terça-feira, 30 de novembro de 2010

PERDAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

PERDAS X EMPRESAS DE SANEAMENTO

Empresas Públicas

Na década de 70/80 as Empresas de Saneamento viviam o boom dos investimentos em infraestrutura, de um lado o BNH como agente financeiro, e do outro as Empresas assumindo as concessões dos municípios como condição de investimentos. Nos estados eram visíveis os canteiros de obras, financiados com uma regra simples:

1. A Empresa Projetava; Licitava e Fiscalizava em parceria com o Agente Financeiro.

2. As Empresas Consultoras, Construtoras e ou Montadoras executavam os serviços e recebiam diretamente do agente Financeiro, e

3. Em contrapartida a Empresa de Saneamento recebia uma comissão de 10% a titulo de taxa de administração, de todo montante investido.

Resultado desta Política:

No instante inicial, na fase de investimentos fartos, as Empresas iniciaram uma maléfica cultura, onde era muito fácil aos gestores administrarem uma Empresa com recursos externos e não aqueles por ela gerados; assim não tinham nenhuma importância se a evasão de receitas oriundas do faturamento com a venda de água fosse elevada, pois não era impedimento para a manutenção da folha de pagamento, e nem para o custeio da empresa. Assim não havia nenhum cuidado com a operação dos sistemas, que envolvia um controle de perdas, pois era sempre muito fácil ampliá-lo quando da falta d água. Foi um erro crucial que hodiernamente ainda não se conseguiu corrigir.

              Em meados dos anos 90, iniciou-se uma verdadeira cruzada de combate as perdas, e para tal, abriu-se uma linha de financiamento para um programa denominado PECOP – Programa Estadual de Combate as Perdas, e como havia recursos financeiros de sobra, todos embarcaram no bonde de combate as perdas, como se fossem prioritários, houve um leque de subprogramas financiando, o transporte, a informática, a gestão de pessoal, a reabilitação de obras recém construídas, entre outros programas..........e o objetivo final ficou descaracterizado, pois os programas de MACROMEDIÇÃO (saber o que se produz), e a MICROMEDIÇÃO (vender bem) não avançaram, alem de que, as Empresas de saneamento continuaram com a cultura de que basta ampliar mais a produção de água e tentar encher um tonel furado. É sempre a obra na frente da operação e da manutenção da Empresa. A prioridade é construir novas redes e ampliar ligações. Medir? Humm.. isto não é importante......
Empresas Privadas

As concessões assumidas por Empresas privadas em Mato Grosso, receberam sistemas sucateados e com a cultura herdade da antiga operadora a Sanemat, e regra geral a prioridade zero, foi implantar 100% de hidrômetros, cujos resultados foram imediatamente observados, com os seguintes benefícios:

1. Redução do Tempo de Funcionamento das Etas

2. Justiça na cobrança

3. Redução do custo de energia

4. Redução do custo com produtos químicos

5. Eliminação da falta d água

6. Redução das perdas

7. Redução das obras de expansão

8. ..............
Não é mágica, sem Hidrômetro não existe combate a perdas, e nem é possível uma operação satisfatória, o resto é “chover no molhado”.

Em ação conjunta o operador do sistema deve implantar a MACROMEDIÇÃO, que é um conjunto de ações que visando dotar o sistema de um controle macro, onde é possível confrontar o que se produz com o que se fatura, e identificar os vazamentos não visíveis, e que são em grande numero, principalmente em cidades com elevado padrão de urbanização.

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