segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FLOTAÇÃO


FLOTAÇÃO

O que não vai para o fundo ou não decanta ou Afunda,  acaba Flutuando ou boiando.
O que é mais fácil? fazer afundar ou fazer boiar? Tudo depende do que se quer separar do meio líquido. A tecnologia de fazer afundar na separação de sólidos em suspensão é denominada de DECANTAÇÃO e é auxiliada por um sistema preliminar de agregação das partículas denominada de floculação. Assim no tratamento de água ou efluente, adiciona-se o Sulfato de alumínio ou outro coagulante, e com a formação de flocos o liquido é encaminhado a um tanque onde se processa a separação por meio do “afundamento” das partículas em suspensão.


Já na separação por meio de flutuação das partículas, utiliza-se o método denominado de FLOTAÇÃO é um processo que envolve três fases: líquida, sólida e gasosa. É utilizado para separar partículas suspensas ou materiais graxos ou oleosos de uma fase líquida. A separação é produzida pela combinação de bolhas de gás, geralmente o ar, com a partícula, resultando num agregado, cuja densidade é menor que a do líquido e, portanto, sobe à superfície do mesmo, podendo ser coletada em uma operação de raspagem superficial (METCALF & EDDY, 1991).

Hodiernamente utiliza-se um processo denominado (FAD)  flotação por ar dissolvido, onde a geração de bolhas é feita por saturação de parte do efluente com ar em tanques a pressões superiores à pressão atmosférica, seguido de uma descompressão súbita em uma válvula tipo agulha ou em dispositivos de constrições de fluxo. Neste processo, são geradas bolhas de tamanho reduzido, na faixa de 10 a 100 μm, e a quantidade de ar disponível depende, essencialmente, da pressão de operação do sistema.

Flotador ETE Zanildo - Cuiabá
Tipo: Circular

Diâmetro: 10,00 m
Altura de Água: 2,40 m

Vazão de Projeto: 27,50 m³/h
Velocidade ascensional normal: 2,85 m³/h

Portanto FLOTAÇÃO é o processo semelhante ao da decantação e é empregado para a separação de partículas  de um líquido. É principalmente utilizada para separação de graxas, óleos, fibras e outros sólidos de baixa densidade no esgoto e também para o adensamento do lodo ativado, e tratamento de água bruta. Os principais componentes do processo são bomba de pressurização, tanque de pressurização, válvula de redução de pressão e tanque de flotação. A água saturada de ar é introduzida no flotador através da válvula redutora de pressão. Imediatamente depois da válvula de redução, a água saturada é misturada com o lodo ativado, ou com água de elevada turbidez ou cor. As bolhas de ar se tornam atadas às partículas de lodo formando partículas aglomeradas com densidade menor do que a água. As partículas aglomeradas se elevam formando o lodo flotado. O lodo flotado é retirado da superfície do tanque e o efluente clarificado é removido do fundo da unidade, sendo que uma parcela é recirculada de volta para o tanque de pressurização.

         Em condições normais de operação utiliza-se vazão de água recirculada em torno de 35% da vazão de lodo afluente e pressurizada até 4 bar. A relação ar - sólidos é em torno de 0,04 e a remoção de sólidos em suspensão é cerca de 97%.

     Balão de Pressurização ETE Zanildo

Na sequencia a este processo temos o tratamento do lodo gerado, que se processa geralmente por deságue, quer seja em leitos apropriados ou Filtros Prensa, gerando “tortas” que são encaminhadas aos aterros sanitários ou agricultura. O Liquido após estar limpo é encaminhado para reuso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL


SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

 
Segundo IBGE, mais de 70% dos municípios não têm política de saneamento;  48,7% não fiscalizam a qualidade da água que é distribuída para a população.


Dados inéditos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 71,8% dos municípios não possuíam, em 2011, uma
POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO. A estatística corresponde a 3.995 cidades que não respeitam a Lei Nacional de Saneamento Básico, aprovada em 2007.

A maioria (60,5%) não tinha acompanhamento algum quanto às licenças de esgotamento sanitário, além da drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e do abastecimento de água. Em quase metade das cidades do país (47,8%), não há órgão de fiscalização da qualidade da água.

