quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DIGESTÃO ANAERÓBICA


DIGESTÃO ANAERÓBICA


A digestão anaeróbica é o processo de decomposição orgânica onde as bactérias anaeróbicas, que sobrevivem na ausência de oxigênio, conseguem rapidamente decompor os resíduos orgânicos.

A digestão anaeróbica se divide em 04 estágios:

Hidrólise: estágio no qual as moléculas orgânicas complexas são quebradas em açúcares, amino-ácidos, e ácidos graxos com a adição de grupos hidroxila.

Acidogênese: continuação de quebra em moléculas menores ocorrendo formação de ácidos graxos voláteis (ex. acético, propiônico, butírico, valérico) e produção de amônia, dióxido de carbono e H2S como subprodutos.

Acetogênese: moléculas simples da acidogênese são digeridas produzindo dióxido de carbono, hidrogênio e ácido acético.

Metanogênese: ocorre formação de metano, dióxido de carbono e água.


DIGESTÃO ANAERÓBICA NO SER HUMANO


No homem, todo o sistema digestivo mede cerca de nove metros de comprimento. Em uma pessoa adulta saudável este processo pode levar entre 24 e 72 horas. A fisiologia da digestão varia entre indivíduos, e é influenciada por diversos outros fatores tais como as características dos alimentos e o tamanho da refeição.

O aparelho digestivo, nos humanos, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão. Sua extensão desde a boca até o ânus é de 6 a 9 metros em um ser humano adulto.

O papel da digestão é transformar as moléculas grandes e complexas dos alimentos em outras, pequenas, simples e solúveis. É somente após essas modificações que os nutrientes podem ser distribuídos por todo o organismo através do sangue e da linfa.
A digestão abrange processos mecânicos e químicos. Os primeiros correspondem à preparação e à mistura dos alimentos com as enzimas para a efetivação da digestão química. A mastigação, a deglutição e o peristaltismo (peristalse) são atividades mecânicas, controladas por ação nervosa, voluntária ou não. Já as etapas químicas de digestão, que dependem da produção e ação de numerosas enzimas e de outras substâncias auxiliares, são reguladas por ação nervosa e hormonal.

O tubo digestório humano compreende: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Suas glândulas anexas são os três pares de glândulas salivares (parótidas, sublinguais e submaxilares), o fígado e o pâncreas.
Na boca o alimento é mastigado e misturado à saliva, que contém uma amilase, a ptialina. Inicia-se aí o desdobramento das moléculas de amido.

Depois de algum tempo no estômago, o alimento se apresenta como uma pasta,  que passa lentamente para o duodeno. No duodeno, que é a porção inicial do intestino delgado, desembocam os canais do pâncreas (pancreático) e do fígado (colédoco).
Os produtos finais da digestão ficam em solução, o quilo, e em condições de serem absorvidos. Na parede intestinal, esses nutrientes chegam aos vasos sangüíneos e linfáticos e caem na circulação geral. Os restos que não são digeridos, misturados ainda a grande volume de água, passam para a primeira porção do intestino grosso, o ceco, uma espécie de bolsa que continua pelo cólon ascendente, do lado superior, e tem o apêndice do lado inferior.

O intestino grosso (cólon ascendente, transverso e descendente) é responsável por grande reabsorção de água; consequentemente, o material não-digerido que chega ao reto, sua porção final, já constitui as fezes, semi-sólidas. As fezes contêm ainda restos de descamação da mucosa digestiva e grande número de bactérias da flora intestinal, além dos pigmentos biliares que lhes dão a cor característica. Finalmente, a explusão das fezes se processa pela abertura do esfíncter anal, assim como a Flatulência ou flato (do latim flatus, sopro) é uma ventosidade anal que pode ser ruidosa ou não e tem um cheiro fétido. Tem origem dos gases que são ingeridos juntamente com a comida e, minoritariamente, dos gases acumulados durante o processo de digestão dos animais, na etapa de decomposição dos resíduos orgânicos dentro do intestino. Um desses processos é a fermentação de carboidratos por bactérias. A intensificação da flatulência pode ocorrer em pessoas ansiosas, que falam ao comer ou que comem muito depressa, ou em pessoas que sofrem de parasitoses intestinais.

