domingo, 14 de agosto de 2016

AS ÁGUAS RESIDUÁRIAS QUE PRODUZIMOS

AS ÁGUAS RESIDUÁRIAS QUE PRODUZIMOS

Todo imóvel residencial deve ter um fornecimento de água tratada para todas as necessidades humanas, quer seja para consumo, tomar banho, lavar roupas, lavar utensílios domésticos, e limpeza em geral. Essa água que recebemos em nossa residência e acumulamos em um reservatório deve ter uma qualidade que é definida pelo Ministério da Saúde, trata-se da PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Ao utilizarmos esta água, alteramos as suas características e produzimos o que chamamos de ÁGUAS RESIDUAIS, que é vulgarmente denominada de ESGOTO, ou ÁGUAS SERVIDAS.

Depois de alterado a sua característica original, As águas residuais passam a conter basicamente matéria orgânica e mineral, em solução e em suspensão, assim como alta quantidade de bactérias e outros organismos patogênicos e não patogênicos.

Outros produtos podem ser indevidamente jogados descarga abaixo e lançados na rede de águas residuais, como estopas, chupetas e outros materiais relacionados a crianças, objetos de higiene feminina, tais como absorventes, ou ainda produtos tóxicos de origem industrial, preservativos usados, etc.

E é aí que reside um dos maiores problemas para as redes coletoras, para as elevatórias e Estação de Tratamento, trata-se do mau uso das instalações para o uso da água tratada e consequente produção das águas residuárias, pois o comportamento no lar, acaba conduzindo a elevados custos de operação e manutenção do sistema de Esgotamento Sanitário, pois é muito comum a presença dos seguintes materiais que são lançados indevidamente na rede coletora.


Nesta listagem coletamos 28 (Vinte e oito) itens mais comuns, além de óleos e graxas que deveriam ficar retidos nas caixas de gordura das residências. Trata-se portanto de materiais que não tem nada a ver com as águas residuárias que deveriam ser produzidas, e são frutos de uma ausência de educação para o uso das instalações sanitárias, e que devem ser motivo de constantes campanhas de educação do público usuário.

Esses materiais provocam o entupimento de ligações, das redes, e exige a construção de elevatórias mais robustas, e com muito impacto de vizinhança em decorrência da necessidade de limpeza constante do lixo jogado nas redes coletoras.

As estações de tratamento de esgoto, utilizam o método biológico, por meio de bactérias anaeróbicas e ou aeróbicas, e que devem ter um ambiente saudável onde se alimentam da matéria orgânica, e correm o risco de serem mortas, com o lançamento indevido de produtos tóxicos na rede coletora, tais como ácidos, gasolina, lubrificantes, entre outros….e quando isto acontece compromete todo o processo de tratamento, exigindo um prazo de restabelecimento de vida das colônias de bactérias.

A parcela da matéria orgânica presente nos esgotos sanitários é composta por um número muito grande de microrganismos vivos, oriundos, principalmente, do intestino dos indivíduos que contribuíram para a formação das vazões esgotáveis. A quase totalidade desses microrganismos são essenciais ao metabolismo interno dos alimentos que são ingeridos e são eliminados do interior do organismo quando se faz uso de bacias sanitárias ou mictórios, por exemplo.

A massa líquida resultante da mistura das excretas humanas com águas de descargas também é denominada de águas negras ou águas imundas. Essas águas misturadas às que procedem das atividades de asseio, chamadas de águas servidas, formam o esgoto doméstico.

EM MÉDIA A COMPOSIÇÃO DO ESGOTO SANITÁRIO É DE 99,9% DE ÁGUA E APENAS 0,1% DE SÓLIDOS, SENDO QUE CERCA DE 75% DESSES SÓLIDOS, SÃO CONSTITUÍDOS DE MATÉRIA ORGÂNICA EM PROCESSO DE DECOMPOSIÇÃO. NESSES SÓLIDOS PROLIFERAM MICRORGANISMOS. 

                           Gradeamento de Lixo lançado indevidamente na rede

 NESTA CONDIÇÃO AS REDES COLETORAS DE ESGOTO, PASSAM A SER REDES COLETORAS DE LIXO.

Não podemos considerar esta situação como normal, admiti-la, e continuar construindo projetos caríssimos, e operando sistemas com manutenção onerosas, em decorrência do mau uso das instalações.

