “bocas de lobos”, e forçar o escoamento das águas de chuva apenas pela superfície das ruas e calçadas.
Quando ao contrário se liga as tubulações de águas pluviais e limpezas de calçadas  e quintais dos imóveis, na rede de esgoto, provoca-se um acréscimo de volume incompatível com o sistema de tratamento projetado, prejudicando o tratamento, criando um ambiente impróprio para o crescimento bacteriano. A situação é muito complicada e deve ser motivo de fiscalização rigorosa por parte dos operadores do serviço.
Pesquisa revela que universalização do acesso à rede de esgoto valoriza imóveis,
Além de proporcionar qualidade de vida à população e reduzir o consumo de água e os gastos com saúde, o uso de sistemas de tratamento de esgoto e reúso de água agregam em até 18% o valor às áreas urbanas e ao patrimônio De acordo com uma pesquisa realizada em parceria entre o Instituto Trata Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a universalização do acesso à rede de esgoto pode oferecer uma valorização de até 18% no valor dos imóveis e, com isso, das regiões onde se encontram esses imóveis. Esta valorização ocorre, principalmente, entre a população de baixa renda.

As melhorias das condições e do acesso ao saneamento básico trazem inúmeros benefícios ao local, desde à saúde da população até a racionalização da aplicação de recursos e a valorização imobiliária das regiões que são atendidas por estes serviços. Os benefícios relacionados ao tratamento de esgoto favorecem um ciclo virtuoso: melhora do ambiente em que vivemos, redução dos gastos na área médica, melhoria da qualidade de vida das pessoas, aumento da produtividade e da renda, valorização imobiliária e patrimonial, aquecimento dos mercados, entre outros.
(Revista Infra / Online – ACONTECE)
Em tempos remotos isto já foi pior, pois carentes de conhecimentos e de infraestrutura, as casas do Brasil em 1850 (162 anos atrás), recolhiam as fezes em urinóis, que eram depositados em tonéis em um determinado local da residência, para serem carregados pelos escravos e lançados em um Rio Próximo, ou lago. Estes carregadores de Fezes eram denominados de “Tigres”, uns dizem que era devido o aspecto rajado em decorrência das fezes que escorriam pelo corpo, outros porque os transeuntes fugiam como se foge de um Tigre de verdade, para não cruzar o caminho destes transportadores, e há também a versão de que só tendo a coragem de um Tigre seria possível realizar esta tarefa.

        Urinol para uso individual


Quando um “tigre” passava, as pessoas tapavam o nariz com lenços, viravam o rosto, se encolhiam. De longe, os “tigreiros” vinham alertando os moradores com seu bordão “Abra o olho! Abra o olho!” Os passantes se esquivavam, com medo de que um simples esbarrão acarretasse um banho asqueroso.

O tratamento dado aos dejetos líquidos gerava freqüentes queixas dos moradores, porque outro hábito comum na cidade era o despejo dos penicos cheios do alto dos sobrados, sem perdoar o caminhante que passava distraído pela rua, a qualquer hora do dia ou da noite. Os algozes ficavam à espreita por trás das janelas dos sobrados, esperando algum desafeto passar para “honrá-lo” com excrementos atirados pela janela. A situação era tão séria que em 1831 a Câmara Municipal editou um regulamento determinando que o arremesso de “águas servidas” para a rua só poderia ser feito à noite, e, mesmo assim, após ser dado um aviso prévio por três vezes seguidas: “Água vai!... Água vai!... Água vai!...”.

Quanto a drenagem hoje o vilão é a sacola do supermercado, que lançado na rua, acaba sendo levado para os Rios, e........

Bem e os copos plásticos, as garrafas, as.........???

A verdade é que na boca de lobo é mais um espaço disponível para a lixeira, e enquanto não for resolvida a questão educacional, vamos convivendo com as inundações das ruas.

Boca de Lobo/Lixeira
    Boca de Lobo com restrição de vazão, bonito, fácil execução, mas não funciona

    Boca de Lobo parcialmente obstruída, e lixo
Afinal com um histórico desfavorável para as bocas de lobo, fica muito difícil evitar as grandes inundações das vias urbanas,
Analisemos a noticia a seguir:
FÁTIMA LESSA - Agencia Estado (Estadao.com.br)
“Cerca de 60% do município de Cáceres (a 215 quilômetros de Cuiabá) está alagado. Depois de mais de 15 horas de chuvas ininterruptas, mais de 20 mil famílias foram atingidas. Segundo a assessoria da prefeitura, em cerca de 15 horas choveu em torno de 60 milímetros, o dobro do previsto para o mês inteiro”.
60 mm de chuva em 15 horas significa que cada metro quadrado de área da cidade recebeu 60 litros de água neste tempo.
Uma bacia de drenagem que tem um único ponto de destino das águas para o rio, tendo uma área de 1.630 Há, irá receber um volume de 978.000 m³, que dividido pelas 15 horas, irá resultar em uma vazão média de 65.200  m³/h ou 18,11 m³ /seg. Se a cidade é muito íngreme, a zona baixa irá inundar rapidamente, pois temos muito volume para as galerias convencionais; e no caso relatado por ser uma cidade plana irá virar uma piscina em pouco tempo se os canais não tiverem dimensões de promover o escoamento.

