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terça-feira, 12 de julho de 2011

CANTEIRO BIOSÉPTICO



CANTEIRO BIOSÉPTICO


http://www.youtube.com/watch?v=nhz0qzDVLkc

(tecnologia finalista no prêmio Tecnologia Social 2009 promovido pela Fundação Banco do Brasil).


Conhecida popularmente por “fossa de bananeiras”, é uma técnica de tratamento de efluentes domésticos desenvolvida pelo Ecocentro IPEC para solucionar o problema da poluição existente em zonas urbanas e periféricas com os efluentes dos sanitários convencionais jogados em ‘sumidouros’. Vale lembrar que, em comunidades com mais de 500 habitantes/km2, a biologia do solo não consegue realizar a eliminação completa de patógenos e, particularmente onde o lençol freático está próximo da superfície, o problema pode chegar a sérios riscos para a saúde pública. Por isso, o canteiro bio-séptico é uma opção segura, barata, bonita e sustentável ao saneamento básico.



Funcionamento


Ele é facilmente construído com materiais prontamente disponíveis no mercado e de baixo custo. Uma escavação de 1m X 1m X 4m é feita em nível no terreno e esta vala é repetida paralelamente. Dentro da vala é construída uma câmara para receber os efluentes e a construção é feita de com tijolos de 6 furos, tijolos maciços e meias-manilhas de concreto, de forma a receber os efluentes para um tratamento biológico híbrido.



O tratamento híbrido - O efluente é digerido anaerobicamente pelos micro-organismos presentes. Na medida em que o nível aumenta, o líquido alcança os furos dos tijolos e sai para uma segunda câmara preenchida com material poroso, como argila expandida, e propicia a digestão aeróbica da matéria orgânica e mineral. Nos quinze centímetros superiores da vala são plantadas bananeiras e outras plantas hidrófilas que fazem a evaporação do líquido remanescente.

Não há efluentes e as plantas produzem alimento de ótima qualidade.

As fossas sépticas largamente utilizadas na maioria das residências, apenas removem os sólidos, sem eliminar a contaminação por patógenos humanos. Elas precisam ser esvaziadas regularmente, e quando isto não ocorre a qualidade das águas subterrâneas fica comprometida.

No canteiro bio-séptico o funcionamento é diferente. Ele é um sistema completo, que associa a digestão anaeróbica (sem presença de oxigênio) a um canteiro séptico que digere toda a matéria orgânica na zona de raízes das plantas em conjunto com micro-organismos aeróbicos (com a presença de oxigênio). A água é evapo-transpirada, eliminando totalmente qualquer tipo de resíduo, além de produzir biomassa viva, inclusive frutos!

O plantio de espécies que gostam de muita água deve ser feito imediatamente. Estas plantas podem ser bananeiras, taiobas, bambus, entre outras.

Não plante nenhum alimento de raiz, como mandioca ou batata doce, pois os tubérculos estariam em contato com o efluente e não são comestíveis.

Os frutos (bananas, por exemplo) podem ser comidos, pois não existe perigo de contaminação.

Lembre-se que é necessário regar estas plantas até que estejam bem estabelecidas, mesmo que o sistema entre em funcionamento imediatamente, pois é necessário um tempo até que o líquido do esgoto alcance o nível das raízes.

O canteiro bio-séptico funciona como uma horta, porém recebe água de baixo para cima. Quando esta água (o esgoto) é pouca, é necessário regar para não deixar as plantas morrerem.

O resultado é um sistema sem efluentes, pois toda a água é absorvida e evaporada pelas plantas enquanto a matéria sólida (0,1% do volume total) é transformada em minerais inertes, que são alimentos para as plantas. É assim que a natureza sempre trabalhou para limpar a água poluída.

A presença de minhocas e outros organismos do solo, como cascudos e insetos, não se assuste, isto é sinal de que o seu sistema de tratamento está funcionando muito bem e o solo está ficando mais fértil! Estes organismos auxiliam na digestão.

Fonte: (tecnologia finalista no prêmio Tecnologia Social 2009 promovido pela Fundação Banco do Brasil).

segunda-feira, 4 de julho de 2011

SANEAMENTO NO TEMPO DO JECA TATÚ

SANEAMENTO NO TEMPO DO JECA TATÚ
Ano – 1.920

Cenário: Esgoto a céu aberto, escorrendo nas ruas


Sanitários: Privada – Latrina – Pé de Bananeira


Apesar de um crescimento exponencial, nas regiões de garimpo, já havia por parte dos desbravadores, uma visão urbanística e as cidades eram projetadas no estilo nordestino, em razão da maioria dos desbravadores de mato grosso serem oriundos, da Bahia, Maranhão, nordeste de Minas..... as ruas eram estreitas, as casas geminadas “de parede e meia” e os terrenos geralmente estreitos e compridos, em média de 8 a 10 m de largura por 30 a 40 m de comprimento, e neste espaço eram edificados a residência, a privada, a cisterna, e outras instalações para lavagem de roupas e louças.