O odor dos flatos provêm de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre e os mercaptanos livres na mistura. Quanto mais rica em enxofre for a dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no intestino, fazendo portanto com que estes gases cheirem ainda pior. O odor desagradável, porém, deriva de compostos do enxofre, como o gás sulfídrico.

Pratos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem esses gases. As leguminosas, como o feijão ou grãos, por exemplo, produzem grandes quantidades de gases, não necessariamente fétidos, isso se deve à presença de açúcares que os seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam aos intestinos, as bactérias produzem uma enorme quantidade de gás. Outros produtores notórios de gases são milho, pimenta, repolho e leite.

Resumo do processo: Entrada: Alimento para o ser humano
                                  Saida: Liquido, Sólido, e gás


DIGESTÃO ANAERÓBICA DO ESGOTO DOMÉSTICO





O esgoto é a água que foi usada pela comunidade em diversas atividades como lavagem de pratos na cozinha, banho, a descarga no vaso sanitário etc. Sendo que este esgoto doméstico é composto basicamente por 99.9% de água e 0.1% de sólidos (partículas orgânicas, inorgânicas, suspensas e dissolvidas, além de microorganismos). O tratamento de esgotos, portanto, se resume na remoção desta fração sólida com a máxima eficiência possível.


No tratamento do esgoto doméstico, em sistemas de segunda geração como o digestor anaeróbio de fluxo ascendente, UASB, tem se destacado por ser muito mais aplicado que os outros. Os UASB são reatores de manta de lodo no qual o esgoto afluente entra no fundo do reator e em seu movimento ascendente, atravessa uma camada de lodo biológico que se encontra em sua parte inferior, e passa por um separador de fases enquanto escoa em direção à superfície.

O reator Uasb em sua coluna ascendente consiste de um leito de lodo, sludge bed, uma zona de sedimentação, sludge blanket, e o separador de fase, gas-solid separator - GSS (Narnoli e Mehrotra, 1996). Este separador de fases, um dispositivo característico do reator (van Haandel e Lettinga, 1994), tem a finalidade de dividir a zona de digestão (parte inferior), onde se encontra a manta de lodo responsável pela digestão anaeróbia, e a zona de sedimentação (parte superior). A água residuária, que segue uma trajetória ascendente dentro do reator, desde a sua parte mais baixa, atravessa a zona de digestão escoando a seguir pelas passagens do separador de fases e alcançando a zona de sedimentação.

A água residuária após entrar e ser distribuída pelo fundo do reator UASB, flui pela zona de digestão, onde se encontra o leito de lodo, ocorrendo a mistura do material orgânico nela presente com o lodo. Os sólidos orgânicos suspensos são quebrados, biodegradados e digeridos através de uma transformação anaeróbia, resultando na produção de biogás e no crescimento da biomassa bacteriana. O biogás segue em trajetória ascendente com o líquido, após este ultrapassar a camada de lodo, em direção ao separador de fases.

No separador de fases, a área disponível para o escoamento ascendente do líquido deve ser de tal forma que o líquido, ao se aproximar da superfície líquida livre, tenha sua velocidade progressivamente reduzida, de modo a ser superada pela velocidade de sedimentação das partículas, oriundas dos flocos de lodo arrastados pelas condições hidráulicas ou flotados. Isto possibilita que este material sólido que passa pelas aberturas no separador de fases, alcançando a zona superior do reator, possa se sedimentar sobre a superfície inclinada do separador de fases. Naturalmente que esta condição dependerá das condições hidráulicas do escoamento. Desse modo, o acúmulo sucessivo de sólidos implicará consequentemente, no aumento contínuo do peso desse material o qual, em um dado momento, tornar-se-á maior que a força de atrito e, então, deslizarão, voltando para a zona de digestão, na parte inferior do reator. Assim, a presença de uma zona de sedimentação acima do separador de fases resulta na retenção do lodo, permitindo a presença de uma grande massa na zona de digestão, enquanto se descarrega um efluente substancialmente livre de sólidos sedimentáveis (van Haandel e Lettinga, 1994).