A solução aventada pelo projetista, é a individualização do problema, transferindo-o para o usuário, com a instalação de caixas de inspeção nas calçadas, dotadas de grades seletoras de lixo, como forma de resolver o problema.

Assim quando o usuário lança uma roupa intima no vaso, ele vai sentir imediatamente o reflexo pois a sua ligação ficará entupida, levando-o a obrigação de desentupi-la, destampando a caixa de inspeção, retirando o lixo, e conduzindo-o para um local adequado, e que depois deve ser coletado pelo serviço de limpeza pública, e levado ao aterro sanitário.


terça-feira, 28 de junho de 2016

SANEAMENTO E CONCESSÃO

GOVERNO TEMER E CONCESSÃO EM SANEAMENTO


                                        https://youtu.be/ze8HrDC7jSY


José Casado: Enquanto isso…

 Por: Augusto Nunes 20/01/2016 às 7:44
 Publicado no Globo

Aconteceu num janeiro de nove anos atrás. Lula estava na primeira semana do segundo mandato, quando sancionou a Lei do Saneamento Básico (nº 11.445/2007):

“Estamos dizendo ao mundo: ‘olha, o Brasil está entrando na esfera do Primeiro Mundo e, de cabeça erguida, define, de uma vez por todas que, a depender do governo federal, não haverá momento na história futura deste país em que a gente deixe de priorizar o saneamento básico.”’

Governava há quatro anos, reelegera-se havia dois meses e continuava fascinado por culpar adversários pelo retrocesso. Estribado na ênfase, arrematou:

“Nós temos que trabalhar o dobro do que o governo passado para que a gente possa recuperar a irresponsabilidade a respeito do saneamento básico.”

Seu governo precisou de 32 meses para organizar um “grupo de trabalho” do plano de saneamento. E de mais 11 meses para regulamentar a lei, publicada três anos e meio antes.

Em janeiro de 2010, Lula entregou o poder a Dilma. O novo governo levou 41 meses e 13 dias — ou seja, 230 semanas — para promover a primeira reunião do “GT”. Aconteceu na terça-feira 14 de maio de 2014 — sete anos, quatro meses e dez dias depois do discurso de Lula.
Ano passado foi criado um “Grupo Técnico de Macrodiretrizes e Estratégias”, sob supervisão de um “Comitê Técnico” do Ministério das Cidades. Em dezembro, o “GT” criado por Lula, finalmente, conseguiu concluir sua primeira tarefa — nove anos depois da lei.

 Produziu um relatório de 156 páginas com proposta de 41 “macrodiretrizes” e 137 “estratégias”, enunciadas depois de consulta a 80 especialistas “empregando a técnica do método Delphi”. Acrescentou uma seleção de 23 indicadores.

A principal conclusão do “GT” foi:

 Lula construiu, e Dilma sustentou até agora um Plano Nacional de Saneamento Básico sem prazos ou prioridades.

Isto é, só existiu nos discursos presidenciais dos últimos 3.200 dias.

No relatório há um alerta para a degradação da qualidade da água potável nas maiores cidades. Entre 2010 e 2013, notou-se variação crescente (de 0,6 a 3,9%) nos percentuais de presença de coliformes em amostras coletadas nas saídas das estações de tratamento.

Pior é a situação na coleta de esgotos. A rede só alcança 58,2% dos domicílios. Entre 1995 e 2013 foi expandida à média anual de 1% ao ano, calcula a Confederação da Indústria. Desde 2007, cresce ao ritmo de 1,2% por ano.

Continua tudo igual, exceto nos discursos. Por isso, em 60 das cem maiores cidades, os baixos índices de coleta de esgoto resultam em altas taxas de internação por doenças diarreicas, responsáveis por mais de 80% das enfermidades causadas pelo inadequado saneamento ambiental, informa a pesquisadora Denise Kronemberger em estudo do Instituto Trata Brasil.
 As campeãs são Ananindeua, no Pará, Belford Roxo, no Rio, e Anápolis, em Goiás.

