segunda-feira, 13 de maio de 2013

RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA E PAISAGÍSTICA DOS RECURSOS NATURAIS ATRAVÉS DE PLANTAS.


JARDINS FILTRANTES

 
FUNCIONAMENTO

Todos os tratamentos baseiam-se em princípios bastante semelhantes, que é a capacidade depuradora da chamada zona de raízes, onde as raízes de espécies cuidadosamente selecionadas associam-se aos micro-organismos existentes nesta região para juntos exercerem a remoção de poluentes específicos em cada caso.
O tratamento promovido dentro dos Jardins Filtrantes consiste em transformar os nutrientes N e P, compostos orgânicos, metais e componentes da matéria orgânica, os processos que ocorrem nos jardins desempenham papéis importantes nos ciclos do carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre, transformando-os, como se segue:
 I.             Nitrogênio (N)
 
Em substratos aeróbicos, nitrogênio orgânico pode se mineralizar em amônia, onde as plantas e microrganismo podem utilizá-la adsorvidos pelas cargas negativas das partículas ou difusa na área. No processo de amonificação, microrganismos metabolizam o nitrogênio ligado, liberando compostos de amônio. A conversão posterior dos sais é denominada nitrificação. Como a amônia está difusa na área, a bactéria Nitrosomonas pode oxidar a mesma transformando-a em nitrito.


A bactéria Nitrobacter é responsável pela oxidação do nitrito em nitrato. Este processo é chamado de nitrificação. Plantas e microrganismos podem assimilar nitrato, ou a bactéria anaeróbica pode reduzir o nitrato (desnitrificação) em gás nitrogênio (N2), onde o nitrato se difunde na água anóxica (falta de oxigênio).

Os Jardins Filtrantes são compostos sucessivamente por filtro aeróbico (1° estágio) e anaeróbico (2° estágio). Em cada filtro, o potencial de redução varia muito devido à profundidade do filtro. Como resultado, Jardins Filtrantes apresentam uma grande variabilidade de potencial de redução permitindo que o ciclo do nitrogênio se faça por completo. Finalmente, todo o nitrogênio é removido do efluente, sendo transformado em N2 e/ou extraído pelas plantas que precisam como um importante nutriente.

 
I.             Fósforo (P)


O fósforo é frequentemente o nutriente limitante em sistemas de água doce e pode ter impactos significantes sobre a jusante dos receptores de água.

O fósforo chega aos filtros dos Jardins Filtrantes como sólido suspenso ou como fósforo dissolvido. Significativas quantidades de fósforo associadas com sedimentos são depositadas nos filtros.

O fósforo dissolvido é processado pelos microrganismos presentes no substrato dos filtros, pelas plantas e pelos mecanismos geoquímicos. A remoção microbiana do fósforo do substrato ou da água é rápida e altamente eficiente, entretanto, após a morte das células, o fósforo é liberado novamente. Similarmente, para plantas, uma pequena decomposição faz com que o fósforo seja liberado. Para evitar a liberação do fósforo é necessária a poda da biomassa vegetal. Esta operação maximiza a remoção biótica do fósforo no sistema dos jardins Filtrantes.

 Fósforo é extraído principalmente por plantas que necessitam do mesmo como um nutriente limitante. Para evitar o retorno do fósforo através de plantas mortas a biomassa produzida com a poda não deve ficar nos Jardins


II.            Carbono


Os filtros armazenam carbono no interior do substrato e nas plantas. O armazenamento de carbono é uma função importante dentro do ciclo de carbono. Desta maneira os filtros funcionam como um sumidouro de carbono no qual a decomposição de matéria orgânica permanece estável.

 

I.             Enxofre (S)
 
O sulfato é o ânion mais comum presente na água. A redução do sulfato é um indicador das condições anaeróbicas presentes, enquanto que a oxidação de sulfeto é um indicador de condições aeróbicas. A obtenção do sulfeto se deve à redução de sulfato através de bactérias anaeróbicas.
 
