segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ÁGUA UMA DÁDIVA DIVINA – Parte 2

Fonte: Rio Cuiabá

O Rio Cuiabá transporta em seu curso 100.000 litros de água por segundo, quando do período de estiagem. Esta quantidade de água é um presente divino para todos os seres humanos que habitam o planeta terra, e se concentram nas regiões do vale do Rio Cuiabá, como Nobres, Rosário Oeste, jangada, Acorizal, Guia, Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antonio e Barão de Melgaço. Esta água é gratuita, e regulamentada pelo Governo Federal por meio da Lei 9.433/97 denominada lei das águas, que em seu Artigo Primeiro já define:

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

Na secção IV, a lei trata DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:

I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;

II - incentivar a racionalização do uso da água;

III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.

RESUMINDO:

1. A água é um presente de Deus

2. O governo federal legisla o seu Uso pela lei 9.433/97

3. A água que as empresas utilizam em seu processo de produção não será gratuita, pois o governo federal irá cobrar uma cessão de uso.

Neste contexto vamos analisar duas importantes empresas que usam a água do Rio Cuiabá como matéria prima para o seu produto; a primeira é a AmBev, e a segunda é a Sanecap, ou DAE VG.

1 – A AmBev

A água é responsável por cerca de 90% da fórmula da cerveja. Para produzir 1 litro de cerveja é necessário, em média, de 10 litros de água.

Há dez anos, a empresa AmBev, trabalha para melhorar seu processo e consumir menos água. No ano passado, conseguiu em algumas fábricas ultrapassar o benchmark mundial de consumo, de 3,75 litros de água para cada litro de cerveja produzido. Em 2006, a unidades de Curitiba atingiu o índice anual de 3,49 litros de água por litro de cerveja. Foi uma evolução rápida. Em 2001, a quantidade de água usada pela AmBev para produzir um litro de bebida era de 5,62 litros de água por litro de cerveja.

 
As fábricas da AmBev estabelecem metas de consumo de água para cada área de trabalho e procuram superá-las constantemente. As unidades realizam treinamentos internos para discutir com funcionários a importância da preservação ambiental e vistoriam os equipamentos para evitar vazamentos. Além disso, a AmBev faz um trabalho de reaproveitamento de água. O que é usado em serviços como lavagem de tanques, garrafas e limpeza em geral é reutilizada, por exemplo, para regar plantas. A água que resfria algumas das máquinas também não é desperdiçada, sendo reutilizada em outros processos.

Há alguns anos, percebemos que a máquina que lavava as garrafas funcionava ininterruptamente. Bastou alterar o sistema, de maneira que ele não funcionasse entre uma garrafa e outra. A economia chegou a 38% do que anteriormente era gasto. Uma medida simples, mas bastante eficiente. (Fonte: Revista ÉPOCA)

Resultado: A indústria de Cerveja consegue reduzir o seu custo de produção, suas perdas, e assim coloca um produto no mercado com preço competitivo.

Fluxograma de produção da Cerveja:


Água Bruta no Rio Cuiabá---Captação no Rio Cuiabá---Transporte da água Bruta para a fábrica (ETA)---Tratamento da água bruta----Adição de Componentes ---Produto final: Cerveja

2 – As Empresas de Saneamento

A ÁGUA BRUTA é responsável por 100% da fórmula da água tratada. Para produzir 1 litro de água tratada é necessário, em média, de 1,10 litros de água bruta.

Fluxograma de produção da Água Tratada:

Água Bruta no Rio Cuiabá---Captação no Rio Cuiabá---Transporte da água Bruta para a fábrica (ETA)---Tratamento da água bruta----Adição de Componentes ---Produto final: Água Tratada

No processo de produção de água tratada existe um elevado custo envolvendo; Pessoal, energia, instalações, produtos químicos, manutenção de equipamentos, etc....temos portanto um produto industrializado que será disponibilizado para venda.

Na composição do preço de venda todos os itens de produção devem ser contemplados, com uma parcela proporcional a sua participação no custo, o que na atualidade é de R$ 1,99 o preço de cada 1.000 litros entregue a domicilio pela Sanecap aos seus usuários que consomem até 10.000 l por mês, elevando-se a R$ 13,44 para cada 1.000 litros para consumos acima de 30.000 l por mês.

A partir do instante em que a Indústria de água tratada, ou a de Cerveja, transforma a matéria-prima que é a água bruta do Rio Cuiabá, em produtos, que em seguida serão comercializados tendo utilizado um elevado capital neste processo produtivo, este produto deixou de ser dadiva divina para compor um item de consumo industrial.

Historicamente as Empresas de saneamento não acompanham o crescimento das cidades, e não garantem a universalização do Serviço de entrega a domicilio de água tratada, não evoluíram em atualizar a tecnologia de seus serviços, bem como são irregulares na distribuição, o que significa a não prestação de UM SERVIÇO ADEQUADO a população das Cidades em que atuam. Compromete ainda o serviço a elevada perda entre o processo de produção e venda, atingindo valores próximos de 60%. Na AmBev este valor conduziria à empresa a falência, pense em produzir 100 litros e só vender 40 litros, esta é a realidade das empresas de saneamento.

No tocante a Tarifa de água tratada, em sua composição não está inserida os recursos necessários para INVESTIMENTOS, assim as empresas de saneamento não tem capacidade de capitalizarem para promover os investimentos necessários a universalização dos serviços, implicando na necessidade de recursos externos, quer seja da iniciativa privada, ou pública por meio de financiamentos ou emendas.

Resultado: O SERVIÇO ADEQUADO, que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas, fica impossível de serem alcançadas, com recursos advindos exclusivamente de tarifas, e assim as empresas estarão sempre defasadas em relação às necessidades básicas do publico consumidor.