SEMELHANÇA????  "O volume de chuva que caiu em Rio Claro (SP) na última terça-feira está bem acima da média esperada para o período. Segundo o técnico da Estação Meteorológica o município registrou 62,2 mm de chuva em 24 horas."
"DRENAGEM É COISA MUITO SÉRIA"

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PROJETOS DE ENGENHARIA

PROJETOS DE ENGENHARIA

Na decada de 70, todas as obras de engenharia no ambito do saneamento básico, eram precedidos de  projetos que deviam passar pelo crivo dos técnicos do BNH (Banco nacional de habitação) orgão responsável pelo financiamento das obras. As exigencias na qualidade dos projetos não alterou, sendo hoje analisadas pelos técnicos da CEF, FUNASA, Ministério da Cidade e Integração, aliás são regras definidas na lei 8.666 (Lei das licitações), que define um PROJETO BÁSICO como "um conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução".

Na realidade o projeto básico deve conter todos os elementos, necessários para a execução da obra, o que implica quando tratar-se de saneamento, dizer apenas PROJETO DO EMPREENDIMENTO, pois não há mais espaço para destinação de recursos financeiros para projetos que não atendam integralmente as exigencias legais.
Assim teremos, projeto de rede de distribuição, projeto da estação de tratamento de esgotos......etc. pois para a sua consecução deve ser vencido as etapas de estudos preliminares, e estudos de concepção, e viabilidade, que irão definir o projeto a ser implantado, que obviamente estará em nivel apropriado para a sua execução, com avaliação do impacto ambiental, do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

Como exemplo um projeto de um sistema de abastecimento de água, somente  estará completo, quando contemplar:
1 - OUTORGA

A outorga é um dos instrumentos da política de recursos hídricos, de acordo com a lei estadual nº. 6.945/1997, que controla o uso quantitativo e qualitativo da água.

2 - LICENÇA PRÉVIA

É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental, devendo ser observados os planos municipais, estaduais e federais de uso dos recursos naturais e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

3 – PROJETOS DE ENGENHARIA

Os projetos de engenharia devem ser completos, onde se inclui:

Topografia

Sondagens

Estudo de Viabilidade Técnica e econômico financeira

Impacto Ambiental

Memoriais

Projetos Hidráulicos

Projetos de Drenagem

Projetos Hidrosanitários

Projetos Estruturais

Projetos Elétricos (AT e BT)

Macromedição

Automação

Acessibilidade

Projetos Arquitetônicos e Paisagismo

Métodos construtivos

Quantificação, Orçamento e cronogramas de prazo..................

Nesta condição estará sendo atendido a legislação, e garantido todas as condições necessária para a implantação da obra.

De todos os quesitos iremos abordar a questão do IMPACTO AMBIENTAL

DEFINIÇÃO

(*) – Fonte: educar

IMPACTO AMBIENTAL é a alteração no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas.

O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as conseqüências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos.

Antes de se colocar em prática o projeto, seja ele público ou privado, é preciso antes saber mais a respeito do local onde tal projeto será implementado, conhecer melhor o que cada área possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social (infraestrutura material constituída pelo homem e sistemas sociais criados).

O estudo para a avaliação de impacto permite que certa questão seja compreendida: proteção e preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.

Muitas vezes podemos encontrar grandes áreas impactadas, ou até mesmo países e estados, devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos naturais. A conseqüência pode ser poluição, uso incontrolado de recursos como água e energia etc.

E também podemos encontrar áreas impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz como conseqüência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico.

Avaliar para planejar permite que desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam estar caminhando juntas. Depois do ambiente, pode-se realizar um planejamento melhor do uso e manutenção dos recursos utilizados.

CADA CASO É UM CASO


Sabemos que Ambiente tem vários significados para pessoas e realidades diferentes. Não seria então estranho compreendermos que muitos projetos são propostos para ambientes diversos. Então, fazer uma análise ambiental é, antes de tudo, estudar as possíveis mudanças de características sócio-econômicas e biogeofísicas de um determinado local (resultado do plano proposto).

Devemos levar em consideração que nosso planeta é composto por muitos ecossistemas e ambientes com características próprias, não podendo haver um padrão único para o estudo.

