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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PER CAPITA – ÚLTIMO CAPITULO (Acho....)


PER CAPITA – ÚLTIMO CAPITULO (Acho....)

O consumo “per capita” é um parâmetro extremamente variável entre diferentes localidades, dependendo de diversos fatores dentre os quais destacam-se:

·         Os hábitos higiênicos e culturais da comunidade;

·         A quantidade de micro medição do sistema de abastecimento de água;

·         As instalações e equipamentos hidráulico-sanitários dos imóveis;

·         Os controles exercidos sobre o consumo;

·         O valor da tarifa e a existência ou não de subsídios sociais ou políticos;

·         A abundância ou escassez de mananciais;

·         A intermitência ou regularidade de abastecimento;

·         A temperatura média da região; a renda familiar;

·         A disponibilidade de equipamentos domésticos que utilizam água em quantidade apreciável;

·         Os índices de industrialização;

·         A intensidade e tipo de atividade comercial, entre outros.

 

(1)  “O consumo médio efetivo per capita (qm), isto é, o consumo sem perdas, numa cidade com sistema de água em funcionamento regularmente pode ser obtido dividindo-se o volume total de água distribuída (micro medido), durante um mês, pelo número de dias desse mês e pelo número de habitantes beneficiados.

 
“Com os dados de 12 meses faz-se a média anual desse consumo efetivo “per capita”, sendo expresso geralmente em litros por habitantes e por dia (l/hab.dia).”

 
Até o ano de 1.999, todas as cidades do estado de Mato Grosso, eram administradas pela Sanemat, que tinha como política, a implantação do sistema de abastecimento de água, e não exercia nenhum controle sobre o consumo,  a quantidade de residências com efetivo controle por meio de hidrômetros era nulo, pois não se investia além da rede e ligações. As tarifas eram muito inferiores ao custo operacional, e não representava ônus ao consumidor, que consumia a mais que sua necessidade, pois o valor da conta sempre era igual no final de cada mês.

 Com a mudança de gestão após o ano de 1.999, o empresariado responsável pela operação dos sistemas priorizou o controle do consumo, e implantaram 100% de medidores em todas as localidades, nesta condição ocorreu uma inversão no comportamento de consumo, e o valor financeiro passou a ser preponderante, e passou a ser o único fator na definição do per capita de água nas Cidades.

 O valor da tarifa, associado com um rígido controle do consumo, fez com que a população ficasse vigilante nas suas ações de consumo, evitando desperdícios e assim garantindo uma conta dentro do orçamento de cada mês. Portanto todos os novos projetos devem ser apoiados nesta premissa e não em números estatísticos do passado, com valores exorbitantes de per capita que relacionava o consumo com o tamanho das cidades conforme tabela a seguir:

 
Porte da Comunidade
 
Faixa da população
(habitantes)
 
Consumo per capita
(l/hab.dia)
Povoado rural
< 5.000
90 – 140
Vila
5.000 – 10.000
100 – 160
Pequena localidade
10.000 – 50.000
110 – 180
Cidade média
50.000 – 250.000
120 – 220
Cidade grande
> 250.000
150 – 300

 Apoiado na metodologia referenciada, a Unidade de negócio da Sabesp do médio Tietê, analisou 83 sistemas de abastecimento de água, com população beneficiada variando de 80 a 113.000 habitantes, durante o período de dois anos, e obteve os seguintes resultados: Fonte: (Anais do 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental)

 
Faixa da população
(habitantes)
 
Consumo per capita
(l/hab.dia)
< 2.000
130
2.000 – 10.000
125
10.000 – 50.000
133
>50.000
128

Valor Médio: 129 l/hab.dia

 Estes resultados demonstraram, que apesar das características particulares de cada município, o consumo médio efetivo “per capita” em termos de população, não variou de forma significativa, indicando, dessa forma, que não houve correlação entre os dados em estudo. Assim o numero de habitantes não influi em comportamento de consumo.

 Com uma visão focada na redução de custos de implantação de sistemas de Abastecimento de Água e conseqüentemente de esgotos, analisamos com a mesma metodologia descrita em (1), e obtivemos os seguintes resultados para três cidades representativas no Estado de Mato Grosso.

 Amostragem 1  qm = 134,14 l/hab.dia

Amostragem 2  qm = 126,19 l/hab.dia

 Amostragem 3  qm = 132,36 l/hab.dia

Média: 130,90 l/hab.dia

 
Analisando especificamente bairros implantados por meio de programas sociais do Governo Federal, obtivemos os valores a seguir, que demonstram claramente a restrição do consumo em núcleos de baixa renda.

 Amostragem 4  qm = 99,91   l/hab.dia

 Amostragem 5  qm = 96,40   l/hab.dia

 Média:  98,15  l/hab.dia

 Na amostragem 5, com População predominantemente carente e dependente de ajudas sociais, apresentamos o levantamento de campo a seguir:

 

Nesta amostra a restrição é característica da população, que consome um pouco mais nos meses mais quente do ano, mas mantém uma regularidade de consumo.

 Os projetos são ainda onerados quando a densidade habitacional não é observada pela ótica estatística do IBGE, que publica em seus anais valores distintos em função das características de cada município, fruto do levantamento censitário.

 
“Segundo o IBGE, a queda na densidade domiciliar em dez anos foi mais acentuada do que os 9,6% observados entre os Censos de 1991 e 2000. Em 2000, a média de moradores em domicílios particulares ocupados era de 3,8. Em 2010, o índice passou para 3,3. A tendência persiste, segundo o Instituto, tanto na área urbana quanto na área rural.

 
A Região Norte, de acordo com o que aponta a Sinopse, tem a maior densidade domiciliar (4), enquanto a Sul apresenta a menor (3,1). “A tendência de declínio é uma característica geral e está diretamente relacionada à redução da fecundidade.”

 
Alguns exemplos:

Nortelândia: 3,64 hab./dom

Campo Verde: 3,54 hab./dom

Chapada dos Guimarães: 3,70 hab./dom

Juara: 3,76 hab./dom

Nobres: 3,81 hab./dom

Barra do Bugres: 3,65 hab./dom

 

Perdas

 Decorrente do processo operacional é impossível manter um sistema com perda zero, porém com uma ótima execução e um controle operacional, esta variável fica situada entre 5,0 e 20%, valor que deve ser acrescido na produção, para garantir a demanda projetada.

 
Conclusão:

Diante destas observações estatísticas, recomendamos a adoção de Per Capita, menos acadêmicos pois esta condição onera os investimentos e não traz nenhum resultado positivo adicional sob a ótica operacional, ressaltando que é condição fundamental que o sistema implantado tenha um rígido controle de consumo, e uma cobrança com punições de cortes, para usuários inadimplentes, e desonestos com o uso do tradicional “gato”, além de que as perdas devam ser controladas e corrigidas.

 Nosso estudo envolveu apenas a Categoria Residencial, sendo que, em cada caso em particular, deve ser analisada a inclusão de Grandes Consumidores, e consumidores nas Categorias Comerciais, Industriais e Públicas, para definição da demanda de projeto.

 
Agradecemos a colaboração especial do Eng. Lindberg Rodrigues dos Santos, Cláudio Sidnei Christófoli e outros anônimos.

 

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