Na parte interna do separador de fases fica a câmara de acumulação do biogás que se forma na zona de digestão. O projeto do UASB garante os dois pré-requisitos para digestão anaeróbia eficiente: a) através do escoamento ascensional do afluente passando pela camada de lodo, assegura-se um contato intenso entre o material orgânico e o lodo e b) o decantador interno garante a retenção de uma grande massa de lodo no reator (van Haandel e Catunda,1995). Com o fluxo ascendente a estabilização da matéria orgânica ocorre na zona da manta de lodo, não havendo necessidade de dispositivos de mistura, pois esta é promovida pelo fluxo ascensional e pelas bolhas de gás (Oliva, 1997). 



Resumo do processo: Entrada: Alimento para as bactérias
                                  Saida: Liquido, Sólido, e Gás

Fonte: O Autor, Sanepar, Carlos Fernandes, internet




quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

VAZÃO


VAZÃO
Vazão em hidráulica é a quantidade de liquido que é transportada em uma unidade de tempo, e medida em uma secção de um conduto livre (Rio, Canal, Tubulação) ou de um conduto forçado por meio de uma tubulação.
No conduto livre a pressão na superfície do liquido é a pressão atmosférica. E no conduto forçado a pressão do liquido é maior que a pressão atmosférica.
A vazão está ligada a rapidez com que o líquido passa por uma determinada secção, Assim, pode-se escrever a vazão como:
Q = S x V
Onde:
Q = vazão
S = Área da Secção
V = velocidade
Assim com uma seção onde a área foi medida em m² e a velocidade de escoamento V em m/s, vazão Q,  é dada em m³/s.
Esta equação é denominada equação da continuidade e é invariável ao longo de qualquer caudal quer seja aberto ou fechado, livre ou sob pressão, desde que não haja contribuições, ou retiradas no percurso.
 Medir a vazão, porém não é uma atividade simplista, pois ao administrador interessa conhecer a vazão instantânea e a totalizada, para que possa gerenciar a atividade de produção quer seja em uma irrigação, ou no abastecimento de uma cidade, pois da vazão decorre quase todos os indicadores de gestão, principalmente as perdas.
Quando se trata de pequenos canais ou rios, a solução da vazão instantânea é mostrada conforme postado em:
Porém os maiores problemas residem na gestão de abastecimento das cidades, e nesta condição os projetos não contemplam este importante item operacional, e quando contemplam restringem apenas a medição instantânea nas etas por meio de calhas parshall.
Nas calhas para se ter, a precisão da totalidade de volume que foi transportado no dia ou em outro intervalo de tempo, ter-se-ia que medir todas as variações de vazões, as interrupções e a duração de CAD um destes eventos, o que é praticamente impossível, sem a utilização de uma instrumentação adequada.
Assim concluímos que toda gestão baseada na vazão instantânea por meio da vazão nominal das bombas, e na instantânea das calhas são todas vinculadas a uma margem de erro muito grande, o que infere no resultado dos indicadores dela derivada.
 Esta condição de não se implantar uma eficiente política de MACROMEDIÇÃO, nos sistemas de abastecimento de água era decorrente da ausência de instrumentos nacionais, e com custos compatíveis com cada infraestrutura implantada, porém atualmente esta condição está ultrapassada e é muito barata uma eficiente gestão de vazão do que os custos gerados pela sua não implantação.
Assim com o advento dos medidores ultrassônicos, e magnéticos, fazendo parte da indústria nacional, os custos já não são mais limitantes, assim como a montagem, calibração e manutenção.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

LODO – O VILÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO



LODO – O VILÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO

Em um sistema de tratamento quer seja de água bruta para a sua potabilização, ou de esgotos para um lançamento nos corpos receptores, sem agressão ao meio ambiente, temos sempre um subproduto que é o lodo, e este deve ter um tratamento especifico em ambos os casos, pois sem esta fase do processo as consequências ao sistema e ao meio ambiente são previsíveis.
Lodo lançado direto no meio ambiente, sem tratamento

