sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ÁGUA (BOA) DE BEBER


ÁGUA (BOA) DE BEBER
Quando aluno do curso de admissão no Grupo Escolar Idalina de Farias, em Nortelândia, aprendi nas aulas de geografia, que a água quando própria para o consumo humano deveria ser: Insípida, Inodora e Incolor, ou seja: Não deveria ter nenhum sabor ou gosto, não deveria ter cheiro, e finalmente não ter cor. Naquela época as residências eram abastecidas por poços caseiros, que se coletados em diferentes pontos da Cidade iriam apresentar todas estas características, e, portanto estavam aptas para serem consumidas.

    Escola Estadual Prof. Idalina de Farias - Nortelândia

Ledo engano, pois em uma ação da FSESP (Fundação de Saúde Publica), hoje Funasa, foi identificado que a totalidade das fontes de abastecimento, apesar de não possuir as características de Sabor, Cor, e Cheiro era imprópria para consumo, pois continham elementos microscópicos denominados bactérias oriundas da proximidade com as fossa sépticas. Acrescento-se, portanto uma característica biológica, para definir a qualidade da Água de Beber.

Com o advento do fornecimento de “água encanada”, surgiu um novo problema tendo em vista que os materiais disponíveis para a construção das redes de distribuição limitavam-se ao Cimento Amianto, e ao Ferro Galvanizado, sendo que este último tinha uma vida útil muito pequena em algumas localidades, em detrimento de outras, o que levou a descobrir a influencia do PH da água na formação de incrustações nos tubos. Assim em locais com PH neutro (próximo de 7), não tinha ocorrência de incrustações, ao contrário de locais com elevada alcalinidade ( PH acima de 7). Em águas acidas (PH abaixo de 7), ocorriam a corrosão dos tubos.

Tubo com incrustação – (a secção em alguns casos bloqueia totalmente).

A solução encontrada foi a utilização da Cal, em um processo de pós tratamento objetivando manter a água de beber com PH neutro (PH = 7), ou levemente alcalino.

Em algumas localidades eram verificadas uma grande incidência de aumento de volume do pescoço dos moradores, doença denominada Papo, ou Bócio, que se descobriu a posteriori, que era originada pelo consumo de água sem a quantidade de Iodo requerida pelo corpo humano. Assim a água de beber além de ser Insípida, Inodora, e Incolor, deveria ter ausência de bactérias, e ter um componente mineral fundamental que era o Iodo.

Como a população brasileira não tinha acesso a águas de beber com estas qualidades, o Governo federal achou a solução para a falta de Iodo, adicionando-o ao sal de Cozinha que era acessível para todos. No Brasil o Iodo já é misturado ao sal à 30 anos, suprindo as necessidades humanas e evitando muitas doenças. A quantidade ideal de consumo é de 20mg até 60mg de iodo por cada quilo de sal, segundo normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo ele também quem faz o controle e a fiscalização do produto que consumimos.

Em algumas localidades observou-se uma grande incidência de doenças renais (Cálculo renal), observou-se nestas localidades que a água de beber, possuía uma elevada concentração de cálcio, magnésio, potássio, sódio.... o que confere um elevado grau de alcalinidade a água, provocando assim acúmulos de cristais que não são absorvidos pelo organismo. O que confirma a necessidade da água de beber ter uma neutralidade de PH, não devendo ser nem ácida e nem alcalina, para ser ideal ao consumo.

Depois de meio século de aprendizado, continuamos a nos balizar pelas aulas do curso primário, pois se detectamos apenas cor, cheiro e gosto, a água é ideal para consumo e vamos nós continuando nossa vidinha, sem visualizar nenhuma conseqüência de saúde, pois entendemos que compete aos governantes a manutenção de um rígido controle aos fornecedores de água em todos os pontos de consumo, independente do numero de pessoas do aglomerado urbano.

O Governo Federal por meio da PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, devendo os produtores de água para consumo humano observarem:

1 – Quanto a Microbiologia
Ausência de contaminação por fezes...........E.Coli = 0
                                                   Coliformes fecais = 0
2 – Quanto aos aspectos físicos e químicos
Turbidez da Água < = 0,5 Ut
Tempo de contato mínimo com Cloro de 9 a 26 minutos, para saída com 1,0 mg/l
Nitrato <= 10 mg/l
Nitrito  <= 1 mg/l
Trihalometanos Totais <= 0,1 mg/l
Cor Aparente <= 15 uH
Dureza Total <= 500 mg/l
Ferro <= 0,3 mg/l
O grande problema é: Quem fiscaliza?

2 comentários:

  1. Tenho um blog que tem como tema, atividades de sobrevivência e montanhismo, posso compartilhar este post, com meus leitores (oncanegrasobrevivencia.blogspot.com)

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