segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CHORUME


CHORUME

Chorume é uma substância líquida resultante do processo de putrefação (apodrecimento) de matérias orgânicas. Este líquido é muito encontrado em lixões e aterros sanitários. É viscoso e possui um cheiro muito forte e desagradável (odor de coisa podre).

O processo de tratamento do chorume é muito importante para o meio ambiente. Caso não seja tratado, ele pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras, legumes, etc.).

Em função da grande quantidade de matéria orgânica presente no chorume, este costuma atrair moscas que também podem trazer doenças aos seres humanos.

Existe também o NECROCHORUME que é o líquido resultante do processo de decomposição de cadáveres. Há também, neste caso, a necessidade do tratamento desta substância nos cemitérios.

 
Implantar cemitérios em locais onde as características geológicas favorecem os fenômenos conservativos dos corpos ou reduzem a retenção do contaminante na camada superficial, e onde o lençol freático é pouco profundo, pode contaminar as águas subterrâneas. Túmulos em ruínas ou com rachaduras, problemas causados principalmente pela compactação do solo, por raízes de árvores e pela negligência dos proprietários, também favorecem a contaminação dessas águas.
 

Ao estabelecer que o lençol freático deve estar, no mínimo, a 1,5 m do fundo das sepulturas, a resolução do Conama ainda prevê que, se não for possível manter essa distância ou se as condições do solo não forem apropriadas, os sepultamentos devem ser feitos acima do nível natural do terreno, para reduzir o risco de contaminação.
 

A posição do lençol freático, as características do solo e outros aspectos (entre eles as rachaduras nas sepulturas) influenciam os riscos de contaminação das águas subterrâneas.
Quando o solo apresenta média permeabilidade e alta capacidade de adsorção e retenção do material argiloso, associada à grande distância até o lençol freático, o necrochorume move-se lentamente e as substâncias do contaminante são interceptadas na zona não saturada. Essa situação é classificada como de médio risco de contaminação de águas subterrâneas. Se a sepultura estiver abaixo do nível freático, pode ser inundada, gerando uma situação de extremo risco, já que, em geral, os caixões não são impermeáveis. Quando o solo tem elevada permeabilidade, o que permite a infiltração profunda do necrochorume, ou a distância para o lençol freático é inadequada, a situação é de alto risco, porque os contaminantes chegam facilmente às águas subterrâneas. Nesses casos, para diminuir a possibilidade de contaminação do aquífero, o sepultamento deve ocorrer acima do nível natural do terreno.
Um corpo de 70 quilos gera 30 quilos de necrochorume, por exemplo. “Os micro-organismos são levados pela água para fora do cemitério por quilômetros de distância, causando doenças como tétano, hepatite, febre tifoide e disenteria”,(Fonte: Geol. Leziro Marques Silva)
 
O Chorume sem duvida nenhuma é o maior problema ambiental associado a operação e gerenciamento de aterros sanitários, por causa da considerável poluição que pode causar em contato com o solo, águas superficiais e subterrâneas.
 Através dos processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos surge o chorume, um líquido poluente, de cor escura e odor nauseante com alta concentração de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO). Esses processos, somados a ação da água das chuvas, carregam compostos orgânicos altamente solúveis presentes nas massas de lixo aterradas nos lixões para o meio ambiente.
Esse líquido pode atingir os lençóis freáticos, poluindo esse recurso natural. A elevada carga orgânica presente no chorume faz com que ele seja extremamente poluente e danoso às regiões por ele atingidas, principalmente se resíduos industriais fazem parte do lixo depositado.
 
Composição do chorume
 A composição físico-química do chorume é extremamente variável. Esse líquido pode conter altas concentrações de metais pesados, sólidos e compostos orgânicos oriundos da degradação de substâncias metabolizadas (carboidratos, proteínas e gorduras).
 
·         A matéria orgânica aparece como fonte principal dos metais Níquel, Mercúrio, Cobre, Chumbo e Zinco.
·         Os plásticos aparecem como principal fonte de Cádmio, Chumbo, Cobre que se manifestam nos metais ferrosos.
·         O papel também é uma fonte importante de Chumbo.
·         O Manganês é usado na produção de aço, baterias, palitos de fósforo e porcelana.
 
