ÁGUA (BOA)
DE BEBER
Quando aluno do
curso de admissão no Grupo Escolar Idalina de Farias, em Nortelândia, aprendi
nas aulas de geografia, que a água quando própria para o consumo humano deveria
ser: Insípida,
Inodora e Incolor, ou seja: Não deveria ter nenhum sabor ou gosto, não deveria
ter cheiro, e finalmente não ter cor. Naquela época as residências eram
abastecidas por poços caseiros, que se coletados em diferentes pontos da Cidade
iriam apresentar todas estas características, e, portanto estavam aptas para
serem consumidas.
Escola
Estadual Prof. Idalina de Farias - Nortelândia
Ledo
engano, pois em uma ação da FSESP (Fundação de Saúde Publica), hoje Funasa, foi
identificado que a totalidade das fontes de abastecimento, apesar de não possuir
as características de Sabor, Cor, e Cheiro era imprópria para consumo, pois
continham elementos microscópicos denominados bactérias oriundas da proximidade
com as fossa sépticas. Acrescento-se, portanto uma característica biológica,
para definir a qualidade da Água de Beber.
Com
o advento do fornecimento de “água encanada”, surgiu um novo problema tendo em
vista que os materiais disponíveis para a construção das redes de distribuição
limitavam-se ao Cimento Amianto, e ao Ferro Galvanizado, sendo que este último
tinha uma vida útil muito pequena em algumas localidades, em detrimento de
outras, o que levou a descobrir a influencia do PH da água na formação de
incrustações nos tubos. Assim em locais com PH neutro (próximo de 7), não tinha
ocorrência de incrustações, ao contrário de locais com elevada alcalinidade (
PH acima de 7). Em águas acidas (PH abaixo de 7), ocorriam a corrosão dos
tubos.
Tubo
com incrustação – (a secção em alguns casos bloqueia totalmente).
A
solução encontrada foi a utilização da Cal, em um processo de pós tratamento
objetivando manter a água de beber com PH neutro (PH = 7), ou levemente
alcalino.
Em
algumas localidades eram verificadas uma grande incidência de aumento de volume
do pescoço dos moradores, doença denominada Papo, ou Bócio, que se descobriu a
posteriori, que era originada pelo consumo de água sem a quantidade de Iodo
requerida pelo corpo humano. Assim a água de beber além de ser Insípida,
Inodora, e Incolor, deveria ter ausência de bactérias, e ter um componente
mineral fundamental que era o Iodo.
Como a população
brasileira não tinha acesso a águas de beber com estas qualidades, o Governo
federal achou a solução para a falta de Iodo, adicionando-o ao sal de Cozinha
que era acessível para todos. No Brasil o Iodo já é misturado ao sal à 30 anos,
suprindo as necessidades humanas e evitando muitas doenças. A quantidade ideal
de consumo é de 20mg até 60mg de iodo por cada quilo de sal, segundo normas
estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo ele também quem faz o controle e
a fiscalização do produto que consumimos.
Em algumas
localidades observou-se uma grande incidência de doenças renais (Cálculo
renal), observou-se nestas localidades que a água de beber, possuía uma elevada
concentração de cálcio, magnésio, potássio, sódio.... o que confere um elevado
grau de alcalinidade a água, provocando assim acúmulos de cristais que não são
absorvidos pelo organismo. O que confirma a necessidade da água de beber ter
uma neutralidade de PH, não devendo ser nem ácida e nem alcalina, para ser
ideal ao consumo.
Depois de meio século
de aprendizado, continuamos a nos balizar pelas aulas do curso primário, pois
se detectamos apenas cor, cheiro e gosto, a água é ideal para consumo e vamos
nós continuando nossa vidinha, sem visualizar nenhuma conseqüência de saúde,
pois entendemos que compete aos governantes a manutenção de um rígido controle
aos fornecedores de água em todos os pontos de consumo, independente do numero
de pessoas do aglomerado urbano.
O Governo Federal por
meio da PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, Dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade, devendo os produtores de água para consumo
humano observarem:
Ausência de
contaminação por fezes...........E.Coli = 0
Coliformes fecais = 0
2
– Quanto aos aspectos físicos e químicos
Turbidez da Água <
= 0,5 Ut
Tempo de contato
mínimo com Cloro de 9 a 26 minutos, para saída com 1,0 mg/l
Nitrato <= 10 mg/l
Nitrito <= 1 mg/l
Trihalometanos Totais
<= 0,1 mg/l
Cor Aparente <= 15
uH
Dureza Total <=
500 mg/l
Ferro <= 0,3 mg/l
O grande problema é:
Quem fiscaliza?
Excelente post
ResponderExcluirTenho um blog que tem como tema, atividades de sobrevivência e montanhismo, posso compartilhar este post, com meus leitores (oncanegrasobrevivencia.blogspot.com)
ResponderExcluir