Segundo a
“PESQUISA DE INFORMAÇÕES BÁSICAS MUNICIPAIS”,
 divulgado nesta terça-feira (13/11/2.012), 1.569 cidades possuíam políticas dessa natureza, isto é, 28,2% dos 5.564 municípios brasileiros. A Lei 11.445, que dispõe sobre diretrizes nacionais para o saneamento básico, determina que todas as cidades devem elaborar seus respectivos planos municipais, sob pena de ficarem inaptas para receberem recursos federais.

O decreto diz ainda que as prefeituras devem estabelecer mecanismos de fiscalização quanto ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, entre outros. No entanto, 4.060 municípios (73%) ainda não aprovaram normas neste sentido, para qualquer um dos serviços de saneamento básico.

Entre as cidades que têm estrutura específica, isto é, gestores públicos responsáveis por ações referentes ao tema, 768 (48,9%) definiram metas e estratégias por meio de planos municipais devidamente aprovados pelo poder legislativo local. Já 759 municípios (48,4%) utilizavam prestação de serviços e/ou realizavam processo licitatório.

Menos da metade (46,1%) das cidades que possuem planos municipais de saneamento básico direcionam esforços para ações emergenciais e de contingências

Coleta de lixo – Pouco mais de 32% dos municípios no país (1.796) possuem programa, projeto ou ação de coleta seletiva de lixo em atividade, segundo a pesquisa do IBGE. Por outro lado, 2.376 cidades (42,7%) continuam sem qualquer tipo de iniciativa relacionada à coleta seletiva.

Já 3,3% dos municípios possuem projeto piloto de coleta seletiva, mas apenas em áreas restritas. Enquanto isso, 2,5% das cidades chegaram a iniciar programas dessa natureza, porém interromperam por motivos não especificados.

Considerando o serviço de limpeza urbana, a região Sul se destaca no estudo sobre o perfil dos municípios brasileiros, com 663 cidades nas quais há coleta seletiva –o que representa 55,8% em relação ao resto do país. O Sudeste, com 41,5% (693 cidades), ocupa o segundo lugar do ranking regional.

Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste possuem as maiores proporções de municípios sem programas, 62,8% (282) e 62,3% (1.118), respectivamente. De acordo com o IBGE, a coleta seletiva é mais frequente nas grandes cidades: 68,2% (193) dos municípios com mais de 100 mil declaram possuir programa em atividade.

Essa é a primeira vez que o IBGE investiga a infraestrutura municipal de saneamento básico, antes analisada apenas pela PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico), cuja última edição foi publicada em 2008. 
É O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL
Fonte: IBGE

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ÁGUA (BOA) DE BEBER


ÁGUA (BOA) DE BEBER
Quando aluno do curso de admissão no Grupo Escolar Idalina de Farias, em Nortelândia, aprendi nas aulas de geografia, que a água quando própria para o consumo humano deveria ser: Insípida, Inodora e Incolor, ou seja: Não deveria ter nenhum sabor ou gosto, não deveria ter cheiro, e finalmente não ter cor. Naquela época as residências eram abastecidas por poços caseiros, que se coletados em diferentes pontos da Cidade iriam apresentar todas estas características, e, portanto estavam aptas para serem consumidas.

    Escola Estadual Prof. Idalina de Farias - Nortelândia

Ledo engano, pois em uma ação da FSESP (Fundação de Saúde Publica), hoje Funasa, foi identificado que a totalidade das fontes de abastecimento, apesar de não possuir as características de Sabor, Cor, e Cheiro era imprópria para consumo, pois continham elementos microscópicos denominados bactérias oriundas da proximidade com as fossa sépticas. Acrescento-se, portanto uma característica biológica, para definir a qualidade da Água de Beber.

Com o advento do fornecimento de “água encanada”, surgiu um novo problema tendo em vista que os materiais disponíveis para a construção das redes de distribuição limitavam-se ao Cimento Amianto, e ao Ferro Galvanizado, sendo que este último tinha uma vida útil muito pequena em algumas localidades, em detrimento de outras, o que levou a descobrir a influencia do PH da água na formação de incrustações nos tubos. Assim em locais com PH neutro (próximo de 7), não tinha ocorrência de incrustações, ao contrário de locais com elevada alcalinidade ( PH acima de 7). Em águas acidas (PH abaixo de 7), ocorriam a corrosão dos tubos.