II.            Sólidos em suspensão
O fluxo lento e a área de interceptação existente nos jardins auxiliam a remoção dos sedimentos citados. As remoções dos sólidos suspensos incluem sedimentação, agregação e interceptação.
- Sedimentação: as partículas maiores e mais pesadas são sedimentadas na entrada do efluente. Partículas menores e menos densas exigem um tempo de detenção maior nos Jardins. A sedimentação é promovida através dos substratos ou pelos detritos das plantas, que reduzem a coluna de água no filtro e mistura as partículas.
 -Agregação: é o processo pelo qual as partículas tendem a se flocularem naturalmente, resultando na decantação. 
-Interceptação: as menores partículas (bactérias, colóides) podem não se agregarem o suficiente com o tempo de detenção nos filtros. Para estas partículas, o único mecanismo de remoção se resume à adsorção das mesmas pelas superfícies submersas, ou seja, úmidas.
No tratamento preliminar  há a retensão dos sólidos suspensos. As partículas se acumulam em uma camada que é drenada e mineralizada, sendo removida ao atingir uma altura de 20 cm de substrato.
Vitória Régia Fomentadora de oxigenio
Raiz de Planta Filtrante
 
 
Crédito:

segunda-feira, 22 de abril de 2013

AUTOMAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO


É de fundamental importância que a operação de uma ETA ou ETE seja apoiada em dados reais medidos, o que leva a economia de produtos químicos, segurança operacional, e agilidade na tomada de decisão. Um dos principais parâmetros de controle é a vazão, a partir da qual deriva todas as ações de controle.
O PH da água bruta em algumas ETAs varia com muita frequência, em decorrência do comportamento de regime de chuvas, e de descargas de barragens a montante, e a ação de controle dos dosadores devem ser imediatas, sob pena de se produzir por algum tempo água de qualidade fora dos padrões.
Nas ETEs, a variação brusca do PH pode ser originária de um lançamento clandestino, ou de lançamentos de caminhões fossa com produtos não permitidos na ETE, e devem ser detectados imediatamente sob “pena de morte do reator”. A Turbidez é outra variável, que em muitos casos está associada a variação do PH, e deve ter um monitoramento continuo, para garantia da qualidade da água tratada distribuída a população. Outro elemento de controle fundamental é o nível dos reservatórios, cujo monitoramento permite garantir a operação econômica por meio de liberações em horários de pico de energia, e evitar extravasamentos que aumenta o custo operacional.

Em decorrência da visão operativa, bem como os custos envolvidos a maioria das Estações de Tratamento não dispõe de nenhum destes controles, e a operação segue na base do improviso. Atualmente porém já encontra-se disponibilizado no mercado, instrumentos de controle que para facilidade de instalação dispensam inclusive a utilização de cabeamentos, e a transmissão de dados é feita via rádio, como por exemplo o COMPUTADOR DE INSTRUMENTAÇÃO Cirus, de fabricação Infinium, onde este equipamento pode receber a informação via rádio de até quatro sensores na planta de tratamento, indicando e  armazenando dados para uso imediato e estatísticos.

 
 
O computador de instrumentação é um equipamento projetado para a indicação, transmissão e controle de sensores de campo, tais como nível, vazão, analisadores de cloro, analisadores de turbidez, dentre outros, assim com apenas um único Cirus é possível monitorar até 4 elementos primários de forma simultânea e distribuídos pela planta, o mesmo possuem comunicação digital RS485 e ainda interface via rádio para leitura de sensores em distancias maiores.
 
Um exemplo típico de instalação em uma ETA, é descrito a seguir:
Na calha parshall, instala-se três sensores, que irão enviar ao computador de instrumentação as informações de vazão, de PH e de turbidez, e no reservatório de água tratada, outro sensor irá monitorar o Nível de forma instantânea.  Pode-se ainda optar por sensores de cloro, de pressão entre outros, o que não é mais oportuno é descartar tecnologias que atualmente são muito baratas, em comparação com os benefícios auferidos com a sua utilização.
Em uma ETE, de forma análoga dois sensores na calha parshal, monitoram a vazão de entrada, e o PH do esgoto afluente, alarmando em condições externas aos parâmetros  definidos, assim como dois sensores no efluente monitoram continuamente o PH, e a turbidez de saída.
Outros arranjos são possíveis em função da característica de cada planta.
 

quarta-feira, 6 de março de 2013

A ÁGUA QUE VAI PARA O RALO


A ÁGUA QUE VAI PARA O RALO

Quer seja no uso doméstico, comercial, no serviço público, ou nas indústrias, é muito grande o volume de água que vai para o ralo. Para que este volume de água chegue até o consumidor final, existe um grande aparato tecnológico, para garantir a potabilidade da água, o seu transporte pelas redes de distribuição, e controle de qualidade nos pontos de entrega a domicilio. Assim existe um volume de despesas geradas com a Energia Elétrica, com pessoal, produtos químicos, manutenções etc. a água tratada torna-se, portanto um produto muito caro para ser produzida e hoje em uma das maiores empresas de Saneamento do Brasil, que é a SABESP ainda lemos matérias como a seguir:

06 de Março de 2013 

Sabesp investirá R$ 80 milhões  para reduzir perda de água 

“A Sabesp (Companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo) irá investir R$ 80 milhões para diminuir os índices de perda de água em São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.”