 
1 – Lodo resultante do Tratamento de Esgoto


Após a digestão, quer seja anaeróbica ou aeróbica, irá sempre resultar um resíduo inerte que é o lodo. O termo inerte que utilizamos foi para caracterizar a ausência de matéria orgânica, que no lançamento iria “roubar” o oxigênio do corpo receptor, porém este lodo constitui uma massa que se for resultante de um tratamento por lagoas, irá acelerar o processo de assoreamento, e consequentemente reduzir o volume inicialmente projetado, comprometendo assim o processo de tratamento. E neste ponto o que se observa em 100% das lagoas que forma projetadas, operaram com eficiência inicial, e se degradaram em consequência do acumulo do lodo, e perderam a sua capacidade de tratamento, são unidades de passagem do esgoto, sem resultado efetivo no tratamento.
Remoção de Lodo de lagoas de Estabilização


Quando o tratamento é em estações aeróbicas, do tipo lodo ativado, haverá um instante em que será necessário o descarte do excesso, e consequentemente o seu tratamento; Porém infelizmente nada disto ocorre na totalidade de estações que temos conhecimento da aplicação do processo, e assim o meio ambiente recebe uma descarga com uma concentração elevada de lodo.

Portanto o lodo gerado nas estações deve fazer parte do fluxo de tratamento, e dependendo do tratamento utilizado, deve passar por algumas das seguintes fases.

Adensamento: Remoção de umidade (Redução de volume)

Estabilização: Remoção de matéria orgânica remanescente (Redução de sólidos voláteis)

Condicionamento: Preparação para a desidratação

Desaguamento: Remoção da umidade (redução de volume)

Higienização: Remoção de organismos patogênicos

Disposição final: Destinação final dos subprodutos
Fase do tratamento de lodo
 
 

Lodo aproveitado na adubação

2 – Lodo resultante do Tratamento de Água

As estações de tratamento de Água geram um descarte resultante das descargas rotineira de Floculadores, decantadores, e filtros; sendo que consequência da qualidade da água bruta, este lodo está com elevada concentração de argilas, matéria orgânica, e resíduo de produtos químicos utilizados no processo de tratamento. Deve-se salientar ainda que este lodo necessita de um grande volume de água para o seu descarte, o que implica no desperdício de um volume com características que facilitam o seu reaproveitamento com baixo custo. Em proporções inferiores porém com as mesmas características de agressão ao meio ambiente, este lodo deve ser evitado o seu descarte, porém conforme relatos das ETEs, são muito poucas as unidades de tratamento que possuem um eficiente sistema de reuso, e tratamento adequado do lodo remanescente.
                                                              Lodo em um Decantador
 
Lodo em um Decantador descartado sem tratamento


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FLOTAÇÃO


FLOTAÇÃO

O que não vai para o fundo ou não decanta ou Afunda,  acaba Flutuando ou boiando.
O que é mais fácil? fazer afundar ou fazer boiar? Tudo depende do que se quer separar do meio líquido. A tecnologia de fazer afundar na separação de sólidos em suspensão é denominada de DECANTAÇÃO e é auxiliada por um sistema preliminar de agregação das partículas denominada de floculação. Assim no tratamento de água ou efluente, adiciona-se o Sulfato de alumínio ou outro coagulante, e com a formação de flocos o liquido é encaminhado a um tanque onde se processa a separação por meio do “afundamento” das partículas em suspensão.


Já na separação por meio de flutuação das partículas, utiliza-se o método denominado de FLOTAÇÃO é um processo que envolve três fases: líquida, sólida e gasosa. É utilizado para separar partículas suspensas ou materiais graxos ou oleosos de uma fase líquida. A separação é produzida pela combinação de bolhas de gás, geralmente o ar, com a partícula, resultando num agregado, cuja densidade é menor que a do líquido e, portanto, sobe à superfície do mesmo, podendo ser coletada em uma operação de raspagem superficial (METCALF & EDDY, 1991).

Hodiernamente utiliza-se um processo denominado (FAD)  flotação por ar dissolvido, onde a geração de bolhas é feita por saturação de parte do efluente com ar em tanques a pressões superiores à pressão atmosférica, seguido de uma descompressão súbita em uma válvula tipo agulha ou em dispositivos de constrições de fluxo. Neste processo, são geradas bolhas de tamanho reduzido, na faixa de 10 a 100 μm, e a quantidade de ar disponível depende, essencialmente, da pressão de operação do sistema.