Tubo com incrustação – (a secção em alguns casos bloqueia totalmente).

A solução encontrada foi a utilização da Cal, em um processo de pós tratamento objetivando manter a água de beber com PH neutro (PH = 7), ou levemente alcalino.

Em algumas localidades eram verificadas uma grande incidência de aumento de volume do pescoço dos moradores, doença denominada Papo, ou Bócio, que se descobriu a posteriori, que era originada pelo consumo de água sem a quantidade de Iodo requerida pelo corpo humano. Assim a água de beber além de ser Insípida, Inodora, e Incolor, deveria ter ausência de bactérias, e ter um componente mineral fundamental que era o Iodo.

Como a população brasileira não tinha acesso a águas de beber com estas qualidades, o Governo federal achou a solução para a falta de Iodo, adicionando-o ao sal de Cozinha que era acessível para todos. No Brasil o Iodo já é misturado ao sal à 30 anos, suprindo as necessidades humanas e evitando muitas doenças. A quantidade ideal de consumo é de 20mg até 60mg de iodo por cada quilo de sal, segundo normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo ele também quem faz o controle e a fiscalização do produto que consumimos.

Em algumas localidades observou-se uma grande incidência de doenças renais (Cálculo renal), observou-se nestas localidades que a água de beber, possuía uma elevada concentração de cálcio, magnésio, potássio, sódio.... o que confere um elevado grau de alcalinidade a água, provocando assim acúmulos de cristais que não são absorvidos pelo organismo. O que confirma a necessidade da água de beber ter uma neutralidade de PH, não devendo ser nem ácida e nem alcalina, para ser ideal ao consumo.

Depois de meio século de aprendizado, continuamos a nos balizar pelas aulas do curso primário, pois se detectamos apenas cor, cheiro e gosto, a água é ideal para consumo e vamos nós continuando nossa vidinha, sem visualizar nenhuma conseqüência de saúde, pois entendemos que compete aos governantes a manutenção de um rígido controle aos fornecedores de água em todos os pontos de consumo, independente do numero de pessoas do aglomerado urbano.

O Governo Federal por meio da PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011, Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, devendo os produtores de água para consumo humano observarem:

1 – Quanto a Microbiologia
Ausência de contaminação por fezes...........E.Coli = 0
                                                   Coliformes fecais = 0
2 – Quanto aos aspectos físicos e químicos
Turbidez da Água < = 0,5 Ut
Tempo de contato mínimo com Cloro de 9 a 26 minutos, para saída com 1,0 mg/l
Nitrato <= 10 mg/l
Nitrito  <= 1 mg/l
Trihalometanos Totais <= 0,1 mg/l
Cor Aparente <= 15 uH
Dureza Total <= 500 mg/l
Ferro <= 0,3 mg/l
O grande problema é: Quem fiscaliza?

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SISTEMAS DE COORDENADAS



PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

A confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabelecimento de um método, segundo o qual, a cada ponto da superfície da Terra corresponda um ponto da carta e vice-versa.

Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de pontos, constituindo os chamados "sistemas de projeções".

O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva em um plano. Em termos práticos, o problema consiste em se representar a Terra em um plano. Como sabemos, a forma de nosso planeta é representada, para fins de mapeamento, por um elipsóide (ou por uma esfera, conforme seja a aplicação desejada) que é considerada a superfície de referência a qual estão relacionados todos os elementos que desejamos representar (elementos obtidos através de determinadas tipos de levantamentos).

Podemos ainda dizer que não existe nenhuma solução perfeita para o problema, e isto pode ser rapidamente compreendido se tentarmos fazer coincidir a casca de uma laranja com a superfície plana de uma mesa. Para alcançar um contato total entre as duas superfícies, a casca de laranja teria que ser distorcida. Embora esta seja uma simplificação grosseira do problema das projeções cartográficas, ela expressa claramente a impossibilidade de uma solução perfeita (projeção livre de deformações). Poderíamos então, questionar a validade deste modelo de representação já que seria possível construir representações tridimensionais do elipsóide ou da esfera, como é o caso do globo escolar, ou ainda expressá-lo matematicamente, como fazem os geodesistas. Em termos teóricos esta argumentação é perfeitamente válida e o desejo de se obter uma representação sobre uma superfície plana é de mera conveniência. Existem algumas razões que justificam esta postura, e as mais diretas são: o mapa plano é mais fácil de ser produzido e manuseado.


CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE COORDENADAS

Os sistemas de coordenadas são necessários para expressar a posição de pontos sobre uma superfície, seja ela um elipsóide, esfera ou um plano. É com base em determinados sistemas de coordenadas que descrevemos geometricamente a superfície terrestre.

MERIDIANOS E PARALELOS

MERIDIANOS - São círculos máximos que, em conseqüência, cortam a TERRA em duas partes iguais de pólo a pólo. Sendo assim, todos os meridianos se cruzam entre si, em ambos os pólos. O meridiano de origem é o de GREENWICH (0º).(*)

PARALELOS - São círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, em ângulos retos. Apenas um é um círculo máximo, o Equador (0º). Os outros, tanto no hemisfério Norte quanto no hemisfério Sul, vão diminuindo de tamanho à proporção que se afastam do Equador, até se transformarem em cada pólo, num ponto (90º).

(*) Meridiano Internacional de Referência, escolhido em Bonn, Alemanha, durante a Conferência Técnica das Nações Unidas para a Carta Internacional do Mundo ao milionésimo, como origem da contagem do meridiano.



LATITUDE GEOGRÁFICA ( j )

É o arco contado sobre o meridiano do lugar e que vai do Equador até o lugar considerado.

A latitude quando medida no sentido do pólo Norte é chamada Latitude Norte ou Positiva. Quando medida no sentido Sul é chamada Latitude Sul ou Negativa.

Sua variação é de: 0º a 90º N e;
0º a 90º S

LONGITUDE GEOGRÁFICA ( l )

É o arco contado sobre o Equador e que vai de GREENWICH até o Meridiano do referido lugar.

A Longitude pode ser contada no sentido Oeste, quando é chamada LONGITUDE OESTE DE GREENWICH (W Gr.) ou NEGATIVA. Se contada no sentido Este, é chamada LONGITUDE ESTE DE GREENWICH (E Gr.) ou POSITIVA.

A Longitude varia de: 0º a 180º W Gr.; e
0º a 180º E Gr.


1) O mundo é dividido em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 180º a 174º W Gr. e continuando para este. Cada um destes fusos é gerado a partir de uma rotação do cilindro de forma que o meridiano de tangência divide o fuso em duas partes iguais de 3º de amplitude

A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência, atribuindo à origem do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano central) as coordenadas 500.000 m, para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e 10.000.000 m ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo do meridiano central, para os hemisfério sul e norte respectivamente. Isto elimina a possibilidade de ocorrência de valores negativos de coordenadas.

O sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S.

Além desses paralelos a projeção adotada mundialmente é a Estereográfica Polar Universal.

É a mais indicada para o mapeamento topográfico a grande escala, e é o Sistema de Projeção adotado para o Mapeamento Sistemático Brasileiro.

   MACETES

Quando o projetista recebe os levantamentos topográficos, este vem com informações de localizações por meio de coordenadas, e o seu domínio deve ser fundamental para que possa obter o Maximo de informações suplementares a partir do Google Earth, e do referido levantamento.

 

  1 – CUIABÁ ESTÁ INSERIDA NO SETOR 21 L, PORTANTO A REPRESENTAÇÃO DA COORDENADA NO EIXO X SERÁ SEMPRE : 21 L XXX.XXX,XX

2 – QUANDO REFERENCIAMOS UM PONTO NO EIXO X, (PARA DIREITA), DISTANCIANDO PARA ESTE (E), AS DISTANCIAS VÃO AUMENTANDO.

3 – SE DISTANCIAR-MOS PARA ESTE, MANTENDO A MESMA DISTANCIA DO EQUADOR, AS COORDENADAS Y, MANTERÃO O MESMO VALOR.