“O último levantamento do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), feito anualmente pelo Ministério das Cidades, apontou que, em 2010, a perda de água em São Bernardo foi de 46,9%.”

Isto significa que quase a metade da água que chega à cidade vai para o ralo ou não é cobrada


“ Para diminuir a quantidade água que vai para o ralo, uma das ações será a troca de tubulações nos bairros. O diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, informa que a situação é agravada em São Bernardo, pois as redes e os ramais são muito antigos.
Além do desperdício e do prejuízo aos cofres da empresa, a perda também pode provocar problemas no Abastecimento, principalmente em locais mais altos. "Se o vazamento foi em um ponto baixo, pode provocar queda de pressão na rede e fazer com que a água tenha dificuldade para ser elevada", detalha Tavares de Souza. “

Fonte: Diário do Grande ABC


Na comunidade técnica do saneamento todo mundo sabe a solução, porém todas as ações que podem ser tomadas para reduzir esta quantidade de água que vai para o ralo, aumentando custos operacionais, e reduzindo receitas, demandam investimentos, que na sua ausência, mais água vai para o ralo.

Uma medida porém não deve deixar de ser tomada, que é a MICROMEDIÇÃO, sendo que a sua ausência é o indutor para o maior volume das PERDAS, investir em medição é o caminho para a solução de vários problemas decorrentes das perdas, porém não podemos ignorar o elevado valor do investimento desta ação, que tendo como base os preços de dezembro de 2.012, atinge o montante de R$ 120,76 por unidade padronizada com cavalete e micromedidor.



quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DIGESTÃO ANAERÓBICA


DIGESTÃO ANAERÓBICA


A digestão anaeróbica é o processo de decomposição orgânica onde as bactérias anaeróbicas, que sobrevivem na ausência de oxigênio, conseguem rapidamente decompor os resíduos orgânicos.

A digestão anaeróbica se divide em 04 estágios:

Hidrólise: estágio no qual as moléculas orgânicas complexas são quebradas em açúcares, amino-ácidos, e ácidos graxos com a adição de grupos hidroxila.

Acidogênese: continuação de quebra em moléculas menores ocorrendo formação de ácidos graxos voláteis (ex. acético, propiônico, butírico, valérico) e produção de amônia, dióxido de carbono e H2S como subprodutos.

Acetogênese: moléculas simples da acidogênese são digeridas produzindo dióxido de carbono, hidrogênio e ácido acético.

Metanogênese: ocorre formação de metano, dióxido de carbono e água.


DIGESTÃO ANAERÓBICA NO SER HUMANO


No homem, todo o sistema digestivo mede cerca de nove metros de comprimento. Em uma pessoa adulta saudável este processo pode levar entre 24 e 72 horas. A fisiologia da digestão varia entre indivíduos, e é influenciada por diversos outros fatores tais como as características dos alimentos e o tamanho da refeição.

O aparelho digestivo, nos humanos, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão. Sua extensão desde a boca até o ânus é de 6 a 9 metros em um ser humano adulto.

O papel da digestão é transformar as moléculas grandes e complexas dos alimentos em outras, pequenas, simples e solúveis. É somente após essas modificações que os nutrientes podem ser distribuídos por todo o organismo através do sangue e da linfa.
A digestão abrange processos mecânicos e químicos. Os primeiros correspondem à preparação e à mistura dos alimentos com as enzimas para a efetivação da digestão química. A mastigação, a deglutição e o peristaltismo (peristalse) são atividades mecânicas, controladas por ação nervosa, voluntária ou não. Já as etapas químicas de digestão, que dependem da produção e ação de numerosas enzimas e de outras substâncias auxiliares, são reguladas por ação nervosa e hormonal.