Flotador ETE Zanildo - Cuiabá
Tipo: Circular

Diâmetro: 10,00 m
Altura de Água: 2,40 m

Vazão de Projeto: 27,50 m³/h
Velocidade ascensional normal: 2,85 m³/h

Portanto FLOTAÇÃO é o processo semelhante ao da decantação e é empregado para a separação de partículas  de um líquido. É principalmente utilizada para separação de graxas, óleos, fibras e outros sólidos de baixa densidade no esgoto e também para o adensamento do lodo ativado, e tratamento de água bruta. Os principais componentes do processo são bomba de pressurização, tanque de pressurização, válvula de redução de pressão e tanque de flotação. A água saturada de ar é introduzida no flotador através da válvula redutora de pressão. Imediatamente depois da válvula de redução, a água saturada é misturada com o lodo ativado, ou com água de elevada turbidez ou cor. As bolhas de ar se tornam atadas às partículas de lodo formando partículas aglomeradas com densidade menor do que a água. As partículas aglomeradas se elevam formando o lodo flotado. O lodo flotado é retirado da superfície do tanque e o efluente clarificado é removido do fundo da unidade, sendo que uma parcela é recirculada de volta para o tanque de pressurização.

         Em condições normais de operação utiliza-se vazão de água recirculada em torno de 35% da vazão de lodo afluente e pressurizada até 4 bar. A relação ar - sólidos é em torno de 0,04 e a remoção de sólidos em suspensão é cerca de 97%.

     Balão de Pressurização ETE Zanildo

Na sequencia a este processo temos o tratamento do lodo gerado, que se processa geralmente por deságue, quer seja em leitos apropriados ou Filtros Prensa, gerando “tortas” que são encaminhadas aos aterros sanitários ou agricultura. O Liquido após estar limpo é encaminhado para reuso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL


SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

 
Segundo IBGE, mais de 70% dos municípios não têm política de saneamento;  48,7% não fiscalizam a qualidade da água que é distribuída para a população.


Dados inéditos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 71,8% dos municípios não possuíam, em 2011, uma
POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO. A estatística corresponde a 3.995 cidades que não respeitam a Lei Nacional de Saneamento Básico, aprovada em 2007.

A maioria (60,5%) não tinha acompanhamento algum quanto às licenças de esgotamento sanitário, além da drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e do abastecimento de água. Em quase metade das cidades do país (47,8%), não há órgão de fiscalização da qualidade da água.

Segundo a
“PESQUISA DE INFORMAÇÕES BÁSICAS MUNICIPAIS”,
 divulgado nesta terça-feira (13/11/2.012), 1.569 cidades possuíam políticas dessa natureza, isto é, 28,2% dos 5.564 municípios brasileiros. A Lei 11.445, que dispõe sobre diretrizes nacionais para o saneamento básico, determina que todas as cidades devem elaborar seus respectivos planos municipais, sob pena de ficarem inaptas para receberem recursos federais.

O decreto diz ainda que as prefeituras devem estabelecer mecanismos de fiscalização quanto ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, entre outros. No entanto, 4.060 municípios (73%) ainda não aprovaram normas neste sentido, para qualquer um dos serviços de saneamento básico.

Entre as cidades que têm estrutura específica, isto é, gestores públicos responsáveis por ações referentes ao tema, 768 (48,9%) definiram metas e estratégias por meio de planos municipais devidamente aprovados pelo poder legislativo local. Já 759 municípios (48,4%) utilizavam prestação de serviços e/ou realizavam processo licitatório.

Menos da metade (46,1%) das cidades que possuem planos municipais de saneamento básico direcionam esforços para ações emergenciais e de contingências

Coleta de lixo – Pouco mais de 32% dos municípios no país (1.796) possuem programa, projeto ou ação de coleta seletiva de lixo em atividade, segundo a pesquisa do IBGE. Por outro lado, 2.376 cidades (42,7%) continuam sem qualquer tipo de iniciativa relacionada à coleta seletiva.

