sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

HOUVE UM TEMPO

 

Os Tigres – Escravos que coletavam as fezes nas residências e lançavam nos Rios e Córregos

Houve um tempo em que por falta de Saneamento Básico no Brasil, provocou muitas vítimas de doenças de origem hídrica.

Naquele tempo as soluções eram individuais, e cada cidadão buscava uma solução para prover-se de água para consumo, e afastamento das fezes e águas residuárias.

Houve neste tempo, muito desconhecimento da transmissibilidade das doenças, e assim os poços caseiros eram construídos, muito próximos das fossas, multiplicando assim as doenças pela ingestão de água contaminada.

Houve um tempo em que o Governo Federal, entendeu que era sua responsabilidade, cuidar da saúde dos brasileiros e criou um plano nacional de saneamento, e neste tempo todos os Vereadores e Prefeitos, buscavam mecanismos para empurrar o problema para as companhias estaduais recém criadas (Sanemat, Sabesp, Copasa, Embasa, Cosanpa.....)

Houve neste tempo, grandes investimentos em obras estruturantes, e um relaxamento com a operação e a comercialização dos serviços.

Era muito importante para os políticos terem água a custo insignificante, para angariar votos, pois o pagamento de pessoal estava garantido com o subsídio do governo federal, por meio da taxa de administração das obras.

Neste tempo, não se cobrava água, e nem cortava em períodos eleitorais.

Houve um tempo em que o ensino profissionalizante, só era possível por meio dos correios, e de empresas como O INSTITUTO UNIVERSAL BRASILEIRO.



Neste tempo a comunicação era muito precária, e os controles de contas de água eram manuais, e em época de eleições as dívidas dos inadimplentes sumiam como passe de mágica.

Na divulgação de conhecimentos técnicos na área de saneamento, foi de fundamental importância os cursos promovidos pelo CETESB, com a denominação inicial de Centro Tecnológico de Saneamento Básico, do Estado de São Paulo, e com a tradicional morosidade dos Correios.


Neste tempo a avidez pelo conhecimento, era limitada pela escassez de informações, e daí o improviso, achismos, e arranjos técnicos (gambiarras), foram-se multiplicando, e os efeitos são mantidos até os dias atuais.

E assim sucederam-se muitas experiências mal sucedidas em abastecimento de água e esgotamento sanitário, que por falta de divulgação do conhecimentos, éramos dominados pelos "especialistas".

Houve um tempo, em que havia apenas um profissional que sabia fazer manutenção nos tubos de Fibras de Vidro, PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro), e se o mesmo estivesse em uma de suas pescarias, o vazamento demorava até a sua chegada.

Neste tempo, toda memória do sistema de abastecimento de água, estava na “cabeça”, de um único funcionário, que decidia quais as válvulas deveriam ser abertas ou fechadas, para possibilitar abastecer por meio de rodizio, um determinado bairro da cidade.

Imaginem a importância deste Conhecimento.


Passaram-se o tempo, e o conhecimento estagnou-se no tempo, e assim são muito pouco os profissionais que detém o conhecimento fora de seu espaço de trabalho. Veio a Internet, as modernizações de comunicações, mas a inércia da busca do conhecimento ainda permanece, e as modernidades devem ser impulsionadas, pois

 Ainda estamos no tempo em que, a telemetria, evoluiu, barateou custo, mas pouco se vê nos sistemas públicos.

Ainda estamos no tempo em que, a redução de custos, com eficiência operacional está disponível com diversas ferramentas, mas pouco se vê nos sistemas públicos.

Ainda estamos no tempo em que, ainda temos os especialistas em manutenção de tubos e os que tem o sistema na memória.

Portanto, devemos INVESTIR EM CONHECIMENTOS





terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 

OS ESPECIALISTAS


No fim do século XIX, a Segunda Revolução Industrial aumentou, de forma considerável, a produção de mercadorias e, consequentemente, o número de indústrias pelo mundo.

A partir desse momento, inovações foram criadas para dar conta de tal demanda, a fim de aumentar ainda mais as produções em um menor espaço de tempo.

O primeiro a produzir um modelo de produção industrial que atingisse esses objetivos foi Frederick Taylor, que desenvolveu um sistema que baseava a produção no tempo de movimento dos trabalhadores, o TAYLORISMO.