As cisternas possuíam profundidades de até 15,00 e eram revestidas com tijolos, na sua parte mais inconsistente de solo, porém como eram construídas em proximidades inferiores a 10,0m das fossa estas acabavam contaminando de forma imperceptível a fonte de água da residência.

Neste cenário surgiram varias doenças, porém a que mais chamou atenção dos sanitaristas foi o amarelão, decorrente de duas espécies de vermes, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus, e que ainda parasitam cerca de 900 milhões de pessoas no mundo e matam 60 mil anualmente. O Ancylostoma duodenale adulto possui de 8 a 18 mm de comprimento e de 400 a 600 mm de largura. O Necator americanus pode medir de 5 a 11 mm de comprimento e de 300 a 350 mm de largura.

Após a cópula, as fêmeas desses nematelmintos liberam ovos no intestino delgado humano, que são eliminados junto com as fezes. No solo e em condições adequadas, como boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada, dos ovos sairão larvas que, após várias transformações, alcançarão um estágio infectante. Nessa forma, poderão penetrar pela pele, conjuntiva, mucosas ou por via oral, quando houver a ingestão de alimentos ou água contaminados. A penetração da larva na pele causa uma sensação de “picada”, com aparecimento de vermelhidão, prurido e inchaço (edema) na região. Desse local ela vai para a corrente sanguínea e leva alguns dias sofrendo várias transformações, até alcançar o intestino delgado. Nessa região atingirá o estágio adulto tornando-se capaz de copular e liberar ovos. A infecção provoca dor abdominal, perda do apetite, náuseas, vômitos e diarréia, que pode ser ou não acompanhada de sangue. Também pode causar anemia, visto que, no intestino delgado, os adultos dessa espécie também aderem à mucosa intestinal e alimentam-se intensamente do sangue do hospedeiro. A ancilostomose ocorre preferencialmente em crianças com mais de seis anos, adolescentes e em indivíduos mais velhos.



Neste cenário dois fatos merecem destaques:

• O primeiro protagonizado por Monteiro Lobato, que tendo que enfrentar a vida no campo, em decorrência de uma herança recebida, conviveu com uma população, anêmica, e preguiçosa, que foi motivo de muitas criticas de sua parte, até perceber que as pessoas não eram assim, estavam assim, por conta de uma grave doença causada pela ausência do saneamento básico; iniciava neste instante uma grande campanha cujo personagem principal era o Jeca Tatú, e o objetivo era a prevenção contra o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus que são espécies aparentadas de vermes parasitas nematelmintos, com corpos filiformes e fêmeas (com até um centímetro) maiores que machos. As suas extremidades anteriores têm a forma de um gancho, especialmente nos Necator, e possuem boca armada com placas ou espinhos duros e bastante resistentes.


                                                            Necator Americanus




  • O segundo fato, é protagonizado pela FSESP Fundação de saude Publica, que hoje evoluiu para a atual Funasa, que tinha como foco a prevenção, que constituia em:

PREVENÇÃO

• Utilização de calçados (sapato ou sandália), evitando o contato direto com o solo contaminado;

• Fornecimento de infra-estrutura básica para a população, proporcionando saneamento básico e condições adequadas de higienização;

• Ter o máximo de cuidado quanto ao local destinado ao lazer das crianças, pois acabam brincando com terra;

• Educação da comunidade, bem como o tratamento das pessoas doentes

Nesta epoca, (Década de 50), a FSESP utilizava de uma grande estratégia, para resolver o problema de falta de recursos para o Saneamento Básico, e consistia em atuar junto a população buscando motivar a mão de obra gratuita, em regime de mutirão, o que era conseguido com a seguinte estratégia:

1. Convocação e reunião dos moradores para em praça publica, assisterim uma palestra, e alguns filminhos do Jeca Tatú.

2. Entrega de recipiente para coleta de fezes do mais idoso, e das crianças de cada residencia.

3. Marcavam uma próxima reunião pra uma data previamente agendada

4. Na data da segunda reunião, era mostrado a estatistica das análises de feses, e demonstrado aos pais que o destinoi das crianças estavam em suas mãos, devendo apoiar com a sua mão de obra, para realizar a implantação de projetos que invariavelmente, era a de captações em minas, e distribuição no centro mais populoso.

5. E obviamente, o objetivo era conseguido pois nenhum pai gostaria de saber que pela sua atitude em não colaborar e lacrar as cisternas, o seu filho poderi morrer ou ficar comprometido com a sua inteligencia.

Dai pra frente era uma manutenção com um potente lombrigueiro....



