quarta-feira, 2 de março de 2011

O PIOR VENDEDOR DO MUNDO

O PIOR VENDEDOR DO MUNDO

Em 1.968, foi lançado o livro “The Greatest Salesman in the World” de autoria de Og Mandino, “ O Maior vendedor do Mundo” pode ser lido em http://www.meupoder.com.br/og-mandino-o-maior-vendedor-do-mundo.pdf.

O Livro apresenta regras sobre venda, onde um de seus prefaciadores, escreveu: “Acabei de ler ininterruptamente O Maior Vendedor do Mundo. A trama é original e genial. O estilo é interessante e fascinante. A mensagem é comovente e inspiradora.
Cada um de nós é um vendedor, não importa qual sua ocupação ou profissão. Principalmente cada qual deve vender-se a si próprio a fim de encontrar felicidade pessoal e paz de espírito. Este livro, se cuidadosamente lido, absorvido e meditado, pode ajudar cada um de nós a ser seu melhor vendedor.”

Quando propus a escrever esta crônica, lembrei de quando li o Livro, no inicio do modernismo dos textos de auto-ajuda, e o enfoque é: Se o objetivo é vender, não existem atalhos, o empreendedor tem que esforçar-se para cumprir o seu objetivo, produzindo com qualidade, e vendendo com seriedade, para conquistar novos clientes, e conseqüentemente expandir os negócios. Um macro exemplo da busca do sucesso de vendas é o do ramo de bebidas, e automóveis, onde a criatividade no marketing busca conquistar o máximo de compradores.

Na relação compra e venda é fundamental ainda que:

a) Nas vendas o resultado financeiro deve ser maior ou igual a zero, ou seja; custo de produção – faturamento => 0. Pois se a venda do produto tiver um custo inferior ao custo de produção, estará havendo prejuízos. Portanto a Empresa deve ter sempre atualizado o seu custo operacional.

b) Na relação de vendas é importantíssimo que se saiba a unidade de medida do produto, e o seu valor unitário, podendo os clientes aferirem na hora da compra por meio de um instrumento de medida disponível, e a sua satisfação estará em saber que estará comprando um produto conforme anunciado, no que tange a quantidade e preço.

Assim quando vamos adquirir um tecido, o escolhemos pela sua característica física, conhecemos o seu preço na etiqueta, e acompanhamos a medida do tecido pelo vendedor. É uma relação bilateral onde as duas partes devem estar satisfeitas com o negócio. O mesmo deve ocorrer com qualquer outro produto disponibilizado para venda. E com a análise da demanda do produto o empreendedor é incentivado a aumentar a sua unidade de produção, para que todos os clientes que desejarem tenha o seu produto sempre a disposição. Assim funciona o mercado.

Álguns produtos, são oriundos de monopólio ou seja, há somente um vendedor no mercado para um bem precioso, como exemplo a Água Tratada. E sendo o Monopólio um privilégio legal ou de fato, que possui um indivíduo, uma companhia ou um governo de fabricar ou de vender certas coisas, de explorar certos serviços, de ocupar certos cargos, este deve ser regulamentado para que não ocorra, o comércio abusivo que consiste em um indivíduo ou um grupo tornar-se único possuidor de determinado gênero de mercadorias para, na falta de competidores, poder vendê-lo por preço exorbitante.

Em Mato Grosso as empresas produtoras de água tratada, dividem-se entre Concessionárias, Autarquias, DAEs, e Empresas Públicas, dentre este grupo o único regulamentado é o concessionário, que somente pode mudar o valor do produto após um rito processual regulamentado em contrato de concessão, o que garante que a sociedade consumidora do produto nunca terá preços abusivos. No que tange as condições de venda todos os clientes dispõem de hidrômetros, e o pagamento do consumo é decorrente do comportamento de cada cliente, que tem sempre o produto em disponibilidade para consumo durante 24h/dia. Ou seja, enquanto houver demanda haverá o produto a disposição para consumo.

As concessionárias, Autarquias, DAEs, e Empresas Públicas são assemelhadas a um fabricante que agrega valor a uma determinada matéria prima, neste caso a água bruta, que se encontra em seu estado natural nos rios, lagos, e outras fontes, devendo ser transportada para uma estação de tratamento, e transformada em água tratada com qualidade para consumo humano, envolvendo custos com investimentos em infraestrutura de captação, adutoras, Etas....energia, produtos químicos, pessoal, etc. sendo portanto a água tratada um produto industrializado, pois é processado basicamente em termos de limpeza, filtração, desinfecção, reservação, e distribuída a domicilio.

Após estas considerações, perguntamos: E onde se pode encontrar “O pior vendedor do Mundo”???? “Pois Intão” imagine uma empresa que detém o monopólio de um produto, e todo dia vincula na mídia: Não consuma meu produto, não tenho como atende-lo, economize ao máximo, não desperdice, e por aí afora...É portanto o retrato da incompetência de venda causado principalmente por dois fatores;

- A Empresa não controla quanto vende do seu produto, tanto faz o cliente consumir pouco ou desperdiçar que o valor da fatura é o mesmo.
- A Empresa não tem controle de sua unidade de produção, gerando perdas em toda sua cadeia produtiva e de distribuição, além de seu custo operacional estar dissociado da venda

Assim é, quase a totalidade das Autarquias, DAEs, e Empresas Públicas de mato grosso, argumentando sempre falta de recursos, e postergando ações essenciais a prestação de serviço público adequado; pois as cidades não dispõem de hidrômetros, e convivem com perdas inadmissíveis em uma unidade industrial, a reversão deste quadro pelas empresas concessionárias foi sempre fruto de políticas conhecidas de gerenciamento, onde as tarifas continuaram sendo módicas, e os reajustes fruto de regulamentação, e o exemplo está nas cidades de juara, Primavera do leste, Campo Verde, Colider, entre outras que dispõe de serviço adequado, em um nível diferenciado das demais cidades de mato grosso.