Neste modelo o CONHECIMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ERA EXCLUSIVO DE UMA PESSOA – no caso, um gerente.

O trabalhador não precisava saber o porquê da sua função, mas apenas executá-la.

 Foi um período de BAIXA QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, em que cabia ao operário apenas a execução de suas tarefas e em um ritmo acelerado para maximizar os lucros. 

Operário Robô


Entretanto, no século seguinte, em 1909, o empresário Henry Ford melhorou as ideias de Taylor e as adaptou para a indústria automotiva, a Ford Motor Company, localizada em Detroit, nos Estados Unidos da América.

Suas ideias revolucionaram a forma como a indústria, de forma geral, produzia suas mercadorias.

Nascia o Fordismo, que dentre varia modernizações, destacamos a DIVISÃO RÍGIDA DE TAREFAS, no processo da esteira, onde cada trabalhador realizava uma função específica, o que aumentava a produtividade e diminuía os custos.

ERAM OS ESPECIALISTAS..........só sabiam fazer uma tarefa e pronto........

Este modelo vigora até hoje em diversas empresas do mundo, e no saneamento, é hodiernamente caracterizada pelos especialistas em;

Tratamento de Água, que são os Operadores

Manutenção de redes, pelos Encanadores

Controle de consumo, pelos Leituristas,

Vendas, pelos Atendentes Comerciais

E por aí vai......assim se houver uma vacância, por acidente, morte, invalidez, aposentadoria, férias, ........ a solução sempre será contratar ou formar outro ESPECIALISTA.


                                                        Operário Especializado

Com a crise de superprodução ocorrida em meados dos anos 1930-40, surgiu um novo modelo, que se denominou Toyotismo, criado pelo empresário japonês Eiji Toyoda, fundador da empresa automobilística Toyota, a partir do que viu nos dois modelos anteriores.

Fundamentalmente, esta modelo prima pela pouca divisão de tarefas, e o trabalhador conhece as etapas da produção. Acabou-se os ESPECIALISTAS, e criou-se os GENERALISTAS, com alto controle de qualidade, em todas as fases do processo, com tecnologia e conhecimento, pois os operários sabem todas as fases da produção, não eram mais robôs.

O profissional generalista é, na verdade, especialista em interagir com várias áreas, já que conta com conhecimentos bem como competências e habilidades diversificados sobre todas elas.

Dessa forma, ele apresenta uma visão sistêmica do negócio e até mesmo de sua própria profissão.

Este modelo, é muito difundido atualmente, sendo que em algumas concessões com atuação da empresa privada, todos os profissionais são generalistas, tosos sabem operar uma Eta, sabem fazer uma manutenção de rede, sabem pesquisar um vazamento, sabem lidar com a comercialização, ou seja, sabem tudo sobre o SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA.

Com este foco criamos o CURSO ON LINE, denominado OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, que possibilita a disseminação de todo conhecimento entre todas as especialidades que atuam no setor, em todos os níveis hierárquicos.


 



sábado, 26 de dezembro de 2020

PRESENTE DE NATAL AOS NOVOS PREFEITOS

Em 24 de dezembro, véspera do natal de 2.020, o presidente da República ASSINA O DECRETO QUE REGULAMENTA O NOVO MARCO DO SANEAMENTO BÁSICO, e dispôs exclusivamente com a cerne da questão que é o APORTE FINANCEIRO DA UNIÃO, para o Saneamento Básico, ou seja ÁGUA ESGOTO RESIDUOS SÓLIDOS (Lixo) e DRENAGEM

 Portanto com a assinatura do DECRETO Nº 10.588, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2020, que Dispõe sobre o apoio técnico e financeiro de que trata o art. 13 da Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020, sobre a alocação de recursos públicos federais e os financiamentos com recursos da União ou geridos ou operados por órgãos ou entidades da União de que trata o art. 50 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, a união só irá recursos quando os municípios comprovarem EFICIENCIA NOS SERVIÇOS PRESTADOS.

 Assim, o Governo Federal, aspira com o novo modelo estabelecer um novo significado de SERVIÇO PÚBLICO DE SANEAMENTO, trazendo mais EFICIÊNCIA na busca de melhores resultados sempre com a EFICÁCIA dos meios. 

