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segunda-feira, 6 de junho de 2011

LODO DE ESGOTO x USO AGRICOLA

LODO DE ESGOTO x USO AGRICOLA

O lodo orgânico é o principal subproduto do tratamento de esgotos, e contem produtos que foi utilizado pela população nas áreas abrangidas pela rede coletora de esgoto.

Portanto a sua constituição e a produção de lodo proveniente do esgoto podem atingir valores muito altos, sendo necessário buscar soluções para o tratamento correto destes resíduos, e suas possíveis aplicações no ambiente. Alguns projetos de estações de tratamento simplesmente ignoram a forma de destino desse material, que acaba se tornando uma situação gerenciada de forma emergencial por parte dos operadores, com altos custos financeiros e ambientais, comprometendo os benefícios de todo o sistema de coleta e tratamento de esgotos.

Mais de 90% de todo lodo produzido no mundo tem sua disposição final por meio de dois processos principais:

1. Disposição em aterros sanitários e
2. Uso agrícola.

Outros métodos conhecidos são a de disposição oceânica, a disposição superficial e a incineração, sendo que estes não são mais utilizados na atualidade.


  • O método de Incineração utiliza a decomposição térmica via oxidação, tornando o resíduo menos volumoso, menos toxico, ou convertendo-o em gases ou resíduos incombustíveis. É uma alternativa utilizada nos Estados Unidos, Europa e Japão, porem no Canadá esta ocorrendo um processo de desativação dos incineradores, visto que a população tem se manifestado contra esta técnica, incentivando processos mais ecológicos.
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  • A disposição oceânica representa cerca de 6% dos biossólidos produzidos nos Estados Unidos e na Europa, sendo que atualmente vem sendo substituída pelo uso agrícola. A pratica foi proibida nos Estados Unidos e desde o ano de 1992 não é mais utilizada e provavelmente no futuro bem próximo não haverá mais a disposição oceânica de lodos.
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  • A disposição superficial com o espalhamento do lodo em grandes áreas, para que ocorra sua oxidação, gera problemas ambientais relacionados ao odor, presença de vetores, à lixiviação e a contaminação do lençol freático.
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  • A disposição em aterros sanitários depende da localização em áreas próximas aos centros urbanos onde o lodo é produzido, sendo que o terreno deve ter características especiais de impermeabilização, e condições geomorfológicas.
E finalmente a disposição com uso agrícola, valorizando os solos com a aplicação de lodos de ETEs devidamente tratados constituindo uma forma de descarte ambientalmente adequada deste resíduo, sendo usado para recuperação de solos com possibilidades de retorno econômico positivo para a atividade agrícola. O material orgânico presente nesses resíduos aumenta a resistência dos solos à erosão, atuando como excelente fonte de nutrientes, principalmente de nitrogênio e fósforo pois este biossólido contem matéria orgânica, e micronutrientes que exercem um papel fundamental na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo, melhorando a capacidade de armazenamento e de infiltração de água no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão.

Esta alternativa possui um grande beneficio, pois transforma um resíduo em um insumo agrícola, capaz de fornecer matéria orgânica e nutriente ao solo; assim como reduz os efeitos adversos à saúde causados pela incineração, diminuindo a dependência de fertilizantes químicos, e melhorando as condições para o balanço do CO2 pelo incremento da matéria orgânica no solo. Porém para que esta aplicação seja segura os biossólidos necessitam passar por processos de redução de patógenos e de atratividade de vetores, o que implica em um tratamento adequado para esta finalidade.

Ou seja, enquanto os efluentes das estações de tratamento de esgoto já se apresentam devidamente tratados, podendo ser lançado nos corpos d águas, os sólidos provenientes dos esgotos (lodo) necessitam de uma etapa posterior de tratamento para sua disposição no solo, este processo de tratamento é denominado de higienização do lodo, que ocorre a partir da remoção ou inativação dos microrganismos patogênicos por mecanismos físicos - químicos e/ou biológicos.

Os principais sistemas de higienização do lodo são:

1. Caleação

2. Temperatura e

3. Compostagem

Dentre estas alternativas a utilização da energia solar para higienização e secagem do lodo apresenta-se como promissora em Mato Grosso, sendo mais que suficiente para promover uma temperatura de 55 a 70oC por mais de 1h no lodo.

                                                                                          leito de secagem

                                                         Lodo pré higeinizado por temperatura
 

Como tratamento complementar pode ser utilizado a Caleação (CaO) que é um processo barato, de fácil aplicabilidade e bastante eficiente, gerando um produto alcalino, de alta reatividade, em condições de corrigir a acidez do solo.

A caleação do lodo é um processo de higienização que consiste na mistura de cal virgem (CaO) ao lodo em proporções que variam de 30% a 50% em função do peso seco do lodo. A cal em contato com a água do lodo resulta em uma reação exotérmica. Os fatores que intervêm no processo de desinfecção são a alteração da temperatura, a mudança do pH e a ação da amônia resultante de reações ocasionadas pelo aumento de temperatura e pH.

A calagem inviabiliza os ovos de helmintos sendo que os ovos remanescentes não apresentam viabilidade biológica, portanto, não apresentam potencial efetivo. Alem de que adicionalmente, a cal minimiza odores gerados por lodos de esgoto, promovendo uma maior estabilização dos processos biológicos.


Com um destino mais nobre, o resíduo além de ajudar o produtor na economia de fertilizantes, aumenta a produtividade


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