Já 3,3% dos municípios possuem projeto piloto de coleta seletiva, mas apenas em áreas restritas. Enquanto isso, 2,5% das cidades chegaram a iniciar programas dessa natureza, porém interromperam por motivos não especificados.

Considerando o serviço de limpeza urbana, a região Sul se destaca no estudo sobre o perfil dos municípios brasileiros, com 663 cidades nas quais há coleta seletiva –o que representa 55,8% em relação ao resto do país. O Sudeste, com 41,5% (693 cidades), ocupa o segundo lugar do ranking regional.

Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste possuem as maiores proporções de municípios sem programas, 62,8% (282) e 62,3% (1.118), respectivamente. De acordo com o IBGE, a coleta seletiva é mais frequente nas grandes cidades: 68,2% (193) dos municípios com mais de 100 mil declaram possuir programa em atividade.

Essa é a primeira vez que o IBGE investiga a infraestrutura municipal de saneamento básico, antes analisada apenas pela PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico), cuja última edição foi publicada em 2008. 
É O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL
Fonte: IBGE

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ÁGUA (BOA) DE BEBER


ÁGUA (BOA) DE BEBER
Quando aluno do curso de admissão no Grupo Escolar Idalina de Farias, em Nortelândia, aprendi nas aulas de geografia, que a água quando própria para o consumo humano deveria ser: Insípida, Inodora e Incolor, ou seja: Não deveria ter nenhum sabor ou gosto, não deveria ter cheiro, e finalmente não ter cor. Naquela época as residências eram abastecidas por poços caseiros, que se coletados em diferentes pontos da Cidade iriam apresentar todas estas características, e, portanto estavam aptas para serem consumidas.

    Escola Estadual Prof. Idalina de Farias - Nortelândia

Ledo engano, pois em uma ação da FSESP (Fundação de Saúde Publica), hoje Funasa, foi identificado que a totalidade das fontes de abastecimento, apesar de não possuir as características de Sabor, Cor, e Cheiro era imprópria para consumo, pois continham elementos microscópicos denominados bactérias oriundas da proximidade com as fossa sépticas. Acrescento-se, portanto uma característica biológica, para definir a qualidade da Água de Beber.

Com o advento do fornecimento de “água encanada”, surgiu um novo problema tendo em vista que os materiais disponíveis para a construção das redes de distribuição limitavam-se ao Cimento Amianto, e ao Ferro Galvanizado, sendo que este último tinha uma vida útil muito pequena em algumas localidades, em detrimento de outras, o que levou a descobrir a influencia do PH da água na formação de incrustações nos tubos. Assim em locais com PH neutro (próximo de 7), não tinha ocorrência de incrustações, ao contrário de locais com elevada alcalinidade ( PH acima de 7). Em águas acidas (PH abaixo de 7), ocorriam a corrosão dos tubos.

Tubo com incrustação – (a secção em alguns casos bloqueia totalmente).

A solução encontrada foi a utilização da Cal, em um processo de pós tratamento objetivando manter a água de beber com PH neutro (PH = 7), ou levemente alcalino.

Em algumas localidades eram verificadas uma grande incidência de aumento de volume do pescoço dos moradores, doença denominada Papo, ou Bócio, que se descobriu a posteriori, que era originada pelo consumo de água sem a quantidade de Iodo requerida pelo corpo humano. Assim a água de beber além de ser Insípida, Inodora, e Incolor, deveria ter ausência de bactérias, e ter um componente mineral fundamental que era o Iodo.

Como a população brasileira não tinha acesso a águas de beber com estas qualidades, o Governo federal achou a solução para a falta de Iodo, adicionando-o ao sal de Cozinha que era acessível para todos. No Brasil o Iodo já é misturado ao sal à 30 anos, suprindo as necessidades humanas e evitando muitas doenças. A quantidade ideal de consumo é de 20mg até 60mg de iodo por cada quilo de sal, segundo normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo ele também quem faz o controle e a fiscalização do produto que consumimos.