O EIA - Estudo de Impacto Ambiental - propõe que quatro pontos básicos sejam primeiramente entendidos, para que depois se faça um estudo e uma avaliação mais específica. São eles:

1 - Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será feito e o tipo de material usado.

2 - Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísisco e/ou sócio-econômico) será modificado pela ação.

3 - Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando a proposta para o futuro.

4 - Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de tomada de decisão.

O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do Meio Ambiente. São elas:

1 - Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, levando em conta a hipótese da não execução do projeto.

2 - Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação das atividades.

3 - Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos ( área de influência do projeto), considerando principalmente a "bacia hidrográfica" na qual se localiza;

4 - Levar em conta planos e programas do governo, propostos ou em implantação na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis.

É imprescindível que o EIA seja feito por vários profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em conjunto. Esta visão multidisciplinar é rica, para que o estudo seja feito de forma completa e de maneira competente, de modo a sanar todas as dúvidas e problemas.

RIMA

O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual.

Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível ao público. Para isso, deve constar no relatório:

1 - Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos governamentais.

2 - Descrição e alternativas tecnológicas do projeto ( matéria prima, fontes de energia, resíduos etc.).

3 - Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto.

4 - Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação.

5 - Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não realização do mesmo.

6 - Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e o grau de alteração esperado.

7 - Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

8 - Conclusão e comentários gerais.

A obrigação da elaboração de um estudo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), na forma de um EIA/RIMA, é imposta apenas para algumas atividades com potencial altamente poluidor, pelos órgãos licenciadores competentes (estadual, municipal e o IBAMA) e pela legislação pertinente como a Resolução CONAMA no 001 de 1986, no âmbito do processo de licenciamento ambiental.

O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente são um conjunto, a diferença entre estes dois documentos é que apenas o RIMA é de acesso público, pois o EIA contém maior número de informações sigilosas a respeito da atividade. Assim, o texto do RIMA deve ser mais acessível ao público, e instruído por mapas, quadros, gráficos e tantas outras técnicas quantas forem necessárias ao entendimento claro das conseqüências ambientais do projeto.

O EIA/RIMA é feito por uma equipe multidisciplinar, pois deve considerar o impacto da atividade sobre os diversos meios ambientais: natureza, patrimônio cultural e histórico, o meio ambiente do trabalho e o antrópico.

O EIA/RIMA cumpre o princípio da publicidade, pois permite a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento ambiental que contenha este tipo de estudo, através de audiências públicas com a comunidade que será afetada pela instalação do projeto.”

DILEMA

Os executivos municipais em sua grande maioria estão centrados no resultado final, ou seja, a execução da obra, e vão sempre postergando os projetos, ou criando meios para mitigar custos de elaboração dos mesmos. Assim é limitado os órgãos públicos, e Prefeituras que possuem estoques de projetos, e a razão são sempre justificadas pela ausência de recursos financeiros.

Conclusão: Sem projetos não há obras, e com “Projetos feito nas cochas”, existe um custo dobrado, ou obras inacabadas.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

SISTEMA DE AUTOMAÇÃO, TELEMETRIA, TELECOMANDO E TELESUPERVISÃO NOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO.


No inicio tudo era escuro, (e em muitos projetos ainda continuam) e o controle "às cegas" das elevatórias de esgoto, reservatórios, captações não existiam e somente eram corrigidos os defeitos quando este já tinha causado muito estrago ao meio ambiente (esgoto), e na população usuária (água). Naquela época a única disponibilidade de controle era os relés, e muita coisa derivou deste magnífico componente, onde uma cadeia de comandos ligado/desligado possibilitou inúmeros arranjos de automação.

                                                                    Funcionamento de um relé


O computador, ah só muito tempo depois foi possível ter no Brasil, afinal existia uma lei na época do governo militar de proteção aos produtos nacionais, e a nossa tecnologia ficou muito tempo envolvida com  programas em linguagens ultrapassadas, e hardware pré históricos,  o que me fez lembrar do meu PC AS 1.000, tendo como monitor  a própria TV, que era concorrida com os desenhos animados da Disney.

                                                                                                                            Meu primeiro PC - 1980

                                                                                                                            Teclado em Destaque


A programação era feita em fitas cassete, e lida em um gravador acoplado a TV, a produtividade era de algo em torno de 20%, pois se perdia muito tempo com montagens, ajustes... etc.,  e montar um programinha era algo que exigia muita paciência, e dedicação. Falar em automação com um trambolho deste nem pensar.

 Hodiernamente, temos linguagens apropriadas, equipamentos, e uma diversidade de soluções de baixo custo que não podem estar ausentes nos projetos de engenharia envolvendo bombeamentos, e reservação, pois o custo – beneficio é muito expressivo.