O tubo digestório humano compreende: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Suas glândulas anexas são os três pares de glândulas salivares (parótidas, sublinguais e submaxilares), o fígado e o pâncreas.
Na boca o alimento é mastigado e misturado à saliva, que contém uma amilase, a ptialina. Inicia-se aí o desdobramento das moléculas de amido.

Depois de algum tempo no estômago, o alimento se apresenta como uma pasta,  que passa lentamente para o duodeno. No duodeno, que é a porção inicial do intestino delgado, desembocam os canais do pâncreas (pancreático) e do fígado (colédoco).
Os produtos finais da digestão ficam em solução, o quilo, e em condições de serem absorvidos. Na parede intestinal, esses nutrientes chegam aos vasos sangüíneos e linfáticos e caem na circulação geral. Os restos que não são digeridos, misturados ainda a grande volume de água, passam para a primeira porção do intestino grosso, o ceco, uma espécie de bolsa que continua pelo cólon ascendente, do lado superior, e tem o apêndice do lado inferior.

O intestino grosso (cólon ascendente, transverso e descendente) é responsável por grande reabsorção de água; consequentemente, o material não-digerido que chega ao reto, sua porção final, já constitui as fezes, semi-sólidas. As fezes contêm ainda restos de descamação da mucosa digestiva e grande número de bactérias da flora intestinal, além dos pigmentos biliares que lhes dão a cor característica. Finalmente, a explusão das fezes se processa pela abertura do esfíncter anal, assim como a Flatulência ou flato (do latim flatus, sopro) é uma ventosidade anal que pode ser ruidosa ou não e tem um cheiro fétido. Tem origem dos gases que são ingeridos juntamente com a comida e, minoritariamente, dos gases acumulados durante o processo de digestão dos animais, na etapa de decomposição dos resíduos orgânicos dentro do intestino. Um desses processos é a fermentação de carboidratos por bactérias. A intensificação da flatulência pode ocorrer em pessoas ansiosas, que falam ao comer ou que comem muito depressa, ou em pessoas que sofrem de parasitoses intestinais.

O odor dos flatos provêm de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre e os mercaptanos livres na mistura. Quanto mais rica em enxofre for a dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no intestino, fazendo portanto com que estes gases cheirem ainda pior. O odor desagradável, porém, deriva de compostos do enxofre, como o gás sulfídrico.

Pratos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem esses gases. As leguminosas, como o feijão ou grãos, por exemplo, produzem grandes quantidades de gases, não necessariamente fétidos, isso se deve à presença de açúcares que os seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam aos intestinos, as bactérias produzem uma enorme quantidade de gás. Outros produtores notórios de gases são milho, pimenta, repolho e leite.

Resumo do processo: Entrada: Alimento para o ser humano
                                  Saida: Liquido, Sólido, e gás


DIGESTÃO ANAERÓBICA DO ESGOTO DOMÉSTICO





O esgoto é a água que foi usada pela comunidade em diversas atividades como lavagem de pratos na cozinha, banho, a descarga no vaso sanitário etc. Sendo que este esgoto doméstico é composto basicamente por 99.9% de água e 0.1% de sólidos (partículas orgânicas, inorgânicas, suspensas e dissolvidas, além de microorganismos). O tratamento de esgotos, portanto, se resume na remoção desta fração sólida com a máxima eficiência possível.


No tratamento do esgoto doméstico, em sistemas de segunda geração como o digestor anaeróbio de fluxo ascendente, UASB, tem se destacado por ser muito mais aplicado que os outros. Os UASB são reatores de manta de lodo no qual o esgoto afluente entra no fundo do reator e em seu movimento ascendente, atravessa uma camada de lodo biológico que se encontra em sua parte inferior, e passa por um separador de fases enquanto escoa em direção à superfície.

O reator Uasb em sua coluna ascendente consiste de um leito de lodo, sludge bed, uma zona de sedimentação, sludge blanket, e o separador de fase, gas-solid separator - GSS (Narnoli e Mehrotra, 1996). Este separador de fases, um dispositivo característico do reator (van Haandel e Lettinga, 1994), tem a finalidade de dividir a zona de digestão (parte inferior), onde se encontra a manta de lodo responsável pela digestão anaeróbia, e a zona de sedimentação (parte superior). A água residuária, que segue uma trajetória ascendente dentro do reator, desde a sua parte mais baixa, atravessa a zona de digestão escoando a seguir pelas passagens do separador de fases e alcançando a zona de sedimentação.