domingo, 27 de fevereiro de 2011

CLORAÇÃO

CLORAÇÃO

A etapa que consolida o tratamento de água para consumo humano, assim como o lançamento final no corpo receptor é sem dúvida a cloração. O poder bactericida do cloro é amplamente conhecido, e seu uso deve ser ininterrupto, em qualquer das fases citadas, podendo ser aplicado nas formas de liquido ou gás; sendo que em ambos os casos a sua aplicação tanto em abastecimento público como em piscinas, deve ser seguida de um criterioso controle de dosagens. O cloro é apresentado em diversas concentrações, porém a sua composição e origem mais comum é a da decomposição do sal (NaCl) O cloro é encontrado na natureza combinado com outros elementos, principalmente na forma de cloreto de sódio, NaCl , e também em outros minerais como a silvina, KCl, ou na carnallita, KMgCl3•6H2O. É o halogênio mais abundante na água do mar com uma concentração de aproximadamente 18000 ppm. Na crosta terrestre está presente em menor quantidade, uns 130 ppm. É praticamente impossível encontra-lo sem estar combinado com outros elementos, devido a sua alta reatividade.

O cloro é obtido principalmente (mais de 95% da produção) a partir da eletrólise do cloreto de sódio, NaCl, em solução aquosa, denominado processo de cloro-álcali. São usados três métodos:

• Eletrólise com célula de amálgama de mercúrio.

• Eletrólise com célula de diafragma

• Eletrólise com célula de membrana.


Hipocloritos

Hipocloritos são sais provenientes do ácido hipocloroso (HClO) e são mais importantes que o próprio ácido correspondente, devido à dificuldade de se obter o ácido ao contrário de seus sais.

Os hipocloritos, devido à sua ação oxidante e desinfectante (e baixo preço), têm largo uso tanto domiciliar quanto industrial. O cloro que se compra em mercados é uma solução de hipoclorito de sódio. Quando o percentual de cloro livre nesta mistura é de cerca de 2%, então temos a chamada água sanitária, também chamada de água de lavadeira, a popular Qboa.

Obtém-se hipoclorito de sódio através de eletrólise de cloreto de sódio (NaCl). Ao se produzir hidróxido de sódio e gás cloro, faz-se os dois reagirem entre si, conforme as reações abaixo:

Durante a eletrólise

2 NaCl 2 Na+ + Cl2

2 H2O H2 + 2 OH–

2 NaOH + H2 + Cl2

Ou seja, da eletrolise do sal de cozinha obten-se o cloro.

PVC

O PVC é o único material plástico que não é totalmente originário do petróleo. Ele contém, em peso, 57% de cloro, um derivado do cloreto de sódio (sal de cozinha), e 43% de eteno, derivado do petróleo. Portanto, a principal matéria-prima do PVC é o sal marinho, um recurso natural renovável e disponível em abundância na natureza.

Uma das principais características do PVC é o longo ciclo de vida de suas aplicações, que varia de 15 a 100 anos, sendo a média superior a 60 anos. Por ser reciclável, contribui diretamente para o melhor desempenho das empresas, ao reduzir custos e economizar insumos, além de contribuir nos resultados ambientais decorrentes da diminuição de resíduos

CUSTO

O uso mais comum em processo de desinfecção é a a dosagem em forma de gás por meio de cloradores especiais, e Venturi e bombas dosadoras para aplicação de soluções. O gás é utilizado principalmente em instalações de grandes vazões, reservando as soluções para as instalações de médio e pequeno porte.

Para a desinfecção de águas de abastecimento pode-se empregar cloro puro, como gás e compostos de cloro que na água libere o elemento desinfetante. Os compostos são utilizados nos casos de pequenas vazões, menos de 4,0 litros/s, e em serviços provisórios.

O emprego do cloro puro requer aparelhos especiais e pessoais habilitado. Ele é fornecido na forma liquefeita em cilindros de aço, com tamanhos que variam de 40 kg a 900 kg de cloro. Os compostos de cloro mais comumente usados em desinfecção são:

• Água sanitária líquida (solução) 2 a 3%;

• Cal clorada pó 25 a 30%;

• Hipoclorito de sódio líquido 10 a 15 %;

• Hipoclorito de cálcio pó, grãos, tabletes, pastilhas, 65 a 75%.

Para avaliação de Custo vamos simular a necessidade de cada produto para tratar uma vazão de 200 m³/h (55,55l/s), operando 24h/dia, aplicando uma solução concentrada a 4%, e com uma concentração de cloro livre final de 2,0% teremos:

a) Utilizando o Hypocal com concentração de 65%

Quantidade Necessária: 14,2 Kg/dia

b) Utilizando o Hipoclorito de sódio com concentração de 10 %

Quantidade Necessária: 600,0 Kg/dia

c) Utilizando a Cal Clorada com concentração de 25 %

Quantidade Necessária: 96,0 Kg/dia

d) Utilizando o cloro gás com concentração de 99,99 %

Quantidade Necessária: 6,0 Kg/dia

É obvio que a alternativa a ser utilizada deva ser a do Hypocal com um custo mensal de R$ 14,2*30*15 = R$ 6.390,00

Uma alternativa eficiente em substituição a utilização de Cloro com manuseio diário, é a sua geração no local de aplicação, observando que o custo médio de um reator para esta capacidade é da ordem de R$ 50.000,00, o que será amortizado em menos de 01 ano, o que viabiliza o investimento, pois a partir desta data o custo de insumo resume-se ao sal de cozinha.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO PARA LIQUIDOS

MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO PARA LIQUIDOS

Vazão e controle de líquidos

Um dos grandes desafios de quem opera um sistema de abastecimento de água, é saber o quanto de liquido flui em uma tubulação, e aí impera o achismo quando não se tem um medidor confiável. Durante muitos anos se projetou sem que houvesse uma visão operacional, e hoje quase 100% dos sistemas não tem dispositivo de medição de vazão; conclusão opera-se no escuro.

É importante ressaltar que para canais imperou e impera a calha Parshall, hoje dotada de ultrasom que possibilita o registro de todos os eventos do sistema, como falha no equipamento, quebra de adutora, falta de energia etc. porém quando o assunto era tubulação sob pressão, apena uma equipe com equipamentos especiais poderia saber a vazão instantânea ou registrada na tubulação, o método é conhecido como Pitometria, por utilizar o Tubo Pitot.