 Imaginem uma captação distante 15 Km da unidade de tratamento. Temos a solução de colocar um homem para “morrer” de tédio “espiando” uma bomba em operação para avisar quando ocorrer alguma anormalidade, ou deixar em operação e deslocar um operador todos os dias para acionar um botão de ligar, e retornar para desligar. Esta tarefa com uma bicicleta é impossível, de moto dificílimo, tem os dias de chuva, que vai complicar esta ação, ou então automatizar.



O sistema mais comun de automatização em longas distancias, é baseado em rádios modem, utilizando a tecnologia de espalhamento espectral de freqüências (spread spectrum). As unidades remotas são equipadas com painéis elétricos dotados de CLPs. O software supervisório é configurado em ambiente Elipse.

 O sistema de automação funciona em protocolo mestre-escravo. A centralização de todas as comunicações se dá no microcomputador do CCO

(Centro de Controle e Operação da ETA). O CCO Espelho será instalado em local onde a visualização e controle do sistema também são desejados, e

estará interligado ao servidor de dados do CCO principal pela intranet da empresa. A água tratada nas ETAs é bombeada para os reservatórios por

estações elevatórias. Os níveis e parâmetros remotos necessários para o funcionamento de cada estação são lidos e repassados pelo computador

do CCO a cada UR (Unidade Remota), ou seja, a informação de nível do reservatório para o qual uma determinada elevatória recalca água é lida do

reservatório e enviada para a elevatória.

Todas as comunicações partem do CCO e são repetidas pelas estações repetidoras.

Tres são os componentes fundamentais do processo:

1 – Rádio Modem
O Rádio modem RMSS-900V2 projetado para utilização em sistemas de telecomando e telemetria ou para transmissão de dados utilizando um canal serial RS-232 ou RS-485. Faz uso da comprovada tecnologia FHSS, que dispensa licença de operação junto a Anatel, o transceptor estabelece comunicação serial entre computadores, CLP’s e instrumentos diversos.

 O FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum) ou Espalhamento Espectral por

Saltos em Freqüência foi inventado pela atriz Hedy Lamarr e pelo compositor George Antheil em 1941 e desenvolvido pelas forças armadas americanas a partir da Segunda Guerra Mundial, com a intenção de criar um sistema de comunicação por rádio mais protegido contra interceptações. As primeiras idéias sobre essa tecnologia, entretanto, datam das décadas de 20 e 30. A técnica de spread spectrum consiste em espalhar a transmissão no espectro de freqüências ocupando uma banda maior, mas com densidade de potência pequena. Os rádios spread spectrum utilizam as faixas de freqüências livres

adotadas por vários países, inclusive o Brasil, denominadas como bandas ISM

(Instrumentation, Scientific & Medical)

 Frequency hopping – O sinal transmitido é comutado rapidamente entre diferentes freqüências dentro de uma faixa do espectro de forma pseudo-aleatória e o receptor “sabe” onde encontrar o sinal a cada novo salto.


2 – CONTROLADOR PROGRAMÁVEL



Controlador Lógico Programável é um equipamento eletrônico digital com hardware e software compatíveis com aplicações industriais. É um aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para armazenar internamente instruções e para implementar funções específicas, tais como lógica, seqüenciamento, temporização, contagem e aritmética, controlando, por meio de módulos de entradas e saídas, vários tipos de máquinas ou processos.

 Um CLP é o controlador indicado para lidar com sistemas caracterizados por eventos discretos (SEDs), ou seja, com processos em que as variáveis assumem valores zero ou um (ou variáveis ditas digitais, ou seja, que só assumem valores dentro de um conjunto finito). Podem ainda lidar com variáveis analógicas definidas por intervalos de valores de corrente ou tensão elétrica. As entradas e/ou saídas digitais são os elementos discretos, as entradas e/ou saídas analógicas são os elementos variáveis entre valores conhecidos de tensão ou corrente.

3 – SISTEMA DE SUPERVISÃO



O principal sistema de supervisão disponível no mercado é o SCADA (proveniente do seu nome em inglês Supervisory Control and Data Aquisition) são sistemas que utilizam software para monitorar e supervisionar as variáveis e os dispositivos de sistemas de controle conectados através de drivers específicos. Estes sistemas podem assumir topologia mono-posto, cliente-servidor ou múltiplos servidores-clientes. Atualmente tendem a libertar-se de protocolos de comunicação proprietários, como os dispositivos PACs (Controladores Programáveis para Automação), módulos de entradas/saídas remotas, controladores programáveis (CLPs), registradores , etc, para arquiteturas cliente-servidor OPC (OLE for Process Control).

 Conclusão:


O cenário mudou, e temos a disdposição um expressivo volume de informações, e equipamentos disponiveis, assim não se justifica, um projeto não tendo a automação decomo item presente, pois torn-se fator de redução de custo operacional


 FELIZ NATAL 2.011

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