 A eficiência transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o DESEMPENHO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. portanto diz respeito, à conduta dos PREFEITOS. 

 Já a EFICÁCIA tem relação com os meios e instrumentos empregados pelos PREFEITOS, no exercício de seus misteres na administração. Ou seja, a eficiência do modelo de gerência pública é uma forma de estabelecer no serviço público a economicidade, propiciando uma qualidade no serviço prestado pelos meios mais eficazes, em contraposição aos modos mais simples, eficiente, célere e sem desperdícios, colocando-se uma relação de custo/benefício para apresentar resultados satisfatórios pela administração pública, muitas vezes colocando-a como uma gerência empresarial.

 Acabou, portanto, o vou “empurrando com a barriga”. 

 Pois, se o serviço não é eficiente, e o modelo de gestão não traz resultados satisfatórios, então adeus recurso públicos do governo Federal. 

  RECURSOS FEDERAIS 

De acordo com o decreto, a distribuição dos recursos e o financiamento de projetos com dinheiro da União FICARÃO CONDICIONADOS, entre outros critérios, a:

 • Desempenho do prestador na gestão técnica, econômica e financeira, que terá de ser comprovado por meio de declaração da entidade reguladora; 

 • Eficiência e eficácia na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, comprovadas por meio de declaração da entidade reguladora;

 • Operação adequada e à manutenção dos empreendimentos anteriormente financiados com os recursos. 

 O objetivo final do Decreto é, UNIVERSALIZAR O SANEAMENTO (prevendo coleta de esgoto para 90% da população) e o fornecimento de água potável para 99% da população até o fim de 2033.

 Atualmente, 16% da população, não têm água tratada e 47% não têm acesso à rede de esgoto.

 Em setembro de 2.019, levantamentos revelaram que área de saneamento tem cerca de R$ 13,5 BILHÕES em contratos de obras que estão paralisadas pelo País, sendo R$ 12,6 bilhões relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007. 

 São quase mil contratos de empreendimentos planejados com recursos públicos que NÃO ATENDEM A POPULAÇÃO, sendo a maior fatia localizada no Nordeste. 

  Este modelo de gestão portanto não pode continuar

EM MATO GROSSO SÃO 11 OBRAS DE SANEAMENTO COM RECURSOS FEDERAIS PARADAS Das obras paradas no estado, 7 são do PAC, 5 pela Funasa e uma pela Caixa. Enquanto o destino dessas obras não é decidido, em Mato Grosso, segundo o IBGE, 71,6% da população não possui ACESSO ADEQUADO aos serviços de água, lixo e esgoto. (Fonte: Portal Saneamento Básico). 

 O presente está aí, é hora de rever o saneamento básico nas cidades e tratar o assunto de forma Empresarial, buscado equilíbrio econômico financeiro do serviço, com procedimentos operacionais modernos, e eficazes, e garantir um serviço adequado a população usuária do mesmo. 

 Integra do presente: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10588.htm