Os equipamentos de medição permanente eram muito caro, e de difícil instalação tendo em vista que havia necessidade de corte na tubulação como os medidores tipo woltman. Hoje porém vivemos uma nova era dos medidores de inserção, com destaque para os da linha seametrics, dotado de certificação internacional o que garante a funcionabilidade do medidor.
A completa ausência de partes móveis neste sensor de vazão é a fonte de sua confiabilidade. Não há rotor para parar de girar com água suja e não há rolamento para sofrer desgaste. Os modelos em latão e aço inox suportam uma grande variedade de condições de temperatura, pressão e condições químicas. Fluxo reverso e versão imersível são opcionais.
Um pequeno campo magnético é produzido na face do sensor. Quando o fluído passa através deste campo uma tensão é gerada, então ela é medida e transformada em um sinal de freqüência proporcional à vazão. Este sinal de onda quadrada pode ser transmitido diretamente a um CLP ou outro controlador.

O sensor possui rosca padrão NPT e pode ser diretamente instalada em selas (Saddles) ou em Weldolets. O EX115 e 215 possuem uma válvula de isolação, permitindo instalação e remoção do sensor sob pressão. O padrão é uma válvula de esfera de bronze, ou em aço inoxidável 316 opcional se necessário. A leitura pode ser em um CLP ou diretamente, no equipamento, ou via Notebook, ou palm quando este é dotado de um data logger opcional.








sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

MEDIDOR ULTRA SONICO US 11 – PARA CALHAS, VERTEDOUROS E CANAIS

                                                          Medidor Ultra Som US 11 – Montado em Calha Parshall

Princípio de medição

A distância entre o transdutor e a superfície monitorada (lâmina de água no canal, ou do tanque, por exemplo) é diretamente proporcional ao tempo transcorrido entre a emissão e recepção do pulso de ultrassom pelo transdutor.

Sabendo-se que a velocidade de propagação do som no ar é de 344 m/s a 20ºC, o cálculo é baseado na seguinte equação:

Distância= (Velocidade do Som x Tempo) / 2

Uma vez que o tempo inclui o retorno do pulso de ultrassom refletido ao transdutor, a unidade controladora considera somente a metade desse valor para que o cálculo de distância seja correto.

Influência da temperatura

A velocidade de propagação do som no ar é afetada por variações na temperatura ambiente na proporção de 0,17% para cada 1º C. Para compensar tais flutuações, os transdutores possuem integrado um sensor de temperatura cujo sinal é processado e utilizado para corrigir a velocidade do ultrassom no cálculo de distância.

Algumas versões de medidores ultrassônicos permitem o uso de sensores de temperatura remotos (separados do transdutor) em aplicações onde uma maior precisão seja necessária. A vantagem desta configuração é o menor tempo de resposta às mudanças de temperatura ambiente.

Instalação do transdutor

O transdutor deve ser instalado na estrutura de montagem perpendicularmente à superfície monitorada para um melhor desempenho. A água absorve somente 15% da energia acústica e 85% são refletidos. Um mau alinhamento prejudicará a medição devido ao incorreto direcionamento dos sinais emitidos e refletidos.

No momento da fixação do transdutor deve-se atentar para que não ocorra um aperto excessivo em sua conexão ao processo, pois haverá prejuízo no desempenho do instrumento (devido ao excesso de vibração no momento da emissão dos pulsos ultrassônicos).

Um ponto que quase sempre passa despercebido em muitas instalações em canais e em locais abertos com medidores de nível por ultrassom é a ausência de uma cobertura de proteção sobre os transdutores. A incidência da luz solar aquece artificialmente o transdutor (ou o sensor de temperatura) e cria uma falsa condição de alta temperatura do ar ambiente.


Uma ventilação adequada deve ser prevista para que o calor não fique aprisionado sob a cobertura. Uma vez que a temperatura afeta a velocidade de propagação do som, a representação precisa da temperatura ambiente local é necessária para que o melhor desempenho seja obtido.

Vento: Em locais de incidência de ventos de forte intensidade, o uso de tubos de calma deve ser considerado visando evitar variações artificiais na temperatura do ar ao redor do transdutor que possam provocar medições imprecisas.

Espuma: O intenso movimento de ar (gás) nas proximidades do cone formado pelo feixe de ultrassom deve ser evitado, pois pode provocar o enfraquecimento do sinal.

Um local deve ser encontrado onde a formação de espuma seja a menor possível (o sensor deve ser instalado o mais distante possível do ponto de entrada do tanque) ou onde um tubo de calma possa ser adotado.

Vapor: Tanques fechados contendo líquidos (como produtos químicos) que formam vapor sobre sua superfície (especialmente aqueles expostos ao sol) provocam forte redução da faixa nominal de medição do sensor. Este fato deve ser observado na instalação.



Leituras:


As leituras de vazão podem ser diretas no medidor, transmitida a um secundário por meio de um sinal de 4 a 20 Ma, ou obtida via notebook, plugado no fim de cada período de análise.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

Assim como a água, os efluentes gerados no dia-a-dia ganham destaque devido à crescente consciência ambiental de todos nós. Os processos de tratamento de efluente visam à remoção de poluentes da água, possibilitando assim que haja a preservação da fauna e da flora. Além do apelo ecológico, o alto custo para obtenção da água tratada, tem sido fator decisivo para que os efluentes sejam tratados visando o reuso da água. Para isso são empregadas muitas técnicas, sendo as principais físico-químicas e biológicas.

Processo de tratamento físico-químico

Tratamento que emprega o uso de produtos químicos, para correção de pH (potencial hidrogênio-iônico), aceleração do processo de precipitação, coagulação e sedimentação de sólidos dissolvidos ou suspensos em meio aquoso. Este tipo de processo é recomendável quando a quantidade de matéria orgânica contida no efluente é muito baixa, inviabilizando o uso de tratamento biológico. Tratamentos físico-químicos são comumente empregados em galvanoplastia, por exemplo.