                                                                       Gambiarras em áreas desprovidas de redes de distribuição




domingo, 31 de julho de 2011

ÁGUA PARA TODOS

ÁGUA PARA TODOS


O DECRETO Nº 7.535 DE 26 DE JULHO DE 2011, Institui o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água, denominado - “ÁGUA PARA TODOS”. leia na integra

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituído o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - “ÁGUA PARA TODOS”, destinado a promover a universalização do acesso à água em áreas rurais para consumo humano e para a produção agrícola e alimentar, visando ao pleno desenvolvimento humano e à segurança alimentar e nutricional de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Parágrafo único. O Programa “ÁGUA PARA TODOS” será executado, no que couber, em conformidade com as diretrizes e objetivos do Plano Brasil Sem Miséria, instituído pelo Decreto no 7.492, de 2 de junho de 2011.

Art. 2o O Programa “ÁGUA PARA TODOS” observará as seguintes diretrizes:

I - priorização da população em situação de extrema pobreza, conforme definido no art. 2o do Decreto no 7.492, de 2011;

II - fomento à ampliação da utilização de tecnologias, infraestrutura e equipamentos de captação e armazenamento de águas pluviais;

III - fomento à implementação de infraestrutura e equipamentos de captação, reservação, tratamento e distribuição de água, oriunda de corpos d’água, poços ou nascentes e otimização de seu uso; e

IV - articulação das ações promovidas pelos órgãos e instituições federais com atribuições relacionadas às seguintes áreas:

a) segurança alimentar e nutricional;

b) infraestrutura hídrica e de abastecimento público de água;

c) regulação do uso da água; e

d) saúde e meio ambiente.

Art. 3o Os Estados e o Distrito Federal poderão participar do Programa “ÁGUA PARA TODOS” mediante celebração de termo de adesão.

§ 1o Para a execução do Programa “ÁGUA PARA TODOS” poderão ser celebrados, ainda, convênios, termos de cooperação, ajustes ou outros instrumentos congêneres, com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, na forma da legislação vigente.

§ 2o A celebração dos instrumentos de colaboração de que trata o § 1o obedecerá a planejamentos plurianuais, bem como a disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 4o O Programa “ÁGUA PARA TODOS” contará com um Comitê Gestor composto pelos representantes dos seguintes Ministérios, na forma a seguir apresentada:

I - Ministério da Integração Nacional, pelo titular da Secretaria de Desenvolvimento Regional, que o coordenará;

II - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pelo titular da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;

III - Ministério das Cidades, pelo titular da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental;

IV - Ministério do Meio Ambiente, pelo titular da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano; e

V - Ministério da Saúde, pelo presidente da Fundação Nacional de Saúde.

Art. 5o Ao Comitê Gestor do Programa “ÁGUA PARA TODOS” compete:

I - coordenar iniciativas e articular as ações no âmbito do Programa “ÁGUA PARA TODOS”;

II - definir as metas de curto, médio e longo prazo do Programa;

III - discutir e propor aperfeiçoamentos nos planos operacionais dos órgãos e entidades federais responsáveis pela execução de ações no âmbito do Programa;

IV - estabelecer metodologia de monitoramento e avaliação da execução do Programa; e

V - avaliar resultados e propor medidas de aprimoramento do Programa.

Art. 6o O Programa “ÁGUA PARA TODOS” contará com um Comitê Operacional composto por um representante titular e um suplente de cada um dos Ministérios que compõem o Comitê Gestor.

§ 1o Os representantes do Comitê Operacional serão indicados pelos titulares dos órgãos integrantes do Comitê Gestor e designados pelo titular do Ministério da Integração Nacional.

§ 2o Caberá ao Comitê Operacional:

I - avaliar e apresentar ao Comitê Gestor propostas dos órgãos e entidades parceiras do Governo Federal no cumprimento das metas do Programa;

II - avaliar e apresentar ao Comitê Gestor propostas de distribuição territorial das metas necessárias à garantia do acesso à água;

III - avaliar e apresentar ao Comitê Gestor demandas por diagnósticos e estudos que auxiliem o Governo Federal na elaboração de políticas e ações necessárias à oferta de água e atendimento da demanda;

IV - avaliar e apresentar ao Comitê Gestor relatórios e informações necessárias ao cumprimento das ações no âmbito do Programa;

V - acompanhar as ações dos órgãos e entidades parceiras do Governo Federal em seus respectivos territórios; e

VI - apresentar ao final de cada exercício fiscal, para avaliação e deliberação do Comitê Gestor, o plano de ação integrada para o exercício seguinte, acompanhado de relatório de avaliação e execução das ações desenvolvidas no exercício anterior.

§ 3o A coordenação do Comitê Operacional caberá ao Ministério da Integração Nacional.

Art. 7o O apoio administrativo e os meios necessários à execução dos trabalhos do Comitê Gestor e do Comitê Operacional serão prestados pelo Ministério da Integração Nacional.

Art. 8o Poderão ser convidados a participar das reuniões do Comitê Gestor e do Comitê Operacional representantes de outros órgãos e entidades da administração pública e da sociedade civil.

Art. 9o A participação no Comitê Gestor e no Comitê Operacional será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

Art. 10. A execução das ações do Programa “ÁGUA PARA TODOS” observará planos anuais de ação integrada que conterão as metas, os recursos e as respectivas ações orçamentárias.

Art. 11. As despesas com a execução das ações do Programa “ÁGUA PARA TODOS” correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas aos órgãos e entidades envolvidos na sua implementação, observados os limites de movimentação, empenho e pagamento da programação orçamentária e financeira anual.

Art. 12. Para o exercício de 2011, o Comitê Operacional deverá apresentar o plano de ação integrada de que tratam o inciso VI do § 2o do art. 5o, e o art. 9o, no prazo de trinta dias após sua instalação.

Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 26 de julho de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF

Tereza Campello

Fernando Bezerra Coelho

terça-feira, 19 de julho de 2011

O JECA TATÚ MODERNO

O JECA TATÚ MODERNO



No passado era o Amarelão, que constituía um desafio para a Saúde Pública, os preguiço da época tinham na figura do Jeca tatu, a imagem representativa da características das pessoas que conviviam com a ausência do Saneamento Básico.

As Cidades cresceram, e o campo encolheu, a periferia dos grandes centros foram sendo ocupada sem nenhum planejamento, e a infra estrutura urbana nunca foi possível de atender a demanda, sendo que em alguns casos pela ilegalidade das posses, e em outras pela insuficiência de recursos do Poder Público.

Porém a vida continua com ou sem infraestrutura, sendo que para a iluminação recorrem-se as “gambiarras”, e quando não se consegue drenar água de uma canalização oficial, resolve-se o problema com poços comunitários, muitas das vezes muito rasos, ou em áreas adensadas, com proximidades de contaminação do lençol freático.

Cenario 1 – Acima do Solo

Uma cidade muito bonita, com edifícios que se negam a usar água da concessionária, e perfuram poços “Artesianos” (Sic), Cemitérios abarrotados, e com vagas só no terceiro andar, postos de combustíveis, lixos, e shoppings obviamente.

    Cuiabá Cidade Verde
 
Cenario 2 – Abaixo do Solo

A cidade de Cuiabá possui uma drenagem privilegiada, com córregos que drenam bacias bem caracterizadas, como as da Prainha, Gambá, Mané Pinto, Barbado etc., e neste cenário com a ausência de redes coletoras de esgoto, convivemos com um lençol de efluentes de esgoto, estamos em cima de um verdadeiro “Mar de Merda” no linguajar Cuiabano do professor Guilherme Muller. E este cenário se repete em todos os pequenos, médios e grandes centros urbanos, onde a coleta e tratamento de esgoto, sempre foi um assunto de segundo plano. Já ouvimos comentários do Tipo: “ Se está bom com fossas, porque mudar?”, concordo está bom para os leigos que desconhecem o potencial contaminante de uma substancia que iremos comentar.


O Vilão: Nitrato

O Nitrato é considerado um dos contaminantes de ocorrência mais comum em águas subterrâneas. A água só é considerada potável quando a concentração dessa substância é inferior a 10 mg por litro. O nitrato chega aos poços e aquíferos principalmente em decorrência da falta de redes de esgoto. A população utiliza fossas sépticas, onde a substância é produzida durante os estágios finais da decomposição do material biológico. O nitrato penetra no solo e chega ao lençol freático.

No site do Instituto do Câncer (www.inca.gov.br) e estudos da literatura médica alertam:

A Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.

Outra doença tambem relacionada ao consumo excessivo de Nitrato é a Metamoglobinemia, conhecida como Síndrome do Bebê Azul, Essa síndrome também é conhecida como tetralogia de Fallot, ou seja, o coração da criança apresenta 4 características básicas:

1) defeito do septo ventricular ( o coração apresenta 4 câmaras, esse septo separa os ventrículos direito e esquerdo que possuem uma musculatura mais desenvolvida e são capazes de impulsionar o sangue para os pulmões e para o resto do corpo, respectivamente)

2) estreitamento da valva pulmonar ( por onde passa o sangue que vai para os pulmões ser oxigenado)

3)aorta deslocada

4)espessamento da parede do ventrículo direito ( de tanto trabalho que o ventrículo faz para fazer o sangue passar para os pulmões pela valva que está estreitada, ele acaba tormando-se mais espesso e forte)

Logo, há uma grande dificuldade de tornar esse sangue do bebê oxigenado, com isso os tecidos acabam ficando pouco oxigenados e o bebê adquire uma cor arroxeada ( cianose) e sofre de falta de ar.




Em alguns lugares, essas águas "naturais" do Sub solo já se tornaram impróprias ao consumo, especialmente para o recém-nascido, sendo um dos exemplos mais marcantes o da cidade de Natal RN

Tribuna do Norte - RN

“ Durante os últimos dez anos 38 poços tiveram de ser desativados em Natal, por conta da alta concentração de nitrato registrada nas águas retiradas dessas fontes. Uma das saídas encontradas pela Caern para impedir que o fechamento atingisse os demais 119, resultando na escassez de água potável para a população da capital, foi a construção de duas adutoras: do Jiqui e do Rio Doce”

“ De acordo com a promotoria, a falta de saneamento na região fez com que poços que apresentavam 1,0 mg/l de nitrato, em 2004, hoje registrem até 5,4 mg/l”
 

É obvio que não se pode generalizar, pois em Natal existe uma situação atipica, onde o aquífero não tem uma proteção argilosa que costuma separar o lençol freático do aquífero confinado. Dessa forma, tudo o que se despeja no subsolo acaba se espalhando por todo o aquífero e atingindo as camadas mais profundas de onde se retira água para consumo humano, o problema é que na ansia de resultados muitos poços nas grandes cidades são perfurados, e explorados em niveis acima do aquifero confinado, ou seja no “mar de merda”

A Gravidade do problema da ausência de tratamento de Esgoto, atinge a nossa, reserva natural de água doce, O AQUIFERO GUARANI, veja postagem da revista DAE,

13 de Julho de 2011
Reserva de água abaixo de São Paulo corre risco de contaminação

O aqüífero Guarani, a segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo, corre sérios riscos de contaminação. Esta é a conclusão de um estudo de campo realizado por técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo (IPT).

Concluindo: Verifique a quantidade de Nitrato na água que está consumindo, pois quanto maior a sua dosagem, significa água com alta concentração de poluição......e conseqüentemente risco a sua saúde, e a de sua família, e se o consumo for durante a gravidez, o cuidado deve ser redobrado.

terça-feira, 12 de julho de 2011

CANTEIRO BIOSÉPTICO



CANTEIRO BIOSÉPTICO


http://www.youtube.com/watch?v=nhz0qzDVLkc

(tecnologia finalista no prêmio Tecnologia Social 2009 promovido pela Fundação Banco do Brasil).