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Um sistema de abastecimento de água é constituído das seguintes partes principais: • Captação; • Adução; • Tratamento; • Reservatórios e • Redes de Distribuição. Em todas as partes faz-se necessário a presença de profissionais habilitados, para desenvolvimento de procedimentos operacionais vitais para garantir o funcionamento continuo do abastecimento de água. A vida útil dos equipamentos, a eficiência energética, a redução de custos, a implementação de receitas, dependem essencialmente destes profissionais que devem estar atualizados no conhecimento em todas as fases operacionais.
No gerenciamento do sistema, muitas melhorias não são implementadas, algumas pela ausência do conhecimento, impedindo assim que o consumidor final se beneficie com redução de custos e tenha sempre UM SERVIÇO ADEQUADO, conforme preconiza a legislação brasileira. (Lei 8987- cap. II).
Em nossa vida profissional observamos uma grande precariedade de conhecimento dos profissionais da área operacional, e que a disseminação do conhecimento é lenta e muito restrita. E com Foco neste problema formatamos um manual de treinamento, que denominamos: MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS DOS OPERADORES DE SERVIÇOS DE PESSOAL DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA.
O seu conteúdo, inicia na fonte da matéria prima a água bruta, passando por todas as partes do sistema (Captação – Adução- Tratamento – Reservação – Distribuição e Comercialização), em cada conteúdo buscamos utilizar um linguajar acessível a todos os níveis de conhecimento, e aplicamos exercícios com situações que ocorrem nas cidades todos os dias.
E em consequência da evolução tecnológica, e das restrições impostas pela pandemia de Corona Vírus que assola o mundo, decidimos oportunizar a disseminação deste conhecimento por meio de ENSINO A DISTANCIA, que sem prejuízo das aulas presenciais, permitiu a redução de custo e acessibilidade de todos. O curso foi formatado em Cinco Partes, sendo: PARTE 1 – CONHECIMENTOS GERAIS Aqui utilizamos uma metodologia ímpar, pois em função de todas as unidades de medidas com que o profissional deve lidar em seu dia a dia, criamos situações reais de aplicabilidade por meio de exercícios de pressão, vazão, Volumes, tempos etc. PARTE 2 – CONHECIMENTOS TÉCNICOS Nesta parte do curso, fazemos uma varredura de todas as informações técnicas, desde a captação até a distribuição de água tratada, são conceitos com exercícios práticos. PARTE 3 – ELEMENTOS DO TRATAMENTO DE ÁGUA Aqui como nos demais temas somos concisos no que realmente interessa, e daí focamos nos parâmetros Físico Químicos e Bacteriológicos, com exemplos reais. PARTE 4 – DOSAGENS Por tratar-se de parte fundamental da operação de um sistema, criamos uma metodologia automatizada para Determinação do PH ótimo de Floculação, e orientamos a Dosagem em conformidade com os ensaios laboratoriais. PARTE 5 – MACROMEDIÇÃO – MICROMEDIÇÃO E PERDAS Finalizamos o curso com uma abordagem, de três temas relevantes, com aplicação de exercícios reais e recomendações técnicas importantes na modernização do setor.
Todas as cinco partes são seguidas de Provas de avaliação, totalizando assim cinco provas, que se forem concluídas pelo aluno em treinamento, irá ser-lhe conferido um CERTIFICADO de conclusão do curso, com a chancela da EADBOX, que já está consolidada, como uma Plataforma de EAD (Ensino a Distância) utilizada por 2.160 Empresas em 150 Países e 24 Idiomas. CONHEÇA ESTE CURSO ACESSANDO: https://jorcy-aguiar.eadbox.com/

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 

ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

PARTE 1 – A ORIGEM




Carlos Estevão, famoso cartunista, publicava na Revista “O Cruzeiro”, do fim da década de 40 até sua morte, em 1972, ilustrações e páginas   com o título:

As aparências enganam

Pois é, essas histórias me vieram à cabeça quando planejei escrever esta matéria para o Blog, pois para o leigo, água limpa e transparente, significa água boa para se beber, porém as aparências enganam, e muito, quando se trata de água.

E por desconhecimento, vemos ainda muita gente por aí, buscando água de minas, e poços caseiros, para consumo humano, com a crença de ser a mais “saborosa” e “segura”.


Garrafões em fase de enchimento com água da mina

Imaginem a cena: Em uma trilha, largado e pelado encontramos um Igarapé no meio da selva, obviamente imaginamos tratar-se da fonte mais preservada do planeta, e bebemos de sua água, e por curiosidade colhemos uma amostra e a levamos para o laboratório.

Resultado: Presença de Coliforme Fecal do gênero E.Coli, que tem seu habitat no trato gastrintestinal sendo indicadora de contaminação fecal, que é originado  por vertebrados de sangue quente.

Como é possível? Sim, antes de nós também estiveram no igarapé os animais que buscam saciar a sede e possivelmente defecam em suas margens.

Concluímos então que uma água originária de uma fonte isolada na floresta, pode estar tão contaminada com coliforme de origem fecal, como a de uma água originada em um Rio Urbano, ou uma mina aflorante, a diferencia é quanto a patogenicidade, em outras palavras, o excremento da onça, da paca, da capivara....tem possibilidade zerada de provocar doenças de origem hídrica.

Igarapé com presença de coliforme Fecal

E na água do poço profundo, ou uma cisterna caseira bem protegida, o que pode ocorrer?

Pra saber, vamos interpretar o laudo de um exame de uma amostra de um poço profundo, que foi enviado a um laboratório especializado.