Processo de tratamento biológico

Descobertos como alternativa eficaz para o tratamento de efluente no século XIX, os microorganismos como bactérias, protozoários, rotíferos, etc vêm sendo largamente empregados em estações tratamento de efluentes como agentes de degradação dos poluentes orgânicos contidos nesta corrente. Existem basicamente duas alternativas de tratamento biológico: o anaeróbio e aeróbio. O primeiro utiliza microrganismos anaeróbios, ou seja, que vivem na ausência de oxigênio e no aeróbio são utilizados microorganismos que necessitam de oxigênio. Em alguns casos onde a carga de poluentes é muito elevada, podem-se utilizar estes dois processos em série.

Processo de tratamento Anaeróbio

Tratamento de caráter biológico em regime anaeróbio, ou seja, ocorre a degradação da carga poluidora, na ausência de Oxigênio. Este tipo de processo tem capacidade operar sob elevadas cargas poluidoras e alto teor de sólidos, remove de 50 a 80% de DBO (Demanda Bioquímica por Oxigênio), exige pouca manutenção e consumo de energia, deve-se também destacar a produção do Biogás, alternativa importante, limpa e renovável de energia.

Processo de tratamento Aeróbio (lodo ativado)

Tratamento aeróbio, utilizando sistema de lodo ativado e aeração prolongada, se dá na presença de Oxigênio, são sistemas com elevada eficiência na degradação (digestão) de cargas orgânicas poluidoras dos efluentes, podendo chegar a remover 95% da DBO (Demanda Bioquímica por Oxigênio). A principal característica desse processo é a alta estabilidade do lodo gerado, que necessitando apenas de desidratação para descarte em aterros sanitários. Atualmente existem pesquisas para utilizado-lo como insumo agrícola em áreas de reflorestamento.

Processo Aeróbio com uso de Bio-membranas (Sistema MBR)

Os tratamentos biológicos são sistemas convencionais que possibilitam uma grande redução da poluição das águas. Com a evolução desses sistemas, foram desenvolvidas as membranas MBR (do inglês Membrane Bioreactor), que consistem em um sistema de filtração direta substituindo os decantadores dos sistemas convencionais. Com o uso de MBR há um grande ganho de espaço e um efluente com qualidade muito superior aos produzidos por sistemas tradicionais. O DBO (Demanda Bioquímica por Oxigênio) do efluente tratado poderá ter valores menores que 5 mg/L, a remoção de microorganismos é superior a 99,9% (principalmente coliformes fecais), o que garante maior segurança para o reúso do efluente. Uma vez que a membrana atua como barreira mecânica, não há sólidos suspensos no efluente tratado. Existem dois tipos de membranas para uso em MBR, o externo e submerso. No externo as membranas trabalham sob pressão com membranas fora do reator biológico e no submerso as membranas ficam imergidas no reator e operar sob vácuo de uma bomba. Ambos garantem a mesma qualidade de efluente tratado, sendo que a escolha por membrana externa ou submersa será em função do tamanho do projeto x viabilidade econômica.

Unidade de Ultrafiltração
                                                                Skid de MBR submersa



Sistema de Ultrafitlração
 
Filtração via membranas especiais, ocorre principalmente de maneira tangencial, ou seja, o fluido líquido a ser tratado escoa paralelamente a superfície da membrana, com velocidade e pressão constantes, permitindo assim a passagem de parte do líquido (permeado) e retendo grande quantidade de partículas e sais.

Exemplos de filtração tangencial: Osmose Inversa, Nanofiltração, Ultrafiltração e Microfiltração.

Osmose Inversa ou osmose reversa consiste em um processo de separação via membrana seletiva. A separação do soluto e do solvente ocorre quando se aplica uma pressão mecânica superior à pressão osmótica. Esta pressão é aplicada sobre o lado mais concentrado, promovendo assim a remoção de sólidos solúveis, produzindo água de alta pureza. Sistemas de Osmose inversa são empregados para dessalinizações de água, com ou sem intuito de torná-la potável.


Nanofiltração é uma alternativa para a Osmose Inversa e Ultrafiltração. Este processo é empregado para remoção de coloração, dessalinização, remoção de alguns tipos de íons monovalente, concentração de solutos orgânicos, exemplo Lactose e etc. O permeado da nanofiltração contém alguns tipos de íons bivalentes e soluções orgânicas de baixo peso molecular, tais como álcool, cetonas e etc.

Ultrafiltração, processo empregado para segregar e fracionar seletivamente sólidos suspensos e solúveis de alto peso molecular - moléculas com peso superior a 1000 Daltons. O permeado possui solutos orgânicos como açúcares e sais de baixo peso molecular. Atualmente a ultrafiltração é muito utilizada como pré-filtração de sistemas de Osmose Inversa tendo em vista a garantia de remoção de sólidos suspensos. Mais recetemente a Ultrafiltração foi introduzida no uso em sistemas de tratamento de efluente do tipo MBR. Ultrafiltração – tubular

Microfiltração, consiste em separação por membranas utilizando baixas pressão ou filtração convencional de partículas coloidais e em suspensão na faixa entre 0.05 – 5 micra. A Micro-filtração é utilizada para clarificação de caldos e recuperação de biomassa.











segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

WETLAND CONSTRUIDA

PÓS TRATAMENTO DE ESGOTO EM REATORES ANAERÓBICOS

Apesar do empate no quesito eficiência de remoção de Coliformes e DBO, entre os principais sistemas de tratamento de efluentes domésticos, qual seja: lagoas, Lodos ativados e Reatores UASB, ainda observamos entre alguns projetistas, uma elevada preferência pelo sistema de lagoas, talvez pela cultura, talvez pela falta de observação dos sistemas implantados. O certo é que o sistema de lagoas na comparação sugerida tem os seguintes desempenhos;


SISTEMAS DE TRATAMENTO





Apesar da necessidade de pós tratamento, o UASB é de longe o sistema menos impactante na região, além de poder ser incluído no elemento paisagístico, e ter médio custo de construção.