SANEAMENTO ATUAL


Ano – 2.011

Cenário: Esgoto a céu aberto, escorrendo nas ruas

Sanitários: Privada – Latrina (Foram para dentro das residências, e ganharam status com “tronos” bem elaborados) – Pé de Bananeira, ainda continuam em algumas comunidades.



Na maioria das cidades, a solução com “agua encanada” já é uma realidade, mas o esgoto continua fluindo a ceu aberto pelas ruas, ou contaminando o lençol freatico que agora não mais é captadso pelos poços caseiros, mas sim pelos ribeirinhos localizados a jusante das cidades, somente afastamos o problema de nossos quintais e transferimos para o quintal de nossos vizinhos, não temos mais nenhum defensor do saneamento como o Monteiro Lobato, e continuamos sem recursos para o saneamento, e pior sem a mão de obra gratuita que assentava as tubulações;


Nos grandes centros temos ainda a figura dos “cidadões”, que se negam a ligar, a sua fossa na rede coletora, assim como se negam a pagar um custo necessário para o afastamento do esgoto e consequente tratamento, afinal o problema já passou para o quintal do vizinho, e seus filhos não terão nenhum contato com o esgoto.

Resultado: Vamos vivendo um Jeca melhorado


segunda-feira, 23 de maio de 2011

TRATAMENTO PRIMÁRIO:

TRATAMENTO PRIMÁRIO:



A GARANTIA DO SUCESSO NAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO.

Os processos de tratamento dos esgotos são formados por uma série de operações unitárias empregadas para a remoção de substâncias indesejáveis, ou para transformação destas substâncias em outras de forma aceitável.

A remoção dos poluentes no tratamento, de forma a adequar o lançamento a uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade estabelecido pela legislação vigente, está associada aos conceitos de nível e eficiência de tratamento.

O tratamento preliminar, ou Primário, objetiva por meio de mecanismos estritamente físicos apenas a remoção dos sólidos grosseiros (materiais de maiores dimensões e areia) e, em decorrência, parte da matéria orgânica.

O tratamento Preliminar é a barreira, que garante as condições iniciais de projeto, do sistema secundário e terciário de tratamento, é nesta fase que se bloqueia principalmente a areia, que produz o assoreamento do sistema de tratamento, reduzindo áreas e volumes, e comprometendo o tratamento.
Gradeamento, com Limpeza manual diária


Desarenador Convencional

 Desarenador Tipo Ciclone

Quando inexiste o tratamento preliminar, ou não é feito a manutenção no processo, as condições de projeto, operação e manutenção deixa de existir e haverá o desequilíbrio entre as condições locais e as cargas poluidoras, e os inconvenientes dos processos aparecerão: exalação de mau cheiro, estética desfavorável, DBO efluente elevada, coliformes fecais em excesso, mosquitos, etc.

e quando se trata de lagoas que abrangem normalmente áreas extensas, as conseqüências do mau funcionamento podem atingir grandes comunidades, principalmente em relação ao mau cheiro. De acordo com a forma predominante pela qual se dá a estabilização da matéria orgânica, as lagoas costumam ser classificadas em:

Lagoas anaeróbias: Onde predominam processos de fermentação anaeróbia; imediatamente abaixo da superfície não existe oxigênio dissolvido. Na verdade tudo se passa como num digestor anaeróbio ou numa fossa séptica. Ocupam áreas menores que as lagoas facultativas, mas têm eficiência mais baixa na remoção de DBO. A profundidade fica em torno de 2,0 a 5,0 metros.

Lagoas facultativas: Nas quais ocorrem, de forma simultânea, processos de fermentação anaeróbia, oxidação aeróbia e redução fotossintética. Há predominância de decomposição anaeróbia, devido ao depósito de lodo no fundo. A zona aeróbia situa-se na parte superior, e na zona intermediária encontra-se a camada facultativa. Sua profundidade varia normalmente entre 1,0 e 2,0 metros.

Lagoas de maturação: São unidades dispostas após a lagoa facultativa, com o objetivo, principalmente, de aumentar a remoção de organismos patogênicos, através da ação dos raios ultravioletas do Sol. Também reduz sólidos em suspensão, nutrientes e uma parcela de DBO. Algumas estações de tratamento contam com várias lagoas de maturação, dispostas em série após a lagoa facultativa. Com adequado dimensionamento podem ser conseguidas remoções de coliformes maiores que 99,99%.

Quando não existe um tratamento preliminar eficiente, somado a um mal gerenciamento da recepção de caminhões fossa, tem como conseqüência a deterioração do sistema de tratamento.

      ETE Tipo lagoa - Sem tratamento preliminar  e lançamento de caminhões Fossa

ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO

  ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO   A notícia foi estampada em diversos jornais, água contaminada em Barão de Melgaço   A CAUSA: ...