PARAMETROS ANALISADOS:

1 - PH – Indica se a água é acida ou alcalina, sendo 7 um valor neutro.

Abaixo de sete, é água acida e acima de 7 alcalina, o bom para consumo é sempre acima de 6, porém poucas águas, dita minerais, apresentam esta condição.

Se o único parâmetro fosse o PH esta seria uma excelente água.

 PH de algumas águas minerais vendidas no Brasil (Fonte: Cura pela natureza)

·         São Lourenço – pH 5,45 (ácido)

·         Indaiá – pH 4,64 (ácido)

·         Bonafont – pH 5,44 (ácido)

·         Petrópolis – pH 5,38 (ácido)

·         Perrier – pH 5,5 (ácido)

·         Santa Joana – pH 5,25 (ácido)

 

·         Puris – ph 6,98 (neutro)

·         Lindoya – pH 6,74 (neutro)

·         Schin – pH 6,79 (neutro)

·         Água prata – pH 7,01 (neutro)

 

·         Pureza Vital Nestlé – pH 7,44 (alcalino)

·         Minalba – pH 8,04 (alcalino)

·         Sarandi – pH 9,35 (alcalino)

·         Ibirá – pH 10,15 (alcalino)

·         Levity – pH 8,84 (alcalino)

·         Crystal – pH 7,28 (alcalino)


No Art. 39 § 1º da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o padrão de potabilidade das águas, recomenda que o pH (potencial hidrogeniônico) da água própria para consumo seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.

Portanto das 16 amostras do exemplo, 37,5%, estão fora da recomendação do Ministério da Saúde.

O Risco de consumo de água ácida, só é perceptível depois de dez, ou mais anos, pois pode causar problemas gástricos, como gastrites, úlceras e câncer de estômago”

 

2 - COLIFORME TOTAL:

São bactérias que fermentam a lactose, ou o açúcar do leite.

Os resultados dos exames deram positivo, ou seja, presença de coliformes totais.

Ora, se meu poço está protegido, como apareceu este coliforme?

A origem desta bactéria na água de poço, leva a crer que a água teve contato com matéria orgânica em decomposição, esta é uma matéria orgânica do solo da perfuração, portanto se tem matéria orgânica, elas vão vai estar sempre lá.

3 - ESCHERIA COLI:

Escherichia coli (E. coli) é um tipo de bactéria que habita no sistema digestivo do ser humano e de todos os animais de sangue quente. (portanto presente nas fezes)

Os resultados deram negativos, o que significa que não existe contato com fossa séptica, e nenhum animal de sangue quente defecou na água. Este é um excelente resultado.

Então lá no igarapé encontramos a E.Coli, e no nosso poço, estamos livre dela, a razão é a proteção tanto externo quanto interno do poço, para evitar a contaminação pelo lençol freático, que pode carrear fezes de fossas urbanas. E não esqueçamos que lá deve ter algumas oncinhas....

 

4 - BACTERIAS HETEROTROFICAS:

As bactérias heterotróficas são abundantes no meio ambiente, em especial da água - incluindo a água de torneira e água tratada, É A BACTERIA QUE NÃO FAZ MAL AO SER HUMANO, porém devem estar limitadas a 500 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/ ml).

O resultado deu 184 (portanto dentro do limite).

 

5 – FERRO:

O ferro é encontrado em praticamente todas as águas, porém, quando ocorre teores superiores a 0,5 ppm, a água tem sua cor, odor e sabor alterados. 

Teores de ferro dessa ordem tendem a reduzir a aceitação da água pela população, pelo fato de causarem manchas em roupas e pisos, entre outros inconvenientes, veja na ilustração um sanitário que usa água com elevado teor de ferro.

Em nossa análise, resultou menor que 0,10, portanto está dentro dos limites permitidos (o seu excesso não faz mal à saúde, porém amarela tudo na cozinha e banheiro)

 

6 – COR:

A cor é um dado que indica a presença de substâncias dissolvidas na água. Assim como a turbidez, a cor é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto.

O resultado deu 145, sendo o valor máximo permissível de cor na água distribuída para consumo humano é de 15,0 U.C. (unidade de cor)


7 – TURBIDEZ: A turbidez é causada pela presença de materiais sólidos em suspensão como: silte, argila, sílica ou coloides, matérias orgânicas e inorgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e algas.