Dentre os sistemas de pós tratamento, o filtro biológico é o que melhor associa-se ao processo, elevando assim a remoção de Coliformes e DBO, para valores próximos de 100%,

Para o reuso do efluente onde há disponibilidade de área, o processo de remoção em Wetland, apresenta-se como uma alternativa barata e que pode ser fonte de renda com o cultivo principalmente de plantas decorativas. No Wetland os mecanismos associados de: Sedimentação, Filtração, Adsorção, Precipitação, Decomposição, Metabolismo Microbiano, Metabolismo de Plantas, e Decaimento Bacteriano, tem demonstrado uma boa capacidade de redução de DBO, Sólidos em Suspensão, Nitrogênio, Fósforo, Traços de metais e Organismos Patogênicos.

Este processo consiste em passar o efluente a ser tratado em meio filtrante (brita, areia, silte, cascalho etc.) podendo ser com fluxo submerso horizontal, fluxo vertical, ou de fluxo combinado, cujos componentes fundamentais encontram-se macrófitas aquáticas, o substrato e bactérias responsáveis direta e indiretamente pela ocorrência de remoção dos poluentes.

Quanto ao balanço hídrico, destacam duas parcelas: a infiltração e a evapotranspiração, provocando a redução da vazão efluente do Wetland, ou seja funciona como sumidouro e evaporador, esperando-se que nos meses mais ensolarados, o efluente final seja nulo e nos meses mais frios e chuvosos haja uma parcela do efluente, onde pode ser aproveitado em um reservatório, que pode ser utilizado na fertirrigação de jardins, culturas agrícolas, ou reuso como descargas de vaso, em áreas adjacentes ou no próprio empreendimento.

É justamente nos períodos de estiagem que os corpos receptores encontram com suas vazões bastante reduzidas, com menor capacidade de autodepuração, daí a grande vantagem da utilização do Wetland, que reduzem ou anulam neste período o lançamento de efluentes líquidos. A qualidade do efluente sai bastante límpido e pode ser reusado após um processo de desinfecção.


sábado, 25 de dezembro de 2010

TRATAMENTO DE ÁGUA - OSMOSE REVERSA

TRATAMENTO DE ÁGUA - OSMOSE REVERSA


Qualquer processo de tratamento de água, tem como objetivo a separação de um solvente de um soluto. Um processo de separação é um processo que permite separar componentes de uma mistura, tanto em pequena escala, como nos laboratórios, quanto em grande, como nas estações de tratamento, e diversas outras. Existem diversos processos, destinados a fins diferentes sendo que dentre os processos de separação de um soluto destacam-se:

• Destilação

• Decantação

• Evaporação

• Filtração

• Flotação

• Processos de separação por membranas

Vamos nos concentrar no processo de separação por membranas, também denominada osmose inversa, onde as membranas retêm partículas cujo diâmetro varia entre 1 e 10 Å, sendo 1 angstrom = 1.0 × 10-10 metros

As partículas retidas são solutos de baixa massa molecular como sais ou moléculas orgânicas simples, e sendo a água um solvente inorgânico, polar, chamado frequentemente de "solvente universal" tem facilmente dissolvidas muitas substâncias.

Para que seja possivel ocorrer ocorrer a separação por membranas, deve-se aplicar uma grande pressão sobre o meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Por essa razão o processo é denominado osmose reversa.

Os usos da osmose reversa são diversos, sempre relacionados à separação de ions. Dentre os quais destaca-se:

Dessalinização de água do mar: Tanto para consumo humano quanto para outros processos, onde a membrana de Osmose Reversa pode reduzir a concentração de cloreto de sódio de 35.000 mg/L para 350 mg/L.

Irrigação: Um dos problemas da agricultura é a acumulação de sais no solo em função da irrigação com água de rios ou poços. A partir de certo patamar os sais tornam-se nocivos às plantações. A Osmose Reversa é capaz de remover este excesso de sais de forma economicamente viável.

Alimentação de caldeiras: Caldeiras exigem água puríssima, pois a evaporação da água causa a incrustração da superfície dos tubos pelos sólidos presentes na mesma, reduzindo a transferência de calor, aumentando o consumo de combustível e o risco de explosões. A osmose reversa, têm sido o tratamento mais utilizado nestes casos.

Produção de produtos químicos: Hospitais, conglomerados farmacêuticos e laboratórios utilizam o processo de Osmose Reversa para garantira máxima pureza em seus produtos. Processos de hemodiálise são alimentados com água desmineralizada ou destilada.

Recuperação de águas residuais na indústria: Concentração de sucos, proteínas e vinho na indústria alimentícia.

A osmose Reversa

Osmose pode ser descrita como um movimento físico de um solvente através de uma membrana semipermeável, baseada na diferença do potencial químico entre duas soluções separadas por essa membrana.

O exemplo a seguir serve como demonstração e esclarecimento desta matéria. Um recipiente de boca larga com água, conforme fig. 1 é dividido no meio por uma membrana semipermeável. A linha tracejada representa a membrana semipermeável. Iremos definir a membrana semipermeável como falta de capacidade para difundir qualquer outra substância, além do solvente, neste caso moléculas de água.

                                                                        Figura 1

Agora adicionaremos um pouco de sal de cozinha (NaCl) à solução de um lado da membrana (Fig. 2). A solução de água salgada tem um maior potencial químico, do que a solução de água do outro lado da membrana. Num esforço para equilibrar a diferença no potencial químico, a água começa a difundir pela membrana, de uma lado através da água, e de outro lado para a água salgada. Este movimento é a Osmose. A pressão exercida por esta transferência de massa é conhecida pela pressão osmótica.

                                                           Figura 2

A difusão da água irá continuar até que uma das duas reservas seja conhecida. Uma reserva pode ser a solução essencialmente de equilíbrio, pelo menos até que ao ponto em que a diferença restante no potencial químico é compensado pela resistência ou perda de pressão de difusão pela membrana. A outra reserva é que a coluna em elevação de água salgada exerce pressão hidrostática suficiente para limitar outras difusões. Observando-as, podemos mensurar a pressão osmótica da solução, observando o ponto em que a pressão principal impede outras difusões.