O estudo dos metais pesados no chorume vem sendo considerado prioritário nos programas de promoção da saúde em escala mundial, pois todas as formas de vida podem ser afetadas direta ou indiretamente pela presença de metais pesados.
Embora muitos metais sejam essenciais para o crescimento dos organismos e para suas reações biológicas, o seu acúmulo em altos níveis é tóxico e causa sérios riscos, tanto para as plantas quanto para os animais, consequentemente passando esses elementos para os predadores, o que pode danificar os sistemas biológicos e os processos bioquímicos a curto, médio e longo prazo. Muitos metais são essenciais para o crescimento de todos os tipos de organismos, mas apenas quando em baixas concentrações, pois em altas concentrações danificam os sistemas biológicos, já que os organismos, incapazes de eliminá-los, vão acumulando-os.
 
No Brasil, o Chorume coletado em tanques de captação dos aterros sanitários é recirculado e/ou transportado para estações de tratamento de esgoto, onde é submetido a degradação microbiológica.  As concentrações de metais presentes no líquido coletado nos aterros sanitários são analisadas segundo a CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que definiu os valores máximos permitidos para concentrações de metais em efluentes líquidos, assim disposto no Artigo 24 de sua Resolução:
 
Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. 
 
A Necessidade de uma Consciência
 
Tratar o chorume visa evitar a contaminação da água dos mananciais, o que compromete os recursos hídricos e consequentemente, os seres aquáticos bem como os frutos e vegetais que da água também dependem para crescer. A grande quantidade de matéria orgânica no chorume é também responsável por atrair insetos, como baratas, moscas, mosquitos, além de roedores, que podem ser veículo de transmissão de doenças para os seres humanos.
Se faz necessária a divulgação de informações desta ordem com o intuito de despertar uma nova consciência na sociedade. Afinal, se continuarmos a consumir sem a preocupação de reciclar, mais lixo será gerado e mais resíduos sólidos serão enviados ao local onde se formará o chorume. Dessa forma, devemos obter produtos que minimizem o impacto ambiental desenvolvendo também uma nova cultura de consumo.
Selecionar adequadamente o material destinado ao lixo, separando-o em orgânico e não orgânico, embora pareça ser pouco, já representa uma mudança de hábitos significativa na compreensão do grande problema ecológico que enfrentamos hoje. (Fonte: Território Extremo)
 
 
 
Tratamento do Chorume
 
É muito complexo operar uma estação de tratamento de chorume com sucesso, dada a elevada Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), a presença de metais pesados e de substâncias tóxicas, que inibem o processo e comprometem o resultado final, “Os tratamentos nem sempre são suficientes para enquadrar os efluentes nos padrões legais para lançamento em corpos de água”, A Cetesb tem constatado que boa parte dos aterros sanitários envia o chorume para as estações de tratamento de esgoto.
Assim, “diminuíram os problemas causados por esse agente poluente e também o número de autuações por esse motivo no estado de São Paulo”

Para serem despejados em cursos de água, os líquidos de aterro devem atender às normas ambientais. Do contrário, a única alternativa é a coleta e o transporte até as estações de tratamento de esgoto. Cabe à CETESB fiscalizar a operação dos aterros e verificar se o chorume está devidamente coletado e tratado.  

Como a quantidade de chorume gerada é proporcional à incidência das chuvas, que varia nas diversas regiões (em função do balanço hídrico local), a melhor estratégia de preservação ambiental passa pela tentativa de minimizar a infiltração das águas pluviais na massa do aterro, seja por meio de cobertura da área ou de drenagem. Também se armazena o chorume em tanques, de onde depois são transportados para tratamento junto com os esgotos.

O esgoto sanitário, por exemplo, apresenta uma DBO da ordem de 300 mg/litro, enquanto que a DBO do chorume vai de 3.000 a 17.000 mg/litro. O chorume apresenta ainda concentrações de metais pesados e substâncias tóxicas. O descarte do chorume num corpo de água gera depleção de oxigênio, causando impactos como a mortandade de peixes e deixando a água imprópria para os usos a que se destina
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(Fonte: Alfredo Rocca – Cetesb)
 

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