Conhecida popularmente por “fossa de bananeiras”, é uma técnica de tratamento de efluentes domésticos desenvolvida pelo Ecocentro IPEC para solucionar o problema da poluição existente em zonas urbanas e periféricas com os efluentes dos sanitários convencionais jogados em ‘sumidouros’. Vale lembrar que, em comunidades com mais de 500 habitantes/km2, a biologia do solo não consegue realizar a eliminação completa de patógenos e, particularmente onde o lençol freático está próximo da superfície, o problema pode chegar a sérios riscos para a saúde pública. Por isso, o canteiro bio-séptico é uma opção segura, barata, bonita e sustentável ao saneamento básico.



Funcionamento


Ele é facilmente construído com materiais prontamente disponíveis no mercado e de baixo custo. Uma escavação de 1m X 1m X 4m é feita em nível no terreno e esta vala é repetida paralelamente. Dentro da vala é construída uma câmara para receber os efluentes e a construção é feita de com tijolos de 6 furos, tijolos maciços e meias-manilhas de concreto, de forma a receber os efluentes para um tratamento biológico híbrido.



O tratamento híbrido - O efluente é digerido anaerobicamente pelos micro-organismos presentes. Na medida em que o nível aumenta, o líquido alcança os furos dos tijolos e sai para uma segunda câmara preenchida com material poroso, como argila expandida, e propicia a digestão aeróbica da matéria orgânica e mineral. Nos quinze centímetros superiores da vala são plantadas bananeiras e outras plantas hidrófilas que fazem a evaporação do líquido remanescente.

Não há efluentes e as plantas produzem alimento de ótima qualidade.

As fossas sépticas largamente utilizadas na maioria das residências, apenas removem os sólidos, sem eliminar a contaminação por patógenos humanos. Elas precisam ser esvaziadas regularmente, e quando isto não ocorre a qualidade das águas subterrâneas fica comprometida.

No canteiro bio-séptico o funcionamento é diferente. Ele é um sistema completo, que associa a digestão anaeróbica (sem presença de oxigênio) a um canteiro séptico que digere toda a matéria orgânica na zona de raízes das plantas em conjunto com micro-organismos aeróbicos (com a presença de oxigênio). A água é evapo-transpirada, eliminando totalmente qualquer tipo de resíduo, além de produzir biomassa viva, inclusive frutos!

O plantio de espécies que gostam de muita água deve ser feito imediatamente. Estas plantas podem ser bananeiras, taiobas, bambus, entre outras.

Não plante nenhum alimento de raiz, como mandioca ou batata doce, pois os tubérculos estariam em contato com o efluente e não são comestíveis.

Os frutos (bananas, por exemplo) podem ser comidos, pois não existe perigo de contaminação.

Lembre-se que é necessário regar estas plantas até que estejam bem estabelecidas, mesmo que o sistema entre em funcionamento imediatamente, pois é necessário um tempo até que o líquido do esgoto alcance o nível das raízes.

O canteiro bio-séptico funciona como uma horta, porém recebe água de baixo para cima. Quando esta água (o esgoto) é pouca, é necessário regar para não deixar as plantas morrerem.

O resultado é um sistema sem efluentes, pois toda a água é absorvida e evaporada pelas plantas enquanto a matéria sólida (0,1% do volume total) é transformada em minerais inertes, que são alimentos para as plantas. É assim que a natureza sempre trabalhou para limpar a água poluída.

A presença de minhocas e outros organismos do solo, como cascudos e insetos, não se assuste, isto é sinal de que o seu sistema de tratamento está funcionando muito bem e o solo está ficando mais fértil! Estes organismos auxiliam na digestão.

Fonte: (tecnologia finalista no prêmio Tecnologia Social 2009 promovido pela Fundação Banco do Brasil).

segunda-feira, 4 de julho de 2011

SANEAMENTO NO TEMPO DO JECA TATÚ

SANEAMENTO NO TEMPO DO JECA TATÚ
Ano – 1.920

Cenário: Esgoto a céu aberto, escorrendo nas ruas


Sanitários: Privada – Latrina – Pé de Bananeira


Apesar de um crescimento exponencial, nas regiões de garimpo, já havia por parte dos desbravadores, uma visão urbanística e as cidades eram projetadas no estilo nordestino, em razão da maioria dos desbravadores de mato grosso serem oriundos, da Bahia, Maranhão, nordeste de Minas..... as ruas eram estreitas, as casas geminadas “de parede e meia” e os terrenos geralmente estreitos e compridos, em média de 8 a 10 m de largura por 30 a 40 m de comprimento, e neste espaço eram edificados a residência, a privada, a cisterna, e outras instalações para lavagem de roupas e louças.



As cisternas possuíam profundidades de até 15,00 e eram revestidas com tijolos, na sua parte mais inconsistente de solo, porém como eram construídas em proximidades inferiores a 10,0m das fossa estas acabavam contaminando de forma imperceptível a fonte de água da residência.

Neste cenário surgiram varias doenças, porém a que mais chamou atenção dos sanitaristas foi o amarelão, decorrente de duas espécies de vermes, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus, e que ainda parasitam cerca de 900 milhões de pessoas no mundo e matam 60 mil anualmente. O Ancylostoma duodenale adulto possui de 8 a 18 mm de comprimento e de 400 a 600 mm de largura. O Necator americanus pode medir de 5 a 11 mm de comprimento e de 300 a 350 mm de largura.