O Resultado foi de 0,83 sendo adotado o valor máximo de 5 Unidades de turbidez para as águas de consumo humano. Portanto dentro dos limites

                                                       Fonte: usgs.gov

CONCLUSÃO:

É raríssimo a situação em que a água é encontrada na natureza, em condições de potabilidade em conformidade com os parâmetros do Ministério da Saúde.

Esta água é denominada, ÁGUA BRUTA, pois ainda não passou por um processo de Potabilização, para ser adequada ao consumo humano.

daí a necessidade de TRATAMENTO TORNA-SE IMPRESCINDIVEL, e o mais simples dele é o de ferver antes do consumo....

 

Próxima Postagem......ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

PARTE 2O TRATAMENTO

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 

O AR NAS TUBULAÇÕES – PARTE 2


DISPOSITIVOS DE ELIMINAÇÃO E INTRODUÇÃO DE AR NA TUBULAÇÃO

 Os principais dispositivos de eliminação e introdução do ar nas tubulações são:

1 – Ventosas

2 – Tubo Piezométrico

3 – Purgadores (manual / automático)


1 – Ventosas

 As ventosas são um dos principais dispositivos para a expulsão e admissão de ar nas tubulações.


Porém terão que ser bem dimensionadas, para fazer a expulsão do ar nas condições de pressões positivas, e admissão do ar nas condições de pressões negativas quando ocorre as depressões excessivas.

 

                  Achatamento de uma tubulação de aço, em decorrência de depressão excessiva 

A aplicação das ventosas de grande orifício para ser utilizadas nas operações de enchimento e esvaziamento dos sistemas de abastecimento de água, devem ser criteriosamente dimensionadas.

 


                Imagem de Software de dimensionamento de ventosas, desenvolvido pelo autor


MANUTENÇÃO

Como qualquer outro equipamento os dispositivos de eliminação do ar, devem sofrer manutenção preventiva, e com testes rotineiros de sua operação.

 Quando entregue pelo fabricante as ventosas tem os furos protegidos com fita adesiva, e já tivemos oportunidade de observar instalações com estas fitas preservadas por algum tempo de operação, o que significa que as mesmas estavam inoperantes.


2     – Tubo Piezométrico



Nos pontos onde a Linha Piezométrica Efetiva, cortam a linha de adução, cria-se uma condição desfavorável, com formação de bolsas de ar, e reduzindo a vazão.

 Torna-se imprescindível a instalação de uma tubulação que deve ficar em contato com a atmosfera, e que seja superior ao plano de carga Efetivo. Assim este ponto altera a configuração das linhas de Pressão, elimina o Ar, e aumenta a vazão na linha.

 Em Cuiabá, para resolver o problema de abastecimento do Reservatório Morro da Colina, foi instalado um TP nas imediações do Colégio Coração de Jesus, na Avenida Dom Bosco.


3    – Purgadores


O Purgador pode ser manual ou automático, quando manual um simples tubo com registro é suficiente. Já os automáticos tem função similar as ventosas na função de eliminação.

AR NAS LIGAÇÕES


Este é um assunto muito discutido entre os usuário do serviço, porem com testes seguros, realizados pela Sabesp demonstraram que a quantidade de ar que chega ao hidrômetro é tão pequena que não representa diferença na conta mensal.

 Em condições normais de abastecimento, a maioria absoluta das redes de distribuição e das ligações de água operadas pela Sabesp não está sujeita a entrada de ar nas tubulações.

 Além de que é importante ressaltar, ainda, que a Sabesp não reconhece a eficácia de equipamentos para eliminar o ar nas redes de distribuição.

 Os dispositivos, além de ilegais, trazem riscos de contaminação. 

 Segundo o Inmetro, esses eliminadores de ar não são atestados e aprovados, e quem adquire e utiliza dispositivos como este pode ser punido, pois sua instalação é considerada crime ao patrimônio público.

 A qualidade da água também pode ser comprometida, pois os equipamentos acabam funcionando como pontos abertos na rede e, portanto, são possíveis focos de contaminação por enchentes, insetos ou animais, o que afeta todo o setor de abastecimento. (Fonte: Sabesp)

 




ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO

  ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO   A notícia foi estampada em diversos jornais, água contaminada em Barão de Melgaço   A CAUSA: ...