Exercendo uma pressão hidráulica maior do que a soma da diferença de pressão osmótica e a perda de pressão da difusão pela membrana, podemos utilizar a água para difundir na posição contrária (Fig. 3), na solução de maior concentração. Isto é a osmose reversa. Quanto maior for a pressão aplicada, mais rápida é a difusão. Utilizando a osmose reversa, estamos aptos a concentrar diversos solutos, tanto dissolvidos como dispersos em uma solução.

                                                                           Figura 3

Tipos de Membranas

Existem vários tipos de membranas, podendo ser citadas as do tipo:

1. - Acetato de Celulose

2. - Poliamidas Aromáticas-Aramidas

3. - Poliamidas Hidrazidas: por serem fibras finas e ocas, possuem uma estrutura, mas fechada, possibilitando trabalhar com água do mar com salinidade de 45.000 ppm.

4. - Poliamida de composição avançada

5. - Polisulfonas – polisulfonadas:

Desempenho das Membranas

As causas abaixo podem alterar o desempenho e o tempo de vida das membranas utilizadas como osmose reversa.

1. - pH da água: a variação de pH nas faixas fortemente ácidas ou fortemente alcalinas afeta as diferentes membranas utilizadas.

2. - Temperatura: As membranas de acetato de celulose se hidrolizam, quando a temperatura da água excede 30º.

3. - Compactação ou Deformação Física: estes problemas podem acontecer nas membranas, quando as pressões de bombeamento da água bruta excedem de 90 kgf/cm2.

4. - Cloro livre: sendo o cloro livre um agente oxidante energético, ele pode afetar a maioria das membranas, sendo nestes casos, necessária a decloração da água bruta.

5. - Fouling: É produzido no interior da membrana, pela associação de sólidos suspensos e material biológico.

6. - Incrustações: na malha de membrana, a água bruta precipita dureza temporária, carbonato de cálcio e hidróxido de magnésio e dureza permanente, sulfato de cálcio. A dureza temporária é impedida de precipitar, trabalhando-se com valores de pH da água bruta, entre 4,5 – 5,0. A dureza permanente é impedida de precipitar, dosando-se continuamente, um antiincrustante específico para sulfato de cálcio.


Vídeo:

Um ovo é colocado no xarope de milho durante 60 minutos para mostrar osmose. O óvulo é então colocado em água doce para mostrar o efeito inverso.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

A captação de água da chuva é uma prática muito difundida em países como a Austrália e a Alemanha, onde novos sistemas vêm sendo desenvolvidos, permitindo a captação de água de boa qualidade de maneira simples e bastante efetiva em termos de custo-benefício. A utilização de água de chuva traz várias vantagens:

• Redução do consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento da mesma,

• Evita a utilização de água potável onde esta não é necessária, como por exemplo, na descarga de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc.;

• Os investimentos de tempo, atenção e dinheiro são mínimos para adotar a captação de água pluvial na grande maioria dos telhados, e o retorno do investimento é sempre positivo;

• Faz sentido ecológica e financeiramente não desperdiçar um recurso natural escasso em toda a cidade, e disponível em abundância no nosso telhado;

• Ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para galerias e rios.

• Encoraja a conservação de água, a auto-suficiência e uma postura ativa perante os problemas ambientais da cidade.

O armazenamento e o reaproveitamento da água de chuva costumava ser um tema relativamente "esquecido" pelos nossos legisladores, mas nos últimos anos, sugiram em algumas cidades brasileiras leis para tratar do assunto.

A prefeitura da cidade de Curitiba, tem uma legislação exemplar. Primeiro, instituiu em 2003 o Programa de uso Racional de Água e Esgotos (Lei PURAE 10.785/03). No ano de 2006, houve a regulamentação da lei através do Decreto Municipal 293/06 onde ficou estipulado, entre outras coisas, que as novas edificações na cidade não obterão o alvará de construção, caso não prevejam e instalem um sistema de reaproveitamento de água de chuva.
Outro exemplo ocorreu à cidade de São Paulo com o objetivo de minimizar as enchentes. Desde a 1999, é obrigatório para as novas construções com mais de 500m2, "Lei das "piscininhas", a retenção da água da chuva em reservatório específico pelo período de uma hora e a sua posterior liberação nas galerias públicas, após o pico de chuva.

Na cidade de Matão-SP, o Projeto de Lei 042/06, é dedicado exclusivamente ao reuso de água de chuva. Mais ainda, prevê expressamente a possibilidade do município conceder incentivos fiscais àqueles que construírem em seus imóveis sistemas de captação.

Por enquanto ainda não temos conhecimento de nenhuma lei do governo criando um imposto sobre a chuva, porém....

Para se obter continuamente água de boa qualidade, com segurança, pouca manutenção e baixo custo operacional, além de um sistema com equipamentos adequados são necessários alguns cuidados:

• Contar com o suporte de um profissional responsável pelo projeto:

• Atentar às normas de segurança sanitária, como separar o sistema estritamente do de água potável (de acordo com regulamentos locais) e identificar todos os componentes (reservatórios, torneiras, bacias,etc.) dentro do sistema como para finalidades ÁGUA DE CHUVA/NÃO-POTÁVEL.

• O projeto do sistema de água de chuva deve estar em acordo com os padrões/normas de construção (que garantem a drenagem do edifício, mesmo com rompimentos no sistema, nenhuma limitação na área seccional e ventilação do sistema de drenagem).

• Captar água de chuva somente de superfícies apropriadas como telhados, evitando-se áreas inadequadas, sujeitas a poluição ou contaminação.

• Realizar a filtragem fina da água antes desta entrar no tanque de armazenamento e assegurar que a sedimentação nos tanques de armazenamento funcione sempre, usando dispositivos para reduzir a velocidade de entrada e saída de água no reservatório.

• Proteger os reservatórios contra a entrada de material externo e vazamento de água, não o expondo tampouco à luz e ao calor.

As últimas chuvas mostraram mais uma vez que a cidade precisa adotar outras técnicas para impedir alagamentos e enchentes. Uma solução a ser utilizada é o aproveitamento de águas pluviais que também traz retorno para um planeta sustentável.

