quarta-feira, 16 de junho de 2021

OPERADORES DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

 


          Canivete Suíço Generalista                                                    Canivete Comum Especialista

 

Os profissionais que atuam em um sistema de abastecimento de água, se dividem em “Especialistas” e Generalistas.

Os ESPECIALISTAS se caracterizam por entenderem unicamente de sua atividade laboral, e em nosso ensaio, exemplificamos o Operador de Eta.

As vantagens de ser um especialista em uma função de trabalho, estão vinculadas à INDISPENSABILIDADE. Assim, se somente ele consegue operar a ETA, então não pode ser substituído.

Os GENERALISTAS são profissionais da era moderna, e são aqueles que entendem todas as fases do processo onde a sua atividade laboral se insere.

As vantagens de ser bom em várias funções de trabalho, estão ligadas à versatilidade, assim a empresa pode usá-lo de várias maneiras, e isso pode ser muito vantajoso em tempos de mudança no local de trabalho, e de gestão entre público e privado.

Os GENERALISTAS, são aqueles profissionais que se encaixam no ditado popular:

 

É PAU PRA TODA OBRA

       Ou seja, a pessoa é tida como multifacetada e preparada para desempenhar diferentes          funções, mesmo que seja de modo apenas temporário.

Em poucas décadas atrás, tínhamos como melhores exemplos de generalistas, os Engenheiros Civis, os Arquitetos e os Médicos Clínicos Gerais.

O tempo incumbiu da criação dos especialistas, sendo o maior exemplo no campo médico, onde não se pode mais tratar somente com um médico e sim com um exército deles.

Fracionou-se tudo, agora temos especialistas em dedos, especialistas em mãos, especialistas em braços, e especialistas em ombros.... além dos de fígado, rim, baço, etc... não se cura mais como antigamente.

As empresas públicas de saneamento estão chegando ao seu estado de mortalidade empresarial, principalmente por mal investimento em gestão empresarial e falta de comportamento empreendedor, criou-se monstros em caixinhas de especialidades, a começar pelas diretorias que sempre são acima de cinco.

É o Diretor Presidente,

o Diretor Técnico,

o Diretor Operacional,

o Diretor Financeiro,

o Diretor Administrativo,

o Diretor Comercial, e o Diretor................

Fracionou-se tudo, com divisões e setores estanques e individuais....

Em contrapartida as empresas privadas, focam no generalismo, e concentram seu pessoal em áreas comuns, com diretorias enxutas e pessoal generalista.

Há muito tempo as Empresas, já concluíram que é muito caro e ineficiente a expansão de setores e divisões estanques e individuais; assim um gestor de um sistema de abastecimento de água, deve ser um generalista em relação às diversas especialidades de sua área, tais como a operação da ETA, da ETE, da Comercialização da Distribuição etc.

No campo do ensino, lembro-me com saudosismo quando fazia o Ginasial e sonhava chegar ao Cientifico, sim CIENTÍFICO, onde nas aulas os alunos usavam jalecos brancos e tinham um ensino especializado e voltado para o acesso ao curso superior, seria o máximo atingir aquele patamar.

Porém em 1967, o Governo entendeu que precisava formar os alunos para o mercado de trabalho, e extinguiu o curso cientifico, criando os cursos técnicos onde iria capacitar os alunos de forma generalista em diversas atividades do mercado com destaque para Estradas e Transportes, Eletrotécnica, Edificações e Secretariado.

Assim um aluno de Estradas e transportes passou a ter conhecimentos de Topografia, Mecânica dos Solos, Geologia, Pontes de Madeira, Resistencia dos Materiais, Civilidade, Contratos Públicos...entre outros...(E consequentemente não realizei o sonho; bem melhor, pois fiz o Curso de Estradas)

O tempo passou, e fragmentou-se o ensino tanto em especialidades como em qualidade.

Politizou-se o ensino e o resultado é um abismo de conhecimentos que deve durar ainda por muitos anos, para infelicidade das empresas, e felicidade de programas populares de TV que exploram este abismo cultural.....

O Bexigão do Ratinho, é a prova inconteste deste analfabetismo funcional.

No quesito evolução de métodos de trabalho, temos o pior dos exemplos de serviço improdutivo, quando na década de setenta um caminhão saia da base da companhia de saneamento, com dezenas de encanadores e serventes, e os distribuía pela cidade.

O tempo improdutivo era muito maior que o tempo produtivo.

Daí a Sanepar revolucionou este serviço de campo, introduzindo equipes dimensionadas pelo tipo de serviço, o método foi implantado em todas as empresas brasileiras, e a “chiadeira” foi geral, acabou-se a mamata....

                                        Equipes de manutenção com 1 , 2 , 3 ou 4 encanadores

Na sequência os operadores de reservatórios foram substituídos pela tecnologia da automação, tendo como consequência remanejamentos de funções e nova “chiadeira” ....