EXEMPLO: NA FIGURA O PONTO DE COORDENADA (593.798,14 m E – 8.274.543,10 m S), ESTÁ AFASTADO NA MESMA HORIZONTAL DO PONTO DE COORDENADAS (594.291,79 m E – 8.274543,10 m S). PORTANTO A DISTANCIA ENTRE ESTES DOIS PONTOS SERÁ DADO POR:

594.291,79 – 593798,14 = 493,65 m

4 – O PONTO A ESTÁ AFASTADO 500,00 m, VERTICAL DO PONTO DE COORDENADA (594.177,96 m E – 8.275.095,78), PORTANTO ESTE PONTO TERÁ A SEGUINTE COORDENADA;

8.275.095,78 – 500,00 m = 8274595,78

COORDENADA DO PONTO A = (594.177,96 m E - 8274595,78 m S)

OBSERVE QUE NO EIXO Y, DECRESCE RUMO AO POLO SUL, OU SE AFASTANDO DO EQUADOR.

5 – INDEPENDENTE DO PONTO AS COORDENADAS SERÃO SEMPRE PARA ESTE (E), e NORTE OU SUL, E NO NOSSO CASO DE CUIABÁ, SERÁ SEMPRE ( ESTE E SUL)

ESPERO TER CONTRIBUIDO COM AS VÁRIAS SOLICITAÇÕES SOBRE ESTE TEMA.

 

Fonte: IBGE, e o Autor

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NA REDE DE ESGOTO


INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NA REDE DE ESGOTO

 

 

Decisões incorretas  quanto ao per capita, levam o projetista a cometer erros de superdimensionamento, assim como a adoção de valores questionáveis de infiltração na rede podem elevar os custos das obras de Esgotamento sanitário e até inviabilizá-las.

 

As redes de esgotos podem ser construídas, ACIMA ou ABAIXO do lençol Freático, sendo que no primeiro caso o problema é minimizado na prática, porém os cuidados com a execução não devem ter menor rigor.

 

A infiltração de água subterrânea nos sistemas de esgotamento ocorre quando estes estão assentados abaixo do nível do lençol freático, principalmente quando tal nível é alto ou devido às excessivas chuvas sazonais.

As águas de infiltração são águas subterrâneas originárias do subsolo que penetram indesejavelmente nas canalizações da rede coletora de esgotos por diversos meios:

·         Pelas paredes das tubulações,

·          pelas juntas mal executadas,

·          pelas tubulações defeituosas,

·         Pelas estruturas dos poços de visita e das estações elevatórias, etc.

 

O escoamento em sistemas de coletores de esgotos geralmente não ocorre sob pressão e o fluxo dentro desses coletores é por gravidade, e, portanto, tal infiltração não é somente possível como também as vezes considerável.

A quantidade de infiltração contribuinte ao sistema de esgotos depende da qualidade e do tipo de construção das tubulações e das juntas: tipos de materiais empregados, estado de conservação, condições de assentamento destas tubulações e juntas, e também das características relativas ao meio: nível de água do lençol freático, clima, composição do solo, permeabilidade, vegetação, etc.

O conhecimento do valor da infiltração em redes coletoras de esgotos é muito importante em projetos de redes de coleta de esgotos sanitários, pois na determinação de vazões, influenciará no dimensionamento da rede coletora, das elevatórias e da estação de tratamento.

Geralmente não há a preocupação em se verificar os valores reais de infiltração que ocorrem na rede coletora de esgotos de uma cidade, e assim, adotam-se valores muito diferentes dos que realmente ocorrem, levando o projetista a tomar decisões questionáveis.

 

A Norma técnica ABNT NBR 9649:1986 fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto hidráulico-sanitário de redes coletoras de esgoto sanitário, funcionando em lâmina livre, observada a regulamentação específica das entidades responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário, e recomenda que a taxa de contribuição de infiltração depende de condições locais, tais como:

 

·         Nível de água do lençol freático

·         Natureza do subsolo

·         Qualidade de como será executada a rede

·         Material a ser utilizado na tubulação

·         Tipo de junta

·         Tipo de PVs

 

A Norma recomenda ainda que não havendo estudos locais conforme citado acima, e que devem ser comprovados por meio de pesquisas, podem ser adotados os seguintes valores;

 

Taxa de Contribuição de Infiltração: (Txi) 0,05 a 1,0 l/s.Km, percebe-se pela norma que as taxas de infiltração recomendadas são estimadas adotando-se valores conservadores como se a rede estivesse inteiramente sob o nível de lençol freático, fato muito poucas vezes observado em cidades do Mato Grosso.