A vantagem da instalação do projeto de aproveitamento de água de chuva, em uma casa, comércio, prédios, fábricas ou um empreendimento traz economia de água potável, retorno financeiro em torno de 2 anos e contribuição para o meio ambiente e redução de enchentes. “A água de chuva que cai sobre os telhados ou pisos é encaminhada para a sarjeta na calçada ou para a rede de águas pluviais, sendo desperdiçada pela rede pública”.

Em nosso planeta, 97% da água é salgada e 3% é doce. Desses 3%, 75% são geleiras e lençóis de gelo, 13% são as chamadas águas profundas localizadas entre 2500 e 12.500m e 11% são de águas subterrâneas. Então, o que temos disponível para consumo da população é de apenas 1% dos 3% de água doce, ou seja, 0,03% de toda a água da Terra. É ou não um forte argumento para buscar economia de todas as formas?

Quanto ao custo da obra, cada caso é um caso e depende muito das condições físicas da obra. A manutenção é feita periodicamente a cada 6 meses. As etapas de implementação correspondem a projeto, obra e montagem. “Após isto é necessário apenas acompanhamento técnico no início de operação, pois depois o sistema entra na rotina normal de funcionamento”.

Os equipamentos são fáceis de serem instalados, desde que a infra-estrutura seja bem preparada. Utiliza Filtro Vortex, freio d’água, filtro flutuante, multi-sifão, kit de interligação e bomba de recalque.



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PER CAPTA - CONTINUAÇÃO



As perdas de água em um sistema de abastecimento ocorrem de forma continua e podem ser classificadas de diversas formas, entendo como sendo a mais letal a inconsciente, e ocorre nas ligações desprovidas de medidores; nestas ligações o cidadão ignora “um pequeno vazamento” na torneira, no vaso sanitário, e o ladrão da caixa d´agua está constantemente jogando água fora.

 A idéia é que isto significa muito pouco e não irá fazer diferença no abastecimento. E para ilustrar o que representa um “inocente” vazamento, improvisamos um recipiente e o calibramos com o volume de 1(um) litro, e medimos o tempo gasto para encher este volume com uma mangueira que drenava água proveniente do resfriamento de uma gaxeta de bomba de eixo horizontal.



Resultado:

Volume Utilizado: 1,0 litro

Tempo médio para enchimento: 7 segundos

Vazão: Volume/tempo = 1/7 = 0,14 litros / segundo ou 514 l/hora ou 12.342 l/dia ou 37.000 l/mês...

Ou seja, um volume suficiente para abastecer 16 residências medidas

É evidente que a “olho nu” vai sempre parecer insignificante um pequeno vazamento, e não estando afetando o bolso, vai-se postergando o conserto, e o resultado final em um bairro é uma perda superior a 50%. Ou seja, para suprir o abastecimento de forma normal, têm-se que disponibilizar um volume 50% superior, acarretando elevação de custos com energia, pessoal, produtos químicos etc.

As fugas de água se apresentam ainda de forma “não visível”, são fugas que ocorrem sob o asfalto e drenam nas galerias, ou em vazamentos nos ramais de residências e drenam sob o piso, e que somente com pesquisas acuradas é possível detectá-las.

Nas residências, é possível zerar as perdas, e mesmo assim por algum descuido, é possível que o cidadão pague por um volume que foi desperdiçado. Porém nos sistemas de abastecimento de água, o custo é muito elevado para zerar as perdas, daí um marco convencional de 20%, é o nível de tolerância que se deve buscar, e que somente é conseguido se houver 100% das ligações controladas com hidrômetro.

Finalizando: A continha do per capta, é muito bonita no projeto, vai funcionar se o sistema for implantado com medição total, e fora deste contexto, é sonhar, ter prejuízos, contabilizar reclamações, e buscar recursos para encher o tonel furado.



















PER CAPTA -  A CONTA QUE NÃO “FECHA”

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PER CAPTA - A CONTA QUE NÃO “FECHA”

PER CAPTA - A CONTA QUE NÃO “FECHA”

Quantidade de água necessária, para o abastecimento público, com um serviço adequado, ou seja, com quantidade suficiente, qualidade, continuidade com fornecimento de água 24h, universalidade etc.

Fase 1 – Na mesa do Projetista

A escolha do manancial que irá servir de fonte de abastecimento de uma cidade está condicionada à sua capacidade ou não de atender às necessidades da comunidade, no que diz respeito ao consumo atual requerido, bem como a previsão do aumento do consumo da comunidade no futuro, em função do seu próprio crescimento. Todo e qualquer sistema é projetado para servir uma comunidade, por um certo espaço de tempo, denominado de período do projeto, e para fazer o cálculo do consumo provável, é necessário conhecer:

• População a ser servida;

• Consumo "per capita", ou seja, a quantidade média diária gasta por cada um dos consumidores.

• Variação horária e variação diária do consumo.

Nos projetos, costuma-se fazer uma estimativa da população, a qual se baseia em:

• População atual;

• Número de anos durante os quais vai servir o projeto (período de projeto);

• Taxa de crescimento da população.

O homem não só precisa de água de qualidade satisfatória, mas também em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades de alimentação, higiene e lazer, entre outras. Hoje se considera a água do ponto de vista sanitário, de grande importância no controle e na prevenção de doenças. Normalmente a água é gasta das seguintes maneiras:

a) Água para fins domésticos

É a que serve à bebida, ao banho, à lavagem de roupa e de utensílios, à limpeza de casa e aguação do jardim, às abluções e a descarga da privada.

b) Água para fins comerciais

É a água gasta em restaurantes, bares, escritórios e demais estabelecimentos comerciais.

c) Água para fins industriais

É a água utilizada na transformação de matéria prima ou a água que entra na composição do produto beneficiado e também a água para irrigação.

d) Água para fins públicos

É a água utilizada nos edifícios públicos, nas fontes dos jardins públicos e para a limpeza pública.

e) Água para fins de recreação

É a água utilizada nas piscinas de recreio e de esportes.

f) Água para fins de segurança

É a água utilizada para combate a incêndios.

O consumo médio de água por pessoa por dia, conhecido por "consumo per capita" de uma comunidade é obtido, dividindo-se o total de seu consumo de água por dia pelo número de pessoas servidas. O consumo de água depende de vários fatores, sendo complicada a determinação do gasto mais provável por consumidor.