Após a cópula, as fêmeas desses nematelmintos liberam ovos no intestino delgado humano, que são eliminados junto com as fezes. No solo e em condições adequadas, como boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada, dos ovos sairão larvas que, após várias transformações, alcançarão um estágio infectante. Nessa forma, poderão penetrar pela pele, conjuntiva, mucosas ou por via oral, quando houver a ingestão de alimentos ou água contaminados. A penetração da larva na pele causa uma sensação de “picada”, com aparecimento de vermelhidão, prurido e inchaço (edema) na região. Desse local ela vai para a corrente sanguínea e leva alguns dias sofrendo várias transformações, até alcançar o intestino delgado. Nessa região atingirá o estágio adulto tornando-se capaz de copular e liberar ovos. A infecção provoca dor abdominal, perda do apetite, náuseas, vômitos e diarréia, que pode ser ou não acompanhada de sangue. Também pode causar anemia, visto que, no intestino delgado, os adultos dessa espécie também aderem à mucosa intestinal e alimentam-se intensamente do sangue do hospedeiro. A ancilostomose ocorre preferencialmente em crianças com mais de seis anos, adolescentes e em indivíduos mais velhos.



Neste cenário dois fatos merecem destaques:

• O primeiro protagonizado por Monteiro Lobato, que tendo que enfrentar a vida no campo, em decorrência de uma herança recebida, conviveu com uma população, anêmica, e preguiçosa, que foi motivo de muitas criticas de sua parte, até perceber que as pessoas não eram assim, estavam assim, por conta de uma grave doença causada pela ausência do saneamento básico; iniciava neste instante uma grande campanha cujo personagem principal era o Jeca Tatú, e o objetivo era a prevenção contra o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus que são espécies aparentadas de vermes parasitas nematelmintos, com corpos filiformes e fêmeas (com até um centímetro) maiores que machos. As suas extremidades anteriores têm a forma de um gancho, especialmente nos Necator, e possuem boca armada com placas ou espinhos duros e bastante resistentes.


                                                            Necator Americanus




  • O segundo fato, é protagonizado pela FSESP Fundação de saude Publica, que hoje evoluiu para a atual Funasa, que tinha como foco a prevenção, que constituia em:

PREVENÇÃO

• Utilização de calçados (sapato ou sandália), evitando o contato direto com o solo contaminado;

• Fornecimento de infra-estrutura básica para a população, proporcionando saneamento básico e condições adequadas de higienização;

• Ter o máximo de cuidado quanto ao local destinado ao lazer das crianças, pois acabam brincando com terra;

• Educação da comunidade, bem como o tratamento das pessoas doentes

Nesta epoca, (Década de 50), a FSESP utilizava de uma grande estratégia, para resolver o problema de falta de recursos para o Saneamento Básico, e consistia em atuar junto a população buscando motivar a mão de obra gratuita, em regime de mutirão, o que era conseguido com a seguinte estratégia:

1. Convocação e reunião dos moradores para em praça publica, assisterim uma palestra, e alguns filminhos do Jeca Tatú.

2. Entrega de recipiente para coleta de fezes do mais idoso, e das crianças de cada residencia.

3. Marcavam uma próxima reunião pra uma data previamente agendada

4. Na data da segunda reunião, era mostrado a estatistica das análises de feses, e demonstrado aos pais que o destinoi das crianças estavam em suas mãos, devendo apoiar com a sua mão de obra, para realizar a implantação de projetos que invariavelmente, era a de captações em minas, e distribuição no centro mais populoso.

5. E obviamente, o objetivo era conseguido pois nenhum pai gostaria de saber que pela sua atitude em não colaborar e lacrar as cisternas, o seu filho poderi morrer ou ficar comprometido com a sua inteligencia.

Dai pra frente era uma manutenção com um potente lombrigueiro....



SANEAMENTO ATUAL


Ano – 2.011

Cenário: Esgoto a céu aberto, escorrendo nas ruas

Sanitários: Privada – Latrina (Foram para dentro das residências, e ganharam status com “tronos” bem elaborados) – Pé de Bananeira, ainda continuam em algumas comunidades.



Na maioria das cidades, a solução com “agua encanada” já é uma realidade, mas o esgoto continua fluindo a ceu aberto pelas ruas, ou contaminando o lençol freatico que agora não mais é captadso pelos poços caseiros, mas sim pelos ribeirinhos localizados a jusante das cidades, somente afastamos o problema de nossos quintais e transferimos para o quintal de nossos vizinhos, não temos mais nenhum defensor do saneamento como o Monteiro Lobato, e continuamos sem recursos para o saneamento, e pior sem a mão de obra gratuita que assentava as tubulações;


Nos grandes centros temos ainda a figura dos “cidadões”, que se negam a ligar, a sua fossa na rede coletora, assim como se negam a pagar um custo necessário para o afastamento do esgoto e consequente tratamento, afinal o problema já passou para o quintal do vizinho, e seus filhos não terão nenhum contato com o esgoto.

Resultado: Vamos vivendo um Jeca melhorado


sábado, 25 de junho de 2011

BANQUETE BACTERIANO

BANQUETE BACTERIANO
Cena 1 – 20:00 Restaurante lotado, mesa farta, muita bebida, e pessoas ávidas.
Cena 2 – 06:00 Alvorecer, descargas operando a todo vapor, e a rede coletora de esgoto recebendo, uma grande quantidade de matéria orgânica, composto pelas  fezes, urinas, e detritos que deveriam ir para o lixo, como preservativos, absorventes, cabelos, estopas, panos etc.
Cena 3 - Esta carga de matéria orgânica é  lançada em um Rio, e irá “roubar” o oxigênio da massa liquida para proceder a sua estabilização. A quantidade de oxigênio “roubada”, “retirada”, ou demandada, é representada pela DBO que é a abreviatura de Demanda Bioquímica de Oxigênio.
A palavra demanda quer dizer, entre outros significados, quantidade consumida ou a consumir; a palavra bioquímica significa, aí; um misto de reações de origem biológica e química. Dessa forma, podemos resumir que DBO é um consumo de oxigênio, através de reações biológicas e químicas.

No corpo d’água coexistem bactérias e matéria orgânica de todas as naturezas.