 

Assim em uma cidade média com 50 Km de redes o projetista poderá adotar uma vazão entre 2,5 l/s até 50 l/s.

 

 

Para a cidade citada, se fosse adotada taxa de infiltração, por exemplo, de 0,5 l/s.Km, conforme o intervalo recomendado pela norma (0,05 a 1,0 l/s.Km), com a extensão de 50 Km de rede na bacia estudada, a vazão de infiltração calculada seria 25 l/s, ou seja, se não houver nenhuma condição desfavorável conforme descrito, poderemos estar com um superdimensionamento da rede e da ETE.

 

Desta forma, é recomendável que sejam adotados estudos especiais de geotécnica, em fases de anteprojetos de sistemas de esgotos, permitindo a realização de cálculos e dimensionamentos mais precisos e fundamentados, proporcionando um projeto ajustado a realidade, e podendo-se fazer mais com menos recursos financeiros.

 

Em qualquer situação porém o projeto fica vulnerável a forma como será executado e fiscalizado, pois de nada adianta os cuidados preliminares se tivermos uma péssima execução da obra.



                                                                                            Neste PV não haverá infiltração

 

    Se bem construído este PV também não permite infiltrações, estando acima do lençol


                                                                                                                     PV suscetível de Infiltrações

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PER CAPITA – ÚLTIMO CAPITULO (Acho....)


PER CAPITA – ÚLTIMO CAPITULO (Acho....)

O consumo “per capita” é um parâmetro extremamente variável entre diferentes localidades, dependendo de diversos fatores dentre os quais destacam-se:

·         Os hábitos higiênicos e culturais da comunidade;

·         A quantidade de micro medição do sistema de abastecimento de água;

·         As instalações e equipamentos hidráulico-sanitários dos imóveis;

·         Os controles exercidos sobre o consumo;

·         O valor da tarifa e a existência ou não de subsídios sociais ou políticos;

·         A abundância ou escassez de mananciais;

·         A intermitência ou regularidade de abastecimento;

·         A temperatura média da região; a renda familiar;

·         A disponibilidade de equipamentos domésticos que utilizam água em quantidade apreciável;

·         Os índices de industrialização;

·         A intensidade e tipo de atividade comercial, entre outros.

 

(1)  “O consumo médio efetivo per capita (qm), isto é, o consumo sem perdas, numa cidade com sistema de água em funcionamento regularmente pode ser obtido dividindo-se o volume total de água distribuída (micro medido), durante um mês, pelo número de dias desse mês e pelo número de habitantes beneficiados.

 
“Com os dados de 12 meses faz-se a média anual desse consumo efetivo “per capita”, sendo expresso geralmente em litros por habitantes e por dia (l/hab.dia).”

 
Até o ano de 1.999, todas as cidades do estado de Mato Grosso, eram administradas pela Sanemat, que tinha como política, a implantação do sistema de abastecimento de água, e não exercia nenhum controle sobre o consumo,  a quantidade de residências com efetivo controle por meio de hidrômetros era nulo, pois não se investia além da rede e ligações. As tarifas eram muito inferiores ao custo operacional, e não representava ônus ao consumidor, que consumia a mais que sua necessidade, pois o valor da conta sempre era igual no final de cada mês.

 Com a mudança de gestão após o ano de 1.999, o empresariado responsável pela operação dos sistemas priorizou o controle do consumo, e implantaram 100% de medidores em todas as localidades, nesta condição ocorreu uma inversão no comportamento de consumo, e o valor financeiro passou a ser preponderante, e passou a ser o único fator na definição do per capita de água nas Cidades.

 O valor da tarifa, associado com um rígido controle do consumo, fez com que a população ficasse vigilante nas suas ações de consumo, evitando desperdícios e assim garantindo uma conta dentro do orçamento de cada mês. Portanto todos os novos projetos devem ser apoiados nesta premissa e não em números estatísticos do passado, com valores exorbitantes de per capita que relacionava o consumo com o tamanho das cidades conforme tabela a seguir:

 
Porte da Comunidade
 
Faixa da população
(habitantes)
 
Consumo per capita
(l/hab.dia)
Povoado rural
< 5.000
90 – 140
Vila
5.000 – 10.000
100 – 160
Pequena localidade
10.000 – 50.000
110 – 180
Cidade média
50.000 – 250.000
120 – 220
Cidade grande
> 250.000
150 – 300