No Brasil, costuma-se adotar quotas médias "per capita" diárias de 120 a 200 litros por pessoa.

Na zona urbana, a variação é motivada pelos hábitos de higiene da população, do clima, do tipo de instalação hidráulico-sanitária dos domicílios e, notadamente, pelo tamanho e desenvolvimento da cidade.

Na zona rural, o consumo "per capita" é influenciado também pelo clima, pelos hábitos de higiene e pela distância da fonte ao local de consumo.

Segundo a literatura técnica, o consumo mínimo de água/pessoa por dia para fins domésticos é de:

- Água para a bebida ......................... 02 litros

- Alimentos e cozinha ........................ 06 litros

- Lavagens de utensílios ......................09 litros

- Lavagens de roupas .........................15 litros

- Abluções diárias ............................ 05 litros

- Banho de chuveiro ..........................30 litros

- Aparelhos sanitários ........................10 litros

T O T A L ....................................... 77 litros


Nos projetos de abastecimento público de água, o "per capita" adotado varia de acordo com a natureza da cidade e o tamanho da população. A maioria dos órgãos oficiais adota 200 litros/habitante/dia para as grandes cidades, 150 litros/habitante/dia para médias e pequenas. A Fundação Nacional de Saúde acha suficiente 100 litros/habitante/dia para vilas e pequenas comunidades. Em caso de abastecimento de pequenas comunidades, com carência de água e de recursos é admissível até 60 litros/habitante/dia.

Cada município do estado possui uma densidade habitacional, levantada pelo IBGE, e varia de 3 a 5 hab./residência, assim adotando o valor máximo de 5 (cinco), e um per capita de 200 l, teremos um volume por residência de 1.000 l/ligação. Ou 30.000 l/mês.

Muito simples, agora inclui-se os coeficientes K1 e K2, e dimensiona-se a produção, adutoras, reservatórios, redes e ligações.....Constroi-se ......Não instala medidores.......e, começa as manobras de registros, “pois não temos água suficiente”



Fase 2 – A Realidade:

Como o sistema de oferta de água foi construído sem limitação de consumo pelo bolso do cliente, aparece um vilão denominado PERDAS, que no Brasil é em média 50% e tem empresas com valores acima de 70%.

Se o uso não for metódico, a tabela inicial de avaliação do per capita, não se realiza, e ele pode não tomar 02 litros de água por dia, mais vai jogar fora de forma consciente e de forma inconsciente um grande volume de água que irá fazer a diferença no fechamento da conta entre a quantidade disponível de água, e a necessidade de consumo..........(Continua na próxima postagem)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

PERDAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

PERDAS X EMPRESAS DE SANEAMENTO

Empresas Públicas

Na década de 70/80 as Empresas de Saneamento viviam o boom dos investimentos em infraestrutura, de um lado o BNH como agente financeiro, e do outro as Empresas assumindo as concessões dos municípios como condição de investimentos. Nos estados eram visíveis os canteiros de obras, financiados com uma regra simples:

1. A Empresa Projetava; Licitava e Fiscalizava em parceria com o Agente Financeiro.

2. As Empresas Consultoras, Construtoras e ou Montadoras executavam os serviços e recebiam diretamente do agente Financeiro, e

3. Em contrapartida a Empresa de Saneamento recebia uma comissão de 10% a titulo de taxa de administração, de todo montante investido.

Resultado desta Política:

No instante inicial, na fase de investimentos fartos, as Empresas iniciaram uma maléfica cultura, onde era muito fácil aos gestores administrarem uma Empresa com recursos externos e não aqueles por ela gerados; assim não tinham nenhuma importância se a evasão de receitas oriundas do faturamento com a venda de água fosse elevada, pois não era impedimento para a manutenção da folha de pagamento, e nem para o custeio da empresa. Assim não havia nenhum cuidado com a operação dos sistemas, que envolvia um controle de perdas, pois era sempre muito fácil ampliá-lo quando da falta d água. Foi um erro crucial que hodiernamente ainda não se conseguiu corrigir.

              Em meados dos anos 90, iniciou-se uma verdadeira cruzada de combate as perdas, e para tal, abriu-se uma linha de financiamento para um programa denominado PECOP – Programa Estadual de Combate as Perdas, e como havia recursos financeiros de sobra, todos embarcaram no bonde de combate as perdas, como se fossem prioritários, houve um leque de subprogramas financiando, o transporte, a informática, a gestão de pessoal, a reabilitação de obras recém construídas, entre outros programas..........e o objetivo final ficou descaracterizado, pois os programas de MACROMEDIÇÃO (saber o que se produz), e a MICROMEDIÇÃO (vender bem) não avançaram, alem de que, as Empresas de saneamento continuaram com a cultura de que basta ampliar mais a produção de água e tentar encher um tonel furado. É sempre a obra na frente da operação e da manutenção da Empresa. A prioridade é construir novas redes e ampliar ligações. Medir? Humm.. isto não é importante......
Empresas Privadas

As concessões assumidas por Empresas privadas em Mato Grosso, receberam sistemas sucateados e com a cultura herdade da antiga operadora a Sanemat, e regra geral a prioridade zero, foi implantar 100% de hidrômetros, cujos resultados foram imediatamente observados, com os seguintes benefícios:

1. Redução do Tempo de Funcionamento das Etas

2. Justiça na cobrança

3. Redução do custo de energia

4. Redução do custo com produtos químicos

5. Eliminação da falta d água

6. Redução das perdas

7. Redução das obras de expansão

8. ..............
Não é mágica, sem Hidrômetro não existe combate a perdas, e nem é possível uma operação satisfatória, o resto é “chover no molhado”.

Em ação conjunta o operador do sistema deve implantar a MACROMEDIÇÃO, que é um conjunto de ações que visando dotar o sistema de um controle macro, onde é possível confrontar o que se produz com o que se fatura, e identificar os vazamentos não visíveis, e que são em grande numero, principalmente em cidades com elevado padrão de urbanização.

ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO

  ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO   A notícia foi estampada em diversos jornais, água contaminada em Barão de Melgaço   A CAUSA: ...