Uma bactéria se alimenta de matéria orgânica, isto é, seu alimento se baseia em substâncias que contêm carbono e hidrogênio.

A digestão completa dessa matéria orgânica se faz no organismo da bactéria, através de uma reação bioquímica que necessita de um elemento fundamental para ser realizada: o oxigênio.

Quando é fornecido como alimento à uma bactéria uma quantidade de matéria orgânica, ela precisará de uma determinada quantidade de oxigênio para que seu organismo transforme a matéria orgânica em outra substância (no caso, mineralize a matéria orgânica).

Um rio é sempre rico em matéria orgânica (alimento) e bactérias.

Para que as bactérias sobrevivam e se multipliquem é necessário haver alimento (matéria orgânica) e oxigênio. Se houver muitos alimentos, as bactérias se multiplicarão em demasia e disputarão entre si todo o oxigênio disponível; dessa forma, o oxigênio tende a acabar e as bactérias a morrerem, transformando-se em mais alimento disponível (afinal elas são matérias orgânicas também). Acabado o oxigênio, as águas do rio serão incapazes de sustentar a vida aeróbia (isto é, a vida de todos os organismos que habitam as águas e necessitam oxigênio para viver). Dessa forma, tem sempre que haver um limite de matéria orgânica que pode ser lançada a um rio, para que o oxigênio existente não desapareça e com isso o rio "morra".



O tratamento de esgotos nada mais é que uma forma de reduzir essa DBO, antes que o esgoto atinja o rio (ou o lago), para preservar seu oxigênio e também, em alguns casos, eliminar matérias orgânicas vivas transmissoras de doenças para o homem.

Nos esgotos não tratados (esgotos domésticos), cada pessoa é responsável (em média) pelo desaparecimento de 54 gramas diárias de oxigênio existentes nas águas do rio (ou lago) onde esse esgoto é despejado.

Cena 3 – Digestão anaeróbica em uma estação de tratamento de esgoto

Digerir é sinônimo de estabilizar a matéria orgânica contida no esgoto; este processo é conhecido desde o século 19, principalmente a digestão com ausência de oxigênio, ou digestão anaeróbica.

No digestor, encontra-se uma colônia de bactérias, ávidas por “comida” afinal são 6:00 da manhã, e o resultado do jantar está chegando fresquinho, que será convertida no café da manhã das bactérias em massa celular, metano, gás carbônico, e outros micro constituintes.

A população de bactéria é formada por três grupos mutuamente dependentes entre si, que são elas:


Bactéria Acidogenicas hidroliticas

Bactérias acetogenicas e

Bactérias Metanogenicas.

As bactérias Acidogenicas, iniciam a digestão convertendo polissacarídeos, celulose, amido, proteínas, e gorduras em um composto orgânico de cadeia curta facilmente absorvida pela parede celular, que são atacados pelas bactérias acetogenicas, em um processo de simbiose, ou seja, as acetogenicas dependem das Acidogenicas para viver, e produzir acido acético e hidrogênio.

Um banquete a parte é feito pelas bactérias Metanogenicas, que a partir do processo de fermentação acida produzem o metano, no processo de digestão. As bactérias Metanogenicas, encontram competidoras na digestão dos produtos fermentados, são as bactérias redutoras de sulfato, cujo produto final é o gás carbônico e o gás sulfídrico.

Em alguns casos estas podem suplantar as Metanogenicas, inibindo assim por completo a produção de metano.

Cessado o café da manhã, a biomassa composta pela colônia de bactérias anaeróbias, ficará aguardando nova alimentação do reator, ou seja chegou alimento este é degradado, mas deve haver um equilíbrio, não podemos ter uma superalimentação para uma pequena colônia, pois neste caso vai sobrar, tudo deve ser feito para que haja um tempo mínimo de permanência do alimento, para que possa ser digerido.

Após este processo de digestão, o efluente poderá ser lançado no corpo receptor, pois não irá causar nenhum malefício, competindo com os seres vivos do ambiente. A NATUREZA AGRADECE.


sábado, 18 de junho de 2011

TRATAMENTO DE ESGOTO DE TEMPO SECO


Nesta foto do final da década de 40, a Prainha tinha suas próprias estações. No inverno (31º), apenas um filete. No verão (43º), rugia junto com as chuvas dentro dessas casas. Nota-se acima do telhado do luxuoso cabaré “Bar Colorido” a torre da Igreja do Rosário ou de São Benedito. (Blog do Zaviasky)

“O córrego Prainha permitia a entrada de pequenas embarcações até a Praça do Aracaty, atual Ipiranga, ladeada pelo córrego Cruz das Almas, soterrado nas proximidades da Avenida Generoso Ponce, onde às suas margens os homens vendiam os seus pescados à população: (...) o ribeirão Prainha, caudaloso na época, até o mercado abicavam as canoas que subiam o caudal e ali chegavam transportando peixes e o produto das hortaliças cultivadas nas chácaras vicinais do rio Cuiabá para o abastecimento da cidade.

Canal aberto da Prainha na década de 70

“Esse pequeno córrego que nasce nas proximidades, hoje, do bairro Consil e corre rumo ao rio Cuiabá continua deslizando eternamente, no entanto, soterrado e contaminado, murmurando por entre os esgotos da cidade, perfazendo a sua caminhada na qualidade de mísero contribuinte do rio Cuiabá” (Prof. Neila Barreto - Comunicação/Sanecap)
 
  Cena da década de 70, cavalo pastando dentro do córrego, em baixo da ponte da confusão, ......A cidade cresceu e junto veio a urbanização da area central, com a canalização do córrego da prainha.
 
 

Diante da dificuldade de fazer um sistema completo de rede coletora e ligações, e diante de um grande problema que era o lançamento dos córregos da prainha e do Mané pinto no Rio Cuiabá, foi concebido na década de 90, um sistema que foi denominado de esgoto de tempo Seco, por só funcionar em dias sem chuva.

Como a prainha e o Mané Pinto, drena uma grande bacia, foi projetado um coletor tronco para conduzir o córrego Manel Pinto até uma elevatória que foi projetada para coletar a prainha, e conduzir todos os esgotos para a estação de tratamento Zanildo costa Macedo no parque de exposição.

A tecnologia possibilitou uma melhora na qualidade da água do rio Cuiabá, pois durante o período de estiagem quando a sua vazão atinge um valor mínimo, foi retirada toda carga poluidora dos esgotos da zona central da cidade e adjacências do córrego manel Pinto.



A expansão do saneamento de "tempo seco" é tido como uma saída para cidades complexas, ausência de recursos financeiros para contemplar a coleta, e que obviamente será aproveitado quando da instalação de um sistema definitivo.

Estas instalações são automatizadas, e quando o córrego atinge um patamar de diluição, em decorrência da intensidade da chuva, as comportas são automaticamente fechadas, até o cessar das chuvas.





sexta-feira, 10 de junho de 2011

LIXO & ESGOTO A VACUO

Recebi um email com um anexo, onde em comentários com os amigos pude verificar o grau de admiração por um sistema em funcionamento em cidades ditas de primeiro mundo, lembrei de quando era universitário em 1973, e quando estudávamos aplicações de asfalto, e tinha-mos noticias de que na França, este assunto era ultrapassado, simplesmente por falta de espaço a asfaltar, e o negócio deles naquela época já era a tecnologia de conservação e manutenção; já se passaram quase 40 anos e não estamos nem perto de chegar neste nível. Falar em lixo a vácuo e esgoto a vácuo, será apenas para despertar soluções, que estão muito próximas, mas que precisam ser quebrados alguns paradigmas. Afinal já estamos vislumbrando o VLT, que é um super salto na qualidade do transporte coletivo, e ausencia do medo as novas tecnologias.

Veja o vídeo:

No esgoto convencional tudo ocorre por gravidade, e assim quando a topografia não é favorável temos escavações muito profundas, e ou dezenas de elevatórias, que são fundamentais no processo de transporte dos esgotos das residências.

No esgoto a vácuo, o processo de transporte do esgoto, é feito mediante uma canalização de menor diâmetro acoplada a uma estação de vácuo, com ejetores ou bombas de vácuo em baixa profundidade, sem poços de visita, e reduzindo drasticamente em alguns casos o número de estações de bombeamento.


                                                                                                                     Croquis sistema a vácuo

Na maioria das situações, o estudo de viabilidade técnica e financeira, que deve ditar a situação mais adequada para o projeto, sendo que em alguns casos a impossibilidade de coleta por gravidade, condiciona ao lançamento direto sem tratamento, ou inevitavelmente a uma solução via vácuo; Um exemplo de utilização são as toaletes a vácuo, que equipam aviões, trailes, ônibus, etc.

                                    Toalete a vácuo em um  Boing

Nesta toalete a vácuo, quando você dá a descarga, uma válvula é aberta no cano coletor e o sistema a vácuo suga o conteúdo do vaso para dentro de um tanque. O dispositivo de sucção é eficaz e, por isto, requer pouca água para limpar o vaso. A maioria dos sistemas de sucção aciona a descarga com apenas 2 litros de água (ou menos) se comparado aos 6 litros usados em um vaso sanitário econômico e até 19 litros em um modelo mais antigo, pois o sanitário caseiro comum usa um vaso com água. Quando se dá a descarga, um sifão drena o vaso. A gravidade conduz a água para dentro de um tanque séptico ou um cano de esgoto.

As vantagens destas toaletes são:

• utilizam pouca água;

• Usam canos coletores com diâmetro muito menor;

• são limpas em todas as direções, inclusive a parte de cima

• Não é preciso quebrar o piso para instalar novos vasos sanitários, pois o cano coletor não precisa ficar sob o chã;

• podem ser instalados em qualquer lugar, principalmente em um local paradisíaco como o da foto a seguir, onde o grau de dificuldade é elevadíssimo em um sistema convencional de coleta de esgoto:


   
 
Outras vantagens adicionais são

• Sistema fechado e controlado pneumaticamente com uma estação de aspiração central. A energia elétrica só é necessária nesta estação central

• Não ocorre a sedimentação devido à auto-limpeza e altas velocidades

• A substituição e manutenção de rede de esgoto não é necessária, assim como não são os bueiros

• Normalmente, apenas uma estação única bomba de vácuo é necessária, o que libera terra, reduz os custos de energia e reduz os custos operacionais.

• Custos de investimento podem ser reduzidos até 50% devido à abertura de valas simples em profundidades rasas, perto da superfície.

• Flexibilidade de tubulações, com os obstáculos sendo facilmente ultrapassados.

• Menor tempo de instalação

• Pequeno diâmetro das tubulações de esgoto de PEAD, material PVC, economia de custos de material

• Aeração do esgoto, menor desenvolvimento de H 2 S, com seus perigos para os trabalhadores, moradores, bem como a corrosão das tubulações podem ser evitados; O esgoto é mantido fresco

• Não ocorre nenhum odor ao longo dos esgotos por vácuo

• Não ocorre Nenhuma infiltração

• Menor custo para manutenção no longo prazo devido à identificação de valas rasas e fácil acesso.

• Cria fluxos de resíduos concentrado, o que torna viável a utilização de diferentes técnicas de tratamento de águas residuais, como o tratamento anaeróbio

Como não se pode chegar a perfeição, algumas desvantagens devem ser relacionadas tais como:

• Os sistemas de vácuo não são capazes de transportar água de esgoto através de longas distâncias, as linhas só podem chegar até 4 km.

• Os sistemas de esgoto a vácuo só são viáveis em um sistema separador absoluto.

• A Integridade das junções de tubulação é fundamental

HUMOR: Veja o vídeo  The Airplane Toilet Paper Experiment

http://www.youtube.com/watch?v=-xADMns5wDU&feature=player_embedded



segunda-feira, 6 de junho de 2011

LODO DE ESGOTO x USO AGRICOLA

LODO DE ESGOTO x USO AGRICOLA

O lodo orgânico é o principal subproduto do tratamento de esgotos, e contem produtos que foi utilizado pela população nas áreas abrangidas pela rede coletora de esgoto.

Portanto a sua constituição e a produção de lodo proveniente do esgoto podem atingir valores muito altos, sendo necessário buscar soluções para o tratamento correto destes resíduos, e suas possíveis aplicações no ambiente. Alguns projetos de estações de tratamento simplesmente ignoram a forma de destino desse material, que acaba se tornando uma situação gerenciada de forma emergencial por parte dos operadores, com altos custos financeiros e ambientais, comprometendo os benefícios de todo o sistema de coleta e tratamento de esgotos.

Mais de 90% de todo lodo produzido no mundo tem sua disposição final por meio de dois processos principais:

1. Disposição em aterros sanitários e
2. Uso agrícola.

Outros métodos conhecidos são a de disposição oceânica, a disposição superficial e a incineração, sendo que estes não são mais utilizados na atualidade.


  • O método de Incineração utiliza a decomposição térmica via oxidação, tornando o resíduo menos volumoso, menos toxico, ou convertendo-o em gases ou resíduos incombustíveis. É uma alternativa utilizada nos Estados Unidos, Europa e Japão, porem no Canadá esta ocorrendo um processo de desativação dos incineradores, visto que a população tem se manifestado contra esta técnica, incentivando processos mais ecológicos.
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  • A disposição oceânica representa cerca de 6% dos biossólidos produzidos nos Estados Unidos e na Europa, sendo que atualmente vem sendo substituída pelo uso agrícola. A pratica foi proibida nos Estados Unidos e desde o ano de 1992 não é mais utilizada e provavelmente no futuro bem próximo não haverá mais a disposição oceânica de lodos.
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  • A disposição superficial com o espalhamento do lodo em grandes áreas, para que ocorra sua oxidação, gera problemas ambientais relacionados ao odor, presença de vetores, à lixiviação e a contaminação do lençol freático.
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  • A disposição em aterros sanitários depende da localização em áreas próximas aos centros urbanos onde o lodo é produzido, sendo que o terreno deve ter características especiais de impermeabilização, e condições geomorfológicas.
E finalmente a disposição com uso agrícola, valorizando os solos com a aplicação de lodos de ETEs devidamente tratados constituindo uma forma de descarte ambientalmente adequada deste resíduo, sendo usado para recuperação de solos com possibilidades de retorno econômico positivo para a atividade agrícola. O material orgânico presente nesses resíduos aumenta a resistência dos solos à erosão, atuando como excelente fonte de nutrientes, principalmente de nitrogênio e fósforo pois este biossólido contem matéria orgânica, e micronutrientes que exercem um papel fundamental na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo, melhorando a capacidade de armazenamento e de infiltração de água no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão.

Esta alternativa possui um grande beneficio, pois transforma um resíduo em um insumo agrícola, capaz de fornecer matéria orgânica e nutriente ao solo; assim como reduz os efeitos adversos à saúde causados pela incineração, diminuindo a dependência de fertilizantes químicos, e melhorando as condições para o balanço do CO2 pelo incremento da matéria orgânica no solo. Porém para que esta aplicação seja segura os biossólidos necessitam passar por processos de redução de patógenos e de atratividade de vetores, o que implica em um tratamento adequado para esta finalidade.

Ou seja, enquanto os efluentes das estações de tratamento de esgoto já se apresentam devidamente tratados, podendo ser lançado nos corpos d águas, os sólidos provenientes dos esgotos (lodo) necessitam de uma etapa posterior de tratamento para sua disposição no solo, este processo de tratamento é denominado de higienização do lodo, que ocorre a partir da remoção ou inativação dos microrganismos patogênicos por mecanismos físicos - químicos e/ou biológicos.

Os principais sistemas de higienização do lodo são:

1. Caleação

2. Temperatura e

3. Compostagem

Dentre estas alternativas a utilização da energia solar para higienização e secagem do lodo apresenta-se como promissora em Mato Grosso, sendo mais que suficiente para promover uma temperatura de 55 a 70oC por mais de 1h no lodo.

                                                                                          leito de secagem

                                                         Lodo pré higeinizado por temperatura
 

Como tratamento complementar pode ser utilizado a Caleação (CaO) que é um processo barato, de fácil aplicabilidade e bastante eficiente, gerando um produto alcalino, de alta reatividade, em condições de corrigir a acidez do solo.

A caleação do lodo é um processo de higienização que consiste na mistura de cal virgem (CaO) ao lodo em proporções que variam de 30% a 50% em função do peso seco do lodo. A cal em contato com a água do lodo resulta em uma reação exotérmica. Os fatores que intervêm no processo de desinfecção são a alteração da temperatura, a mudança do pH e a ação da amônia resultante de reações ocasionadas pelo aumento de temperatura e pH.

A calagem inviabiliza os ovos de helmintos sendo que os ovos remanescentes não apresentam viabilidade biológica, portanto, não apresentam potencial efetivo. Alem de que adicionalmente, a cal minimiza odores gerados por lodos de esgoto, promovendo uma maior estabilização dos processos biológicos.


Com um destino mais nobre, o resíduo além de ajudar o produtor na economia de fertilizantes, aumenta a produtividade


CRONOLOGIA DO CONTRATO DE CONCESSÃO DE ÁGUA E ESGOTO DE NORTELÂNDIA - MT

  FASE1 - Conforme Lei nº 084 de 12 de setembro de 2001 , originou a licitação e o Contrato de Concessão Plena para prestação de serviços de...