Sem prazos nem prioridades, o governo despeja dinheiro em obras definidas por critérios político-eleitorais. Ano passado, o Tribunal de Contas avaliou 491 contratos em cidades com mais de 50 mil habitantes, de 15 estados, que custaram R$ 10,4 bilhões.
 Encontrou de tudo: de obras paradas até a construção de uma estação de abastecimento de água em terreno contíguo a um cemitério. O lençol freático, claro, acabou contaminado.
 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

MEU QUERIDO POÇO CASEIRO



MEU QUERIDO POÇO CASEIRO
Em algumas cidades do Brasil, em especial na região norte, os poços caseiros, poço caipira, ou cisternas, ou poços rasos, ainda são uma preciosidade dos lares, quer seja na zona urbana como na periferia. Para alguns são fonte da água mais límpida e pura da natureza.

         - Minha água é saborosa

         - Minha água é limpinha

         - Esse poço foi perfurado por meu avô, e não seca

As cidades crescem, e também as fossas proliferam, a cidade tem no subsolo um mar de merda, pois é para o lençol freático que é conduzido todo liquido que é inserido no solo, e se há privilégios da zona alta, a zona baixa das cidades se concentram o maior grau de poluição do solo. Esta água se apresenta límpida em decorrência da filtração natural, que retém sólidos em suspensão, mas levam consigo elementos patogênicos que causam diarreias, giárdias, amebíase entre outras doenças decorrente da água.







Decorrente da situação financeira do país, os estados e municípios encontram-se em estado de penúria no que tange a investimentos. O saneamento como consequência não evolui, e com a migração constante, e crescente da zona rural para a zona urbana, temos como cenário um crescimento desordenado das cidades, e piora no que tange ao abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Assim a solução do abastecimento se concentra em perfurar poços caipiras, e o esgoto ser lançado na rua.







         - CONCESSÃO

No primeiro modelo exige a necessidade do município aportar capital público, que deverá ser somado ao capital privado. Esta é uma solução de difícil enquadramento pelos municípios a beira da falência.
No segundo modelo, o município repassa todo investimento para a iniciativa privada, o município define a tarifa, fiscaliza, regula os serviços, cobra responsabilidades contratuais e multa. Cabe ao empreendedor privado ainda devolver no fim do prazo de concessão dos serviços toda a infraestrutura construída para o município.
Porém quando existe esta iniciativa por parte do Prefeito, temos o início de uma maratona de POLITICAGENS, tais como:
         - Vão obrigar todos os moradores a entupir o seu Poço
         - A tarifa vai ser impossível do pobre pagar
         - Vão privatizar a água, que é um bem público
         - O prefeito tá vendendo a água
         - Vão mandar todos os funcionários embora
         - Os empresários só querem o dinheiro daqui
         -..............
E assim pioram cada vez mais a oportunidade de seu município receber melhorias, que irão valorizar a qualidade de vida, e agregar valor imobiliário, e atrais negócios. Desconhecem que para se fazer uma concessão o município exige no mínimo que:
         - A tarifa seja módica e definida pelo prefeito
         - A revisão de tarifa seja com base em regras pré estabelecidas, e que seja aprovada pelo prefeito
         - Que deve ser introduzida uma tarifa diferenciada, e que corresponde a 50% da tarifa normal, para beneficiar a população de baixa renda.
         - Que é exigido do empreendedor que ele invista segundo um planejamento, previamente elaborado que é o PMSB (Plano Municipal de Saneamento Básico)
         - Que uma fração da receita mensal deve ser repassada ao órgão municipal e estadual, que mantem a regulação e fiscalização.
         - Que o pessoal do sistema deve ser aproveitado, e contratado essencialmente a mão de obra local, salvo quando esta não estiver disponível.
Por outro lado, o sistema de água e esgoto NUNCA pode ser PRIVATIZADO (vendido), e quem quiser continuar utilizando o SEU POÇO CASEIRO é livre, ninguém vai obriga-lo a consumir água com qualidade, mas a experiência tem demonstrado que esta adesão é espontânea, tanto pelo valor do serviço, quanto pela redução de despesas com energia elétrica, e saúde, com perda de dias trabalhados decorrente de uma doença de origem hídrica.
 



Ahh, e tem mais…Mudar a política de saneamento em ano eleitoral, é municiar o adversário com elementos que podem leva-lo a perder as eleições, pois é.....ASSIM CAMINHA O SANEAMENTO BÁSICO POR AÍ.



ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO

  ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO   A notícia foi estampada em diversos jornais, água contaminada em Barão de Melgaço   A CAUSA: ...