A água residuária após entrar e ser distribuída pelo fundo do reator UASB, flui pela zona de digestão, onde se encontra o leito de lodo, ocorrendo a mistura do material orgânico nela presente com o lodo. Os sólidos orgânicos suspensos são quebrados, biodegradados e digeridos através de uma transformação anaeróbia, resultando na produção de biogás e no crescimento da biomassa bacteriana. O biogás segue em trajetória ascendente com o líquido, após este ultrapassar a camada de lodo, em direção ao separador de fases.

No separador de fases, a área disponível para o escoamento ascendente do líquido deve ser de tal forma que o líquido, ao se aproximar da superfície líquida livre, tenha sua velocidade progressivamente reduzida, de modo a ser superada pela velocidade de sedimentação das partículas, oriundas dos flocos de lodo arrastados pelas condições hidráulicas ou flotados. Isto possibilita que este material sólido que passa pelas aberturas no separador de fases, alcançando a zona superior do reator, possa se sedimentar sobre a superfície inclinada do separador de fases. Naturalmente que esta condição dependerá das condições hidráulicas do escoamento. Desse modo, o acúmulo sucessivo de sólidos implicará consequentemente, no aumento contínuo do peso desse material o qual, em um dado momento, tornar-se-á maior que a força de atrito e, então, deslizarão, voltando para a zona de digestão, na parte inferior do reator. Assim, a presença de uma zona de sedimentação acima do separador de fases resulta na retenção do lodo, permitindo a presença de uma grande massa na zona de digestão, enquanto se descarrega um efluente substancialmente livre de sólidos sedimentáveis (van Haandel e Lettinga, 1994).

Na parte interna do separador de fases fica a câmara de acumulação do biogás que se forma na zona de digestão. O projeto do UASB garante os dois pré-requisitos para digestão anaeróbia eficiente: a) através do escoamento ascensional do afluente passando pela camada de lodo, assegura-se um contato intenso entre o material orgânico e o lodo e b) o decantador interno garante a retenção de uma grande massa de lodo no reator (van Haandel e Catunda,1995). Com o fluxo ascendente a estabilização da matéria orgânica ocorre na zona da manta de lodo, não havendo necessidade de dispositivos de mistura, pois esta é promovida pelo fluxo ascensional e pelas bolhas de gás (Oliva, 1997). 



Resumo do processo: Entrada: Alimento para as bactérias
                                  Saida: Liquido, Sólido, e Gás

Fonte: O Autor, Sanepar, Carlos Fernandes, internet




quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

VAZÃO


VAZÃO
Vazão em hidráulica é a quantidade de liquido que é transportada em uma unidade de tempo, e medida em uma secção de um conduto livre (Rio, Canal, Tubulação) ou de um conduto forçado por meio de uma tubulação.
No conduto livre a pressão na superfície do liquido é a pressão atmosférica. E no conduto forçado a pressão do liquido é maior que a pressão atmosférica.
A vazão está ligada a rapidez com que o líquido passa por uma determinada secção, Assim, pode-se escrever a vazão como:
Q = S x V
Onde:
Q = vazão
S = Área da Secção
V = velocidade
Assim com uma seção onde a área foi medida em m² e a velocidade de escoamento V em m/s, vazão Q,  é dada em m³/s.
Esta equação é denominada equação da continuidade e é invariável ao longo de qualquer caudal quer seja aberto ou fechado, livre ou sob pressão, desde que não haja contribuições, ou retiradas no percurso.
 Medir a vazão, porém não é uma atividade simplista, pois ao administrador interessa conhecer a vazão instantânea e a totalizada, para que possa gerenciar a atividade de produção quer seja em uma irrigação, ou no abastecimento de uma cidade, pois da vazão decorre quase todos os indicadores de gestão, principalmente as perdas.
Quando se trata de pequenos canais ou rios, a solução da vazão instantânea é mostrada conforme postado em:
Porém os maiores problemas residem na gestão de abastecimento das cidades, e nesta condição os projetos não contemplam este importante item operacional, e quando contemplam restringem apenas a medição instantânea nas etas por meio de calhas parshall.
Nas calhas para se ter, a precisão da totalidade de volume que foi transportado no dia ou em outro intervalo de tempo, ter-se-ia que medir todas as variações de vazões, as interrupções e a duração de CAD um destes eventos, o que é praticamente impossível, sem a utilização de uma instrumentação adequada.
Assim concluímos que toda gestão baseada na vazão instantânea por meio da vazão nominal das bombas, e na instantânea das calhas são todas vinculadas a uma margem de erro muito grande, o que infere no resultado dos indicadores dela derivada.
 Esta condição de não se implantar uma eficiente política de MACROMEDIÇÃO, nos sistemas de abastecimento de água era decorrente da ausência de instrumentos nacionais, e com custos compatíveis com cada infraestrutura implantada, porém atualmente esta condição está ultrapassada e é muito barata uma eficiente gestão de vazão do que os custos gerados pela sua não implantação.
Assim com o advento dos medidores ultrassônicos, e magnéticos, fazendo parte da indústria nacional, os custos já não são mais limitantes, assim como a montagem, calibração e manutenção.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