 Apoiado na metodologia referenciada, a Unidade de negócio da Sabesp do médio Tietê, analisou 83 sistemas de abastecimento de água, com população beneficiada variando de 80 a 113.000 habitantes, durante o período de dois anos, e obteve os seguintes resultados: Fonte: (Anais do 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental)

 
Faixa da população
(habitantes)
 
Consumo per capita
(l/hab.dia)
< 2.000
130
2.000 – 10.000
125
10.000 – 50.000
133
>50.000
128

Valor Médio: 129 l/hab.dia

 Estes resultados demonstraram, que apesar das características particulares de cada município, o consumo médio efetivo “per capita” em termos de população, não variou de forma significativa, indicando, dessa forma, que não houve correlação entre os dados em estudo. Assim o numero de habitantes não influi em comportamento de consumo.

 Com uma visão focada na redução de custos de implantação de sistemas de Abastecimento de Água e conseqüentemente de esgotos, analisamos com a mesma metodologia descrita em (1), e obtivemos os seguintes resultados para três cidades representativas no Estado de Mato Grosso.

 Amostragem 1  qm = 134,14 l/hab.dia

Amostragem 2  qm = 126,19 l/hab.dia

 Amostragem 3  qm = 132,36 l/hab.dia

Média: 130,90 l/hab.dia

 
Analisando especificamente bairros implantados por meio de programas sociais do Governo Federal, obtivemos os valores a seguir, que demonstram claramente a restrição do consumo em núcleos de baixa renda.

 Amostragem 4  qm = 99,91   l/hab.dia

 Amostragem 5  qm = 96,40   l/hab.dia

 Média:  98,15  l/hab.dia

 Na amostragem 5, com População predominantemente carente e dependente de ajudas sociais, apresentamos o levantamento de campo a seguir:

 

Nesta amostra a restrição é característica da população, que consome um pouco mais nos meses mais quente do ano, mas mantém uma regularidade de consumo.

 Os projetos são ainda onerados quando a densidade habitacional não é observada pela ótica estatística do IBGE, que publica em seus anais valores distintos em função das características de cada município, fruto do levantamento censitário.

 
“Segundo o IBGE, a queda na densidade domiciliar em dez anos foi mais acentuada do que os 9,6% observados entre os Censos de 1991 e 2000. Em 2000, a média de moradores em domicílios particulares ocupados era de 3,8. Em 2010, o índice passou para 3,3. A tendência persiste, segundo o Instituto, tanto na área urbana quanto na área rural.

 
A Região Norte, de acordo com o que aponta a Sinopse, tem a maior densidade domiciliar (4), enquanto a Sul apresenta a menor (3,1). “A tendência de declínio é uma característica geral e está diretamente relacionada à redução da fecundidade.”

 
Alguns exemplos:

Nortelândia: 3,64 hab./dom

Campo Verde: 3,54 hab./dom

Chapada dos Guimarães: 3,70 hab./dom

Juara: 3,76 hab./dom

Nobres: 3,81 hab./dom

Barra do Bugres: 3,65 hab./dom

 

Perdas

 Decorrente do processo operacional é impossível manter um sistema com perda zero, porém com uma ótima execução e um controle operacional, esta variável fica situada entre 5,0 e 20%, valor que deve ser acrescido na produção, para garantir a demanda projetada.

 
Conclusão:

Diante destas observações estatísticas, recomendamos a adoção de Per Capita, menos acadêmicos pois esta condição onera os investimentos e não traz nenhum resultado positivo adicional sob a ótica operacional, ressaltando que é condição fundamental que o sistema implantado tenha um rígido controle de consumo, e uma cobrança com punições de cortes, para usuários inadimplentes, e desonestos com o uso do tradicional “gato”, além de que as perdas devam ser controladas e corrigidas.

 Nosso estudo envolveu apenas a Categoria Residencial, sendo que, em cada caso em particular, deve ser analisada a inclusão de Grandes Consumidores, e consumidores nas Categorias Comerciais, Industriais e Públicas, para definição da demanda de projeto.

 
Agradecemos a colaboração especial do Eng. Lindberg Rodrigues dos Santos, Cláudio Sidnei Christófoli e outros anônimos.

 

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