Em algumas localidades observou-se uma grande incidência de doenças renais (Cálculo renal), observou-se nestas localidades que a água de beber, possuía uma elevada concentração de cálcio, magnésio, potássio, sódio.... o que confere um elevado grau de alcalinidade a água, provocando assim acúmulos de cristais que não são absorvidos pelo organismo. O que confirma a necessidade da água de beber ter uma neutralidade de PH, não devendo ser nem ácida e nem alcalina, para ser ideal ao consumo.

Depois de meio século de aprendizado, continuamos a nos balizar pelas aulas do curso primário, pois se detectamos apenas cor, cheiro e gosto, a água é ideal para consumo e vamos nós continuando nossa vidinha, sem visualizar nenhuma conseqüência de saúde, pois entendemos que compete aos governantes a manutenção de um rígido controle aos fornecedores de água em todos os pontos de consumo, independente do numero de pessoas do aglomerado urbano.

O Governo Federal por meio da PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, devendo os produtores de água para consumo humano observarem:

1 – Quanto a Microbiologia
Ausência de contaminação por fezes...........E.Coli = 0
                                                   Coliformes fecais = 0
2 – Quanto aos aspectos físicos e químicos
Turbidez da Água < = 0,5 Ut
Tempo de contato mínimo com Cloro de 9 a 26 minutos, para saída com 1,0 mg/l
Nitrato <= 10 mg/l
Nitrito  <= 1 mg/l
Trihalometanos Totais <= 0,1 mg/l
Cor Aparente <= 15 uH
Dureza Total <= 500 mg/l
Ferro <= 0,3 mg/l
O grande problema é: Quem fiscaliza?

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SISTEMAS DE COORDENADAS



PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

A confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabelecimento de um método, segundo o qual, a cada ponto da superfície da Terra corresponda um ponto da carta e vice-versa.

Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de pontos, constituindo os chamados "sistemas de projeções".

O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva em um plano. Em termos práticos, o problema consiste em se representar a Terra em um plano. Como sabemos, a forma de nosso planeta é representada, para fins de mapeamento, por um elipsóide (ou por uma esfera, conforme seja a aplicação desejada) que é considerada a superfície de referência a qual estão relacionados todos os elementos que desejamos representar (elementos obtidos através de determinadas tipos de levantamentos).

Podemos ainda dizer que não existe nenhuma solução perfeita para o problema, e isto pode ser rapidamente compreendido se tentarmos fazer coincidir a casca de uma laranja com a superfície plana de uma mesa. Para alcançar um contato total entre as duas superfícies, a casca de laranja teria que ser distorcida. Embora esta seja uma simplificação grosseira do problema das projeções cartográficas, ela expressa claramente a impossibilidade de uma solução perfeita (projeção livre de deformações). Poderíamos então, questionar a validade deste modelo de representação já que seria possível construir representações tridimensionais do elipsóide ou da esfera, como é o caso do globo escolar, ou ainda expressá-lo matematicamente, como fazem os geodesistas. Em termos teóricos esta argumentação é perfeitamente válida e o desejo de se obter uma representação sobre uma superfície plana é de mera conveniência. Existem algumas razões que justificam esta postura, e as mais diretas são: o mapa plano é mais fácil de ser produzido e manuseado.


CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE COORDENADAS

Os sistemas de coordenadas são necessários para expressar a posição de pontos sobre uma superfície, seja ela um elipsóide, esfera ou um plano. É com base em determinados sistemas de coordenadas que descrevemos geometricamente a superfície terrestre.

MERIDIANOS E PARALELOS

MERIDIANOS - São círculos máximos que, em conseqüência, cortam a TERRA em duas partes iguais de pólo a pólo. Sendo assim, todos os meridianos se cruzam entre si, em ambos os pólos. O meridiano de origem é o de GREENWICH (0º).(*)

PARALELOS - São círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador (0º). Os outros, tanto no hemisfério Norte quanto no hemisfério Sul, vão diminuindo de tamanho à proporção que se afastam do Equador, até se transformarem em cada pólo, num ponto (90º).

(*) Meridiano Internacional de Referência, escolhido em Bonn, Alemanha, durante a Conferência Técnica das Nações Unidas para a Carta Internacional do Mundo ao milionésimo, como origem da contagem do meridiano.



