ESGOTO DE TEMPO SECO – PARTE 2
COLETA
DE ESGOTO NO BRASIL:
- · 48,6% da população têm acesso à coleta de esgoto.
- · Mais de 100 Milhões de brasileiros não tem acesso a este serviço.
- · Mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.
- · Mais da metade das escolas brasileiras não tem acesso à coleta de esgotos.
- · 47% das obras de esgoto do PAC, monitoradas há 6 anos, estão em situação inadequada. Apenas 39% de lá para cá foram concluídas e, hoje, 12% se encontram em situação normal.
- · Cerca de 450 mil pessoas nos 15 municípios paulistas têm disponíveis os serviços de coleta dos esgotos, porém não estão ligados às redes, e, portanto, despejam seus esgotos de forma inadequada no meio ambiente.
Fontes:
Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2014)
Estudo
Trata Brasil “Ociosidade das Redes de Esgoto – 2015”
Censo
Escolar 2014
ENTRE AS 100 MAIORES CIDADES BRASILEIRAS, APENAS 10 DELAS TRATAM
ACIMA DE 80% DE SEUS ESGOTOS.
ASSIM DIANTE DESTE QUADRO, TODA INICIATIVA É FUNDAMENTAL PARA EVITAR A POLUIÇÃO DO RIOS.
E uma delas é a coleta de
esgoto de tempo seco, por meio das galerias já existentes. Deve-se salientar
que esta é uma medida preliminar, até que se tenha recursos financeiros para se
construir um sistema definitivo denominado separador absoluto.
Assim
em condições normais, todo esgoto concentrado nos canais são derivados para uma
Estação de Tratamento, e quando chove o esgoto muito diluído é direcionado ao
rio.
Em
Cuiabá, o Rio recebe uma carga de esgoto oriunda de 04 córregos, que
transformaram-se em canal de drenagem, e coletor tronco de esgotos domésticos.
São eles:
·
CANAL
DO MANÉ PINTO
·
CANAL
DA PRAINHA
·
CANAL
DO GAMBÁ e
·
CANAL
DO BARBADO
A
PRIMEIRA INICIATIVA de TRATAMENTO DE
ESGOTO da região central da cidade de Cuiabá, ocorreu na década de 80,
com a construção da Estação de Tratamento no bairro Dom Aquino, denominada ETE Zanildo da Costa Macedo. Junto com
esta ETE diversas bacias tiveram a implantação de redes coletoras, estando
atualmente algumas destas redes totalmente deterioradas.
A
ETE, ficou inconclusa até a data atual (2017), principalmente no que tange ao
tratamento do lodo, que já no início de operação teve uma grande quantidade de
equipamentos roubados.
ETE ZANILDO DA COSTA MACEDO
Localização da ETE: Bairro Dom Aquino
A
ULTIMA INICIATIVA, é datada da década de 90 e teve como proposta transportar o
esgoto concentrado no canal do Mané Pinto e da Prainha para a ETE.
RESUMO DO PROJETO
1
– Canal do Mané Pinto
Durante o período de estiagem,
todo esgoto do canal do Mané Pinto, seria derivado para um coletor tronco por
gravidade, que conduziria este esgoto até a Estação Elevatória da Prainha, e
desta para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Quando ocorresse uma chuva,
remotamente seria enviado um comando para as válvulas, e estas abririam, dando
passagem plena do esgoto diluído para o Rio Cuiabá.
Porém por negligencias
operacionais, as válvulas eram rotineiramente abertas por “Pescadores” que
precisavam que o esgoto chegasse ao rio, para fomentar o acumulo de peixes
principalmente a Papa Terra, ou Curimbatá, que tinham ali um rico ceveiro.
Da Estação de Derivação do
canal, o esgoto era conduzido até a Elevatória da Prainha, por meio de um
coletor tronco de ferro fundido 600 mm.
Atualmente tanto a estação de
derivação como o coletor foram desativados.
2
– Canal da Prainha
Na foz do canal da Prainha, foi
construído uma Estação de Derivação semelhante ao do Mané Pinto, porém junto
com esta derivação foi construído uma Elevatória para transportar todo esgoto
vindo do mané Pinto assim como da Prainha para a ETE (Estação de Tratamento de
Esgoto).
Durante o período de estiagem
todo esgoto do canal da prainha era derivado para a elevatória, e quando
ocorresse chuva, válvulas comandadas remotamente fechavam a derivação deixando
o canal livre para condução do esgoto diluído.
Atualmente esta estação
elevatória encontra-se Paralisada.
Estação Elevatória de
Esgoto da Prainha
O que minimiza o aspecto visual
do lançamento do esgoto destes dois importantes coletores tronco de esgoto do
centro da capital, é a vazão do Rio Cuiabá após a construção da Barragem do
Manso que “contratualmente” deve ser mantido em um mínimo de 100 m³/s.
Antes deste período o Rio
Cuiabá com uma vazão que já atingiu uma mínima de 65 m³/s apresentava uma
poluição visual tanto na foz da Prainha como do Mané Pinto, com formação de
extensa nuvem de espuma, cujo fenômeno era frequente na região do porto e estava
associado à baixa vazão do rio e a presença de esgoto doméstico não tratado. A
falta de oxigênio da água dificulta a degradação do detergente doméstico.
AUFA de Curimba
(Para alegria dos "Pescadores", sem precisar abrir nenhuma válvula)