No saneamento portanto houve uma grande evolução de técnicas e métodos; hoje temos aparelhos que fazem praticamente todos os ensaios essenciais necessários. 

 

Fotometro Multiparãmetros

As válvulas de controle estão disponíveis para uma distribuição mais eficiente, e os equipamentos de detecção de vazamentos e de medições pitométricas são menos dependentes de especialistas, assim como as automações de processos em ETAs e ETEs, entre outros.

Porém o conhecimento está estagnado, e com raras exceções, o analfabetismo funcional, ainda está presente.

As dosagens são feitas no olhômetro, as atividades de macromedição são zeradas, micromedições são sem importância, e as manutenções são sempre corretivas, e se adentrarmos para planejamento, controles de perdas, e outras ferramentas de gestão então aí zeramos o conhecimento.

Concluímos, portanto, que já é hora de mudanças, pois o Governo Federal acena com uma forte pressão sobre os serviços públicos, com ênfase para a mudança do atual modelo de gestão que se tem mostrado ineficiente na universalização do serviço de água e esgoto no país.

Está chegando a “hora da onça beber água”:

E o “gato já está escaldado”

E não adianta chiar.....

 

                                                                                Fonte: Dicionário Popular

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segunda-feira, 7 de junho de 2021

CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO E A LEI nº 14.026/2020 QUE ATUALIZA O MARCO LEGAL DO SANEAMENTO BÁSICO.

 

Regionalização dos municípios de Mato Grosso


Na década de 70 foi criado o PLANASA - Plano Nacional de Saneamento que tinha como meta, que pelo menos 80% da população urbana teria acesso ao sistema de água tratada e 50% aos serviços de esgotamento sanitário, até 1980.

Para que isto fosse possível os municípios deveriam aderir as Companhias Estaduais de Saneamento que foram criadas para gerir a implantação e operação destas cidades.

Os contratos de concessão possuíam clausulas leoninas, e o Governo Federal não iria prover de recursos financeiros aqueles municípios que não aderissem ao Plano fazendo a Concessão de seus serviços.

No entanto, apesar da dureza do castigo imposto, muitas cidades não aderiram ao plano, com destaque para:

 ·         Araraquara, Bauru, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Diadema, Guarulhos, Santo André e São Caetano do Sul, em São Paulo;

 ·         Governador Valadares, Ituiutaba, Juiz de Fora, Passos, Poços de Caldas, Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais;

 ·         Blumenau e Joinville em Santa Catarina;

 ·         Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Pelotas no Rio Grande do Sul;

 ·         Volta Redonda no Rio de Janeiro e Linhares no Espírito Santo que se mantiveram com seus serviços municipais.

 O início foi áureo, pois com muitos recursos disponíveis as Empresas Estaduais prestaram um relevante serviço ao país, porém estamos caminhando para o final desta história, iniciada no estado de mato grosso onde a empresa estatal foi extinta em 2.000, e hoje o Governo Federal sanciona a lei 14026/2020, com a promessa de universalização de 99% da população com água tratada e coleta e tratamento de esgoto de até 90%, até a data de 31/12/2033, com uma metodologia que irá abater todas as demais Companhias Estaduais.

E o resultado final das metas do Planasa todos nós conhecemos.....Não conseguimos a universalização pretendida.

A metodologia é a mesma do Planasa, pois para atingir os objetivos é facultado aos municípios a adesão ao Plano de regionalização dos Governos Estaduais, sendo o castigo o mesmo pois o Governo Federal não irá prover de recursos financeiros aqueles municípios que não aderirem em 180 dias, a este Plano em curso nos estados.

O problema é que os municípios em sua maioria não conhecem outra fonte de investimentos que não seja a de emendas parlamentares, o que a nova lei não cerceia, resultando assim em punição zero.

Atualmente em diversos Estados da Federação inicia-se a fase de adesão dos municipios, e com isto a liquidação das Companhias Estaduais que com raríssima exceção não possuem capacidade financeira para participar das licitações para concessão dos blocos regionais criados.

O esperneio é geral, são inúmeros os questionamentos O CICLO É VICIOSO.

 A regra é muito dura e o tempo é muito curto e assim QUEM VIVER VERÁ.....

 E  vacinados, esperamos viver para em uma postagem futura, continuar esta história com a frase:

 No entanto, apesar da dureza do castigo imposto, verificou-se que................   

 


A VIDA CONTINUA

 Ele era só um menino à frente daquele gigante

No ponto de vista humano, Davi morreria ao primeiro instante

Porque na lógica do homem o maior vence o menor

E o mais fraco sempre acaba lá no pó.

Composição: Agaílton Silva

https://www.letras.mus.br/damares/1786440/


ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO

  ÁGUA CONTAMINADA EM BARÃO DE MELGAÇO   A notícia foi estampada em diversos jornais, água contaminada em Barão de Melgaço   A CAUSA: ...