LATITUDE GEOGRÁFICA ( j )

É o arco contado sobre o meridiano do lugar e que vai do Equador até o lugar considerado.

A latitude quando medida no sentido do pólo Norte é chamada Latitude Norte ou Positiva. Quando medida no sentido Sul é chamada Latitude Sul ou Negativa.

Sua variação é de: 0º a 90º N e;
0º a 90º S

LONGITUDE GEOGRÁFICA ( l )

É o arco contado sobre o Equador e que vai de GREENWICH até o Meridiano do referido lugar.

A Longitude pode ser contada no sentido Oeste, quando é chamada LONGITUDE OESTE DE GREENWICH (W Gr.) ou NEGATIVA. Se contada no sentido Este, é chamada LONGITUDE ESTE DE GREENWICH (E Gr.) ou POSITIVA.

A Longitude varia de: 0º a 180º W Gr.; e
0º a 180º E Gr.


1) O mundo é dividido em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 180º a 174º W Gr. e continuando para este. Cada um destes fusos é gerado a partir de uma rotação do cilindro de forma que o meridiano de tangência divide o fuso em duas partes iguais de 3º de amplitude

A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência, atribuindo à origem do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano central) as coordenadas 500.000 m, para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e 10.000.000 m ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo do meridiano central, para os hemisfério sul e norte respectivamente. Isto elimina a possibilidade de ocorrência de valores negativos de coordenadas.

O sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S.

Além desses paralelos a projeção adotada mundialmente é a Estereográfica Polar Universal.

É a mais indicada para o mapeamento topográfico a grande escala, e é o Sistema de Projeção adotado para o Mapeamento Sistemático Brasileiro.

   MACETES

Quando o projetista recebe os levantamentos topográficos, este vem com informações de localizações por meio de coordenadas, e o seu domínio deve ser fundamental para que possa obter o Maximo de informações suplementares a partir do Google Earth, e do referido levantamento.

 

  1 – CUIABÁ ESTÁ INSERIDA NO SETOR 21 L, PORTANTO A REPRESENTAÇÃO DA COORDENADA NO EIXO X SERÁ SEMPRE : 21 L XXX.XXX,XX

2 – QUANDO REFERENCIAMOS UM PONTO NO EIXO X, (PARA DIREITA), DISTANCIANDO PARA ESTE (E), AS DISTANCIAS VÃO AUMENTANDO.

3 – SE DISTANCIAR-MOS PARA ESTE, MANTENDO A MESMA DISTANCIA DO EQUADOR, AS COORDENADAS Y, MANTERÃO O MESMO VALOR.

EXEMPLO: NA FIGURA O PONTO DE COORDENADA (593.798,14 m E – 8.274.543,10 m S), ESTÁ AFASTADO NA MESMA HORIZONTAL DO PONTO DE COORDENADAS (594.291,79 m E – 8.274543,10 m S). PORTANTO A DISTANCIA ENTRE ESTES DOIS PONTOS SERÁ DADO POR:

594.291,79 – 593798,14 = 493,65 m

4 – O PONTO A ESTÁ AFASTADO 500,00 m, VERTICAL DO PONTO DE COORDENADA (594.177,96 m E – 8.275.095,78), PORTANTO ESTE PONTO TERÁ A SEGUINTE COORDENADA;

8.275.095,78 – 500,00 m = 8274595,78

COORDENADA DO PONTO A = (594.177,96 m E - 8274595,78 m S)

OBSERVE QUE NO EIXO Y, DECRESCE RUMO AO POLO SUL, OU SE AFASTANDO DO EQUADOR.

5 – INDEPENDENTE DO PONTO AS COORDENADAS SERÃO SEMPRE PARA ESTE (E), e NORTE OU SUL, E NO NOSSO CASO DE CUIABÁ, SERÁ SEMPRE ( ESTE E SUL)

ESPERO TER CONTRIBUIDO COM AS VÁRIAS SOLICITAÇÕES SOBRE ESTE TEMA.

 

Fonte: IBGE, e o Autor

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