LODO – O VILÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO



LODO – O VILÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO

Em um sistema de tratamento quer seja de água bruta para a sua potabilização, ou de esgotos para um lançamento nos corpos receptores, sem agressão ao meio ambiente, temos sempre um subproduto que é o lodo, e este deve ter um tratamento especifico em ambos os casos, pois sem esta fase do processo as consequências ao sistema e ao meio ambiente são previsíveis.
Lodo lançado direto no meio ambiente, sem tratamento

 
1 – Lodo resultante do Tratamento de Esgoto


Após a digestão, quer seja anaeróbica ou aeróbica, irá sempre resultar um resíduo inerte que é o lodo. O termo inerte que utilizamos foi para caracterizar a ausência de matéria orgânica, que no lançamento iria “roubar” o oxigênio do corpo receptor, porém este lodo constitui uma massa que se for resultante de um tratamento por lagoas, irá acelerar o processo de assoreamento, e consequentemente reduzir o volume inicialmente projetado, comprometendo assim o processo de tratamento. E neste ponto o que se observa em 100% das lagoas que forma projetadas, operaram com eficiência inicial, e se degradaram em consequência do acumulo do lodo, e perderam a sua capacidade de tratamento, são unidades de passagem do esgoto, sem resultado efetivo no tratamento.
Remoção de Lodo de lagoas de Estabilização


Quando o tratamento é em estações aeróbicas, do tipo lodo ativado, haverá um instante em que será necessário o descarte do excesso, e consequentemente o seu tratamento; Porém infelizmente nada disto ocorre na totalidade de estações que temos conhecimento da aplicação do processo, e assim o meio ambiente recebe uma descarga com uma concentração elevada de lodo.

Portanto o lodo gerado nas estações deve fazer parte do fluxo de tratamento, e dependendo do tratamento utilizado, deve passar por algumas das seguintes fases.

Adensamento: Remoção de umidade (Redução de volume)

Estabilização: Remoção de matéria orgânica remanescente (Redução de sólidos voláteis)

Condicionamento: Preparação para a desidratação

Desaguamento: Remoção da umidade (redução de volume)

Higienização: Remoção de organismos patogênicos

Disposição final: Destinação final dos subprodutos
Fase do tratamento de lodo
 
 

Lodo aproveitado na adubação

2 – Lodo resultante do Tratamento de Água

As estações de tratamento de Água geram um descarte resultante das descargas rotineira de Floculadores, decantadores, e filtros; sendo que consequência da qualidade da água bruta, este lodo está com elevada concentração de argilas, matéria orgânica, e resíduo de produtos químicos utilizados no processo de tratamento. Deve-se salientar ainda que este lodo necessita de um grande volume de água para o seu descarte, o que implica no desperdício de um volume com características que facilitam o seu reaproveitamento com baixo custo. Em proporções inferiores porém com as mesmas características de agressão ao meio ambiente, este lodo deve ser evitado o seu descarte, porém conforme relatos das ETEs, são muito poucas as unidades de tratamento que possuem um eficiente sistema de reuso, e tratamento adequado do lodo remanescente.
                                                              Lodo em um Decantador
 
Lodo em um Decantador descartado sem tratamento


CRONOLOGIA DO CONTRATO DE CONCESSÃO DE ÁGUA E ESGOTO DE NORTELÂNDIA - MT

  FASE1 - Conforme Lei nº 084 de 12 de setembro de 2001 , originou a licitação e o Contrato de Concessão Plena para prestação de serviços de...