PER CAPTA - A CONTA QUE NÃO “FECHA”
Quantidade de água necessária, para o abastecimento público, com um serviço adequado, ou seja, com quantidade suficiente, qualidade, continuidade com fornecimento de água 24h, universalidade etc.
Fase 1 – Na mesa do Projetista
A escolha do manancial que irá servir de fonte de abastecimento de uma cidade está condicionada à sua capacidade ou não de atender às necessidades da comunidade, no que diz respeito ao consumo atual requerido, bem como a previsão do aumento do consumo da comunidade no futuro, em função do seu próprio crescimento. Todo e qualquer sistema é projetado para servir uma comunidade, por um certo espaço de tempo, denominado de período do projeto, e para fazer o cálculo do consumo provável, é necessário conhecer:
• População a ser servida;
• Consumo "per capita", ou seja, a quantidade média diária gasta por cada um dos consumidores.
• Variação horária e variação diária do consumo.
Nos projetos, costuma-se fazer uma estimativa da população, a qual se baseia em:
• População atual;
• Número de anos durante os quais vai servir o projeto (período de projeto);
• Taxa de crescimento da população.
O homem não só precisa de água de qualidade satisfatória, mas também em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades de alimentação, higiene e lazer, entre outras. Hoje se considera a água do ponto de vista sanitário, de grande importância no controle e na prevenção de doenças. Normalmente a água é gasta das seguintes maneiras:
a) Água para fins domésticos
É a que serve à bebida, ao banho, à lavagem de roupa e de utensílios, à limpeza de casa e aguação do jardim, às abluções e a descarga da privada.
b) Água para fins comerciais
É a água gasta em restaurantes, bares, escritórios e demais estabelecimentos comerciais.
c) Água para fins industriais
É a água utilizada na transformação de matéria prima ou a água que entra na composição do produto beneficiado e também a água para irrigação.
d) Água para fins públicos
É a água utilizada nos edifícios públicos, nas fontes dos jardins públicos e para a limpeza pública.
e) Água para fins de recreação
É a água utilizada nas piscinas de recreio e de esportes.
f) Água para fins de segurança
É a água utilizada para combate a incêndios.
O consumo médio de água por pessoa por dia, conhecido por "consumo per capita" de uma comunidade é obtido, dividindo-se o total de seu consumo de água por dia pelo número de pessoas servidas. O consumo de água depende de vários fatores, sendo complicada a determinação do gasto mais provável por consumidor.
No Brasil, costuma-se adotar quotas médias "per capita" diárias de 120 a 200 litros por pessoa.
Na zona urbana, a variação é motivada pelos hábitos de higiene da população, do clima, do tipo de instalação hidráulico-sanitária dos domicílios e, notadamente, pelo tamanho e desenvolvimento da cidade.
Na zona rural, o consumo "per capita" é influenciado também pelo clima, pelos hábitos de higiene e pela distância da fonte ao local de consumo.
Segundo a literatura técnica, o consumo mínimo de água/pessoa por dia para fins domésticos é de:
- Água para a bebida ......................... 02 litros
- Alimentos e cozinha ........................ 06 litros
- Lavagens de utensílios ......................09 litros
- Lavagens de roupas .........................15 litros
- Abluções diárias ............................ 05 litros
- Banho de chuveiro ..........................30 litros
- Aparelhos sanitários ........................10 litros
T O T A L ....................................... 77 litros
Nos projetos de abastecimento público de água, o "per capita" adotado varia de acordo com a natureza da cidade e o tamanho da população. A maioria dos órgãos oficiais adota 200 litros/habitante/dia para as grandes cidades, 150 litros/habitante/dia para médias e pequenas. A Fundação Nacional de Saúde acha suficiente 100 litros/habitante/dia para vilas e pequenas comunidades. Em caso de abastecimento de pequenas comunidades, com carência de água e de recursos é admissível até 60 litros/habitante/dia.
Cada município do estado possui uma densidade habitacional, levantada pelo IBGE, e varia de 3 a 5 hab./residência, assim adotando o valor máximo de 5 (cinco), e um per capita de 200 l, teremos um volume por residência de 1.000 l/ligação. Ou 30.000 l/mês.
Muito simples, agora inclui-se os coeficientes K1 e K2, e dimensiona-se a produção, adutoras, reservatórios, redes e ligações.....Constroi-se ......Não instala medidores.......e, começa as manobras de registros, “pois não temos água suficiente”
Fase 2 – A Realidade:
Como o sistema de oferta de água foi construído sem limitação de consumo pelo bolso do cliente, aparece um vilão denominado PERDAS, que no Brasil é em média 50% e tem empresas com valores acima de 70%.
Se o uso não for metódico, a tabela inicial de avaliação do per capita, não se realiza, e ele pode não tomar 02 litros de água por dia, mais vai jogar fora de forma consciente e de forma inconsciente um grande volume de água que irá fazer a diferença no fechamento da conta entre a quantidade disponível de água, e a necessidade de consumo